“Presenciamos hoje uma espécie de loucura generalizada”, afirma especialista em psicologia transpessoal
Desequilíbrios emocionais e descontrole psíquico, novas doenças surgem e patologias, como pânico, depressão, síndromes de déficit de atenção, estresse, bulling etc, se multiplicam. Esse cenário caótico é resultado das atitudes do ser humano que perdeu a dimensão dos valores. É o que defende a filósofa, mestre e doutora em Filosofia da Educação, Mani Alvarez, diretora acadêmica do Clasi (Centro Latino Americano Ser Integral). “O que presenciamos hoje é uma espécie de loucura generalizada incapaz de gerenciar a própria humanidade”, avalia.
Depois de formar-se em filosofia na PUC-Campinas e concluir mestrado e doutorado na Unicamp em Filosofia da Educação, Dra. Mani se interessou pela psicanálise e durante quase uma década estudou Freud e Lacan. “Depois, fui viver por algum tempo em Paris, onde estudei na histórica Sorbonne, hoje Université Paris VII. Foi quando tive a felicidade de conhecer mestres famosos da filosofia e psicanálise da década de 1990”, relata.
Após realizar vários cursos de formação em Psicologia Transpessoal em Campinas, Mani Alvarez, fundadora do Clasi, consolidou sua obra transformando-a em uma pós-graduação Lato Sensu. “O Centro Latino Americano Ser Integral, instituição de pós-graduação, nasceu com a missão de buscar a expansão da consciência e do autoconhecimento”, pontua. O Centro atua hoje em Campinas e São Paulo, trazendo, ainda, alunos de todos os cantos do Brasil.
Buscando a excelência na formação completa do profissional através de uma experiência profunda de autoconhecimento e autocura, os cursos do CLASI também possuem o selo de aprovação do MEC (Ministério da Educação). A próxima turma do curso de pós-graduação em Psicologia Transpessoal começa no dia 23 de março e está com inscrições abertas no site www.clasi.org.br.
Em entrevista, a Dra. Mani Alvarez fala sobre como compreender a extensão da loucura nos pequenos atos do cotidiano e cita técnicas terapêuticas e os caminhos para resgatar a integridade psicológica e emocional das pessoas.
Para cada patologia é lançado um novo medicamento – que não resolve o problema. As pessoas vivem mais tempo, mas vivem doentes, infelizes, desequilibradas. O que está acontecendo?
Ao mesmo tempo, nunca vivemos tantos desequilíbrios emocionais e descontrole psíquico. Novas doenças surgem, as patologias se multiplicam (pânico, depressão, síndromes de déficit de atenção, estresse, bulling etc). Os suicídios se multiplicam, até mesmo entre crianças. Os relacionamentos familiares são caóticos. É o ser humano se afastando cada vez mais dele mesmo, de sua essência e se voltando para o exterior, para fora. Neste contexto, antigas filosofias e preceitos humanistas ganham notoriedade e eficácia em suas formas de encarar as pessoas e tratar suas mazelas.
Porque hoje em dia existem tantos cursos sendo oferecidos, tantas técnicas novas, tanta atenção sendo dada às questões psicológicas?
Dentre tantas técnicas terapêuticas que surgem, o maior número se encontra entre aquelas que trabalham com energia, com a espiritualidade, com as ervas medicinais, com as cores, as flores, com a consciência. Embora seus métodos possam ser diferentes, todas concordam num ponto: o ser humano se afastou de sua essência. Perdeu a dimensão dos valores humanos. Não se sente parte da natureza. Perdeu o sentido da vida. Esqueceu de sua missão.
O que presenciamos hoje é uma espécie de loucura generalizada incapaz de gerenciar a própria humanidade. A loucura é a morte em vida.
Como compreender a extensão da loucura nos pequenos atos do cotidiano?
A incapacidade psíquica de resolver os problemas de relacionamento, governança, sociedade, é fruto dessa desintegração que marca aquilo que todas as técnicas terapêuticas inspiradas no Holismo afirmam: vivemos um momento de transição planetária onde as vibrações inferiores dominam o cenário e cavam a própria destruição.
Como lidar com isso?
Um dos caminhos – os novos métodos, as novas técnicas, as novas teorias que buscam resgatar a integridade psicológica e emocional das pessoas – propõe em uníssono uma visão mais espiritualizada, humanizante, consciente. Ou seja, um olhar profundo para dentro de nós mesmos. Uma volta à simplicidade, ao maior contato com a natureza, que reina em beleza, em abundância, em cooperação e nos ensina a resgatar essa natureza perdida em nós. Reencontrar nossa melhor parte que traz novo sentido à vida. Autoconsciência e autoconhecimento. Esse parece ser o caminho.