Saúde sob nova direção em Mogi Guaçu
A Secretaria de Saúde de Mogi Guaçu passou por uma troca de gestores repentina. Ainda durante o combate Covid-19 e com a campanha de vacinação em andamento, o novo Secretário Gildo Martinho de Araújo assume a pasta. Araújo é enfermeiro e acumula em seu currículo 30 anos de experiência na área, com docência em cursos de graduação e pós-graduação e também ex-superintendente do Hospital Municipal Dr. Tabajara Ramos. Em entrevista ao Correio do Povo, o atual Secretário falou sobre a transição de gestores, as novas medidas de governo, perspectivas pessoais do futuro cenário nacional em relação ao covid e repasses de suprimentos do Estado.
Correio do Povo: Levando em consideração a situação adversa do Covid-19 e orçamento destinado no início do mandato, a verba da secretaria tem sido suficiente para as despesas de saúde do município, até o momento?
Gildo Araújo: A Secretaria tem trabalhado desde o início do ano com muita responsabilidade. Fazendo gestão dos recursos financeiros disponíveis, que não são abundantes, estabelecendo prioridades e viabilizando, com apoio integral do prefeito e de toda a equipe, investimentos estaduais e federais, bem como da iniciativa privada, para mantermos a qualidade da assistência oferecida aos moradores. Enfrentamos períodos extremamente desafiadores nos primeiros meses de 2021 e acredito que a Saúde de Mogi Guaçu atravessou os momentos mais difíceis fazendo um trabalho de referência para toda a região.
CP: Que estratégias a Secretaria de Saúde tem utilizado para incentivar as pessoas que se negam a tomar a vacina?
G.A: Temos trabalhado fortemente com orientação sobre a importância da vacinação em massa, para o indivíduo e para a sociedade. Realizamos até aqui cinco repescagens no decorrer da campanha de imunização, com doses que tínhamos disponíveis, com o objetivo de atendermos a este grupo que por uma ou outra razão acabou ficando pra trás. Fazemos, além disso, um trabalho muito rigoroso de acompanhamento e agendamento da segunda dose, incentivando a todo momento os moradores a concluírem o ciclo de imunização.
CP: Qual é a previsão do município para a vacinação de 100% da população?
G.A: Acreditamos que até o final do ano teremos condições de completar o esquema vacinal, com duas doses de vacina, da maior parte da população com idade superior a 12 anos.
Além do Covid, o que tem sido a principal demanda de esforços da Saúde no mundo, a transição de gestores também é um fator que impõe dificuldades ao trabalho. Como está sendo a adaptação e que novas medidas administrativas devem ser tomadas?
Toda mudança e processo de adaptação estão acontecendo de modo a não prejudicar a assistência em saúde oferecida à população guaçuana. Temos uma equipe forte, qualificada e coesa, que faz a diferença. Além das ações de combate à Covid-19, já retomamos o atendimento de rotina na Atenção Primária à Saúde e iniciaremos em alguns dias os trabalhos voltados ao retorno das cirurgias eletivas através de convênio de serviços entre a Secretaria Municipal de Saúde e a Santa Casa de Misericórdia de Mogi Guaçu, além da retomada dos atendimentos e serviços especializados prestados pelo HMTR (Hospital Municipal Dr. Tabajara Ramos).
CP: Pessoalmente falando como profissional da saúde, como foi enfrentar o vírus, quando ninguém sabia exatamente do que se tratava e nem como combatê-lo?
G.A: Foi uma experiência muito desafiadora. Tivemos que nos adaptar às novas maneiras de prevenção e proteção. Estive na linha de frente desde o início e pude perceber o quanto é necessário seguirmos protocolos e diretrizes para as quais não dávamos a devida importância. Nós, profissionais de saúde, jamais iremos esquecer essa pandemia. Ela nos lembrou a todo momento da necessidade de reflexão sobre a nobreza da saúde.
C.P: Em Mogi Mirim, a saúde tem enfrentado problemas de repasse de material hospitalar e doses de vacina pelo Estado. O problema ocorreu em Mogi Guaçu também?
G.A: Em Mogi Guaçu, a equipe técnica que atua na campanha de vacinação e enfrentamento à Covid-19 estabeleceu estratégias para que não ocorresse falta de recursos para assistência aos pacientes e também para o processo de imunização.
C.P: Na sua opinião, quando a vida deve voltar ao normal?
G.A: Com o avanço da vacinação e a conscientização da população, aos poucos retornaremos à realidade mais próxima possível do normal que conhecíamos antes da pandemia. Acredito que estamos avançando passos importantes e que contribuirão para que possamos voltar gradualmente à rotina nos próximos meses.
OLHO: “Nós, profissionais de saúde, jamais iremos esquecer essa pandemia. Ela nos lembrou a todo momento da necessidade de reflexão sobre a nobreza da saúde.”