BUSCA NOS BAÚS DO BARÃO DE ATALIBA NOGUEIRA
Mais dados sobre a Fazenda Castelo. Final do século XIX, produção de café. Sede assobradada com altos porões. Escadaria com balaústres brancos e rica arquitetura em sua varanda de entrada.. Provavelmente, deve haver paredes originais com alicerces em pedra e taipa de mão, após algumas intervenções. Paredes antigas em alvenaria, tijolos ,cal, areia, barro. Mais recentemente alvenaria moderna. Passou por reformas e ampliação. Ascendência do mesmo tronco da família da Fazenda Santa Úrsula; pois fazia parte da Sesmaria de Antônio Correa Barbosa. Desta sesmaria formou-se a primitiva fazenda Jaguary. Sesmaria do Jaguary. Há Fotografias na obra: “Campinas, Município no Império” de Celso Maria de Mello Pupo. Imprensa Oficial do Estado S.A. São Paulo, 1983. Apresentava mais varanda com escadaria em mármore branco e gradil de ferro trabalhado artesanalmente, ferro forjado ainda não fundido. Segundo a memorialista e historiadora M. Abigail N. Moraes Ziggiatti, a fazenda Castelo em 1.900 pertencia a Antônio Américo de Camargo Andrade. A fazenda Castelo tinha 195 alqueires de terra e 200.0000 pés de café. Produzia 7.000 arrobas de café anualmente. Ele faleceu sem deixar herdeiros. As terras voltaram para a sesmaria de sua irmã, viúva Úrsula Franco de Andrade, herdeira- viúva proprietária da Sesmaria do Jaguary. Viúva de Antônio Correa Barbosa Filho (Fazenda Jaguary que se tornou Santa Úrsula). Seus herdeiros vendem as terras que compunham Castelo e Santa Júlia à família Moraes, em 1914. Vendem ao proprietário da Sesmaria do São João do Atibaia, Alberto de Moraes Bueno. Este era filho de Joaquim Bueno, irmão do Cel. Amâncio Bueno. Alberto de Moraes Bueno era pai de Otávio Camargo de Moraes, Celso Camargo de Moraes. Este Celso Camargo de Moraes era avô paterno de M. Abigail Nogueira de Moraes Ziggiatti, autora desta pesquisa em seus ancestrais. Entrega a mesma para a Casa da memória Pe. Gomes de Jaguariúna, registro para a posteridade. A Fazenda Castelo passou a fazer parte da Sesmaria do S. João do Atibaia. A tradição oral, através de Gilda Moraes, filha de Otávio Moraes, neta de Alberto de Moraes Bueno, relata trágico fato envolvendo seu avô com um negro escravo. O avô foi visitar um fazendeiro amigo e viu um negro amarrado no tronco e sendo surrado. Ele sentiu pena do mesmo e quis comprá-lo. Embora sendo avisado da periculosidade do mesmo, quis levá-lo para sua fazenda. Certa feita andando a cavalo pelas matas encontrou-se com o negro que o atacou e matou-o. Tamanha foi a crueldade que lhe arrancou a língua. Este fato causou grande consternação e revolta na fazenda, sendo difícil apaziguar os escravos rebeldes. Isto ocorreu por volta do início do século XIX. Alberto de Moraes Bueno deixa a fazenda para a filha Francisca casada com Albino José Barbosa de Oliveira. Esta Fazenda de 1928/30 a 1945 foi vendida a um grande arquiteto campineiro, José Strazzacappa. Foi vendida a Dr. Erasmo Assunção casada com D. Lalaia (Eulália) Assunção). Este foi o fundador da entidade filantrópica “Obras de Assistência Nossa Sra. da Assumpção por volta de 1946, na Paróquia Santa Maria. Dona Lalaia visitava amiúde Pe. Antônio Joaquim Gomes. Em 1978, a Fazenda Castelo foi adquirida por Pedro Gastão de Noronha Gonçalves Artmann, com produção de leite e criação de cavalos puro sangue inglês. Depois vendida a Marcelo Baptista de Oliveira e recebe hoje também o nome de Haras Maripá. Contratou pedreiros e empreendeu obra de manutenção e reformas que duraram anos. Sr. Marcelo cria cavalos de selecionada raça em seu haras. É benemérito à comunidade de Jaguariúna, generoso, colaborou muito com a construção do Asilo dos Velhinhos ou Lar da 3ª Idade de Padre Gomes, como também é festeiro doador das melhores cabeças de gado para o leilão beneficente da centenária Festa de S. Sebastião. Colaborou com a reforma da Matriz Centenária em 1996. Está sempre presente às necessidades do Município.
Tomaz de Aquino Pires