Defesa Civil de Campinas foi fundamental para mapear áreas afetadas em Canoas, Rio Grande do Sul

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Além de mapeamento com o “superdrone” da Emdec as equipes atuaram no resgate de pessoas, animais domésticos e deram apoio nos abrigos

As equipes da Defesa Civil de Campinas atuaram em várias frentes no município de Canoas (RS). Foram quase 60 sobrevoos com o superdrone da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) para mapear as áreas atingidas pela enchente no bairro Mathias Velho. Resgates de pessoas e animais domésticos e apoio em abrigos e ações operacionais também foram atividades desempenhadas pela equipe de Campinas. A missão humanitária foi encerrada no sábado, dia 25 de maio. Oito servidores participaram da ação.

O apoio da equipe de Campinas foi considerado essencial pela cidade gaúcha. O servidor de Canoas, Luis Alexandre da Rocha Gulart, que foi designado pelo secretário adjunto da Defesa Civil da cidade, Hassan Adami Cafruni, para acompanhar os trabalhos da equipe da Defesa Civil de Campinas e da Emdec, explicou que a  região onde as equipes campineiras atuaram foram as áreas mais afetadas do município. Os bairros Rio Branco, na divisa com Porto Alegre e Mathias Velho, na divisa norte, quase divisa com a cidade de Esteio foram os mais afetados. Mathias Velho, um dos bairros mais populosos do Estado, ainda está submerso.

“O drone que temos é muito pequeno, com limitações e não conseguíamos fazer voos em dias de chuva. O alcance do equipamento da Emdec foi fundamental para ajudar na localização de pessoas necessitadas de alimentação, para que pudéssemos enviar a equipe de resgate por barco. E, num segundo momento, o monitoramento de onde a água já estava baixando, para que pudéssemos traçar rotas para chegar em locais mais secos, mais desabitados”, retratou.

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Profissionais de Campinas durante levantamento do drone para voo

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Luis Alexandre mostra no mapa áreas mais afetadas de Canoas
Além disso, de acordo com ele,  conhecer essa tecnologia incentivou o município de Canoas a adquirir esse equipamento. “Foi de muita importância porque era uma tecnologia que nós não conhecíamos, não tínhamos acesso, não sabíamos o quanto iria nos ajudar”, afirmou.

Luis Alexandre também citou que além do monitoramento das áreas para as ações imediatas, o monitoramento via drone também poderá ser empregado para projetos futuros. “Os voos com serviços avançados de topografia e altimetria, onde podemos identificar a altura das águas, o nível do terreno e da região, poderão ser usados posteriormente para que a nossa Secretaria de Obras e os engenheiros possam rever inclusive os planos de engenharia para contenção de novos desastres desse tipo” detalhou.

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Monitoramento por meio de drone também será usado para projetos posteriores
Apoio humanitário 

Nos últimos dias de missão, a equipe de Campinas atuou também em força-tarefa para abertura de valas para escoamento da água no abrigo dos cães resgatados e no descarregamento de caminhões com doações que chegam de todo o Brasil.

“A missão humanitária realizada pelas equipes da Defesa Civil de Campinas no Rio Grande do Sul foi intensa. É uma situação muito grave, sem precedentes. Com certeza a cidade de Campinas teve uma importância significativa nessa ajuda humanitária”, avaliou o  coordenador regional  e diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado.

Foram três equipes e oito agentes públicos envolvidos. A atuação dos servidores de Campinas teve início no dia 13 de maio e foi encerrada no sábado, 25. Neste período, o trabalho de sobrevoo com drone também contou com a participação de funcionários da Prefeitura de Canoas, com membros da startup TRON Robótica e da organização HelpNGO da Guatemala.

O técnico em Mobilidade Urbana da Emdec, Marcelo Tortorelli, atuou na ação desde o início e contou que a experiência vivida em Canoas foi nova e desafiadora. “Fiz voos que nunca havia feito na vida, voos muito mais longos e com situação climática bem mais complicada”, contou. “Trabalhamos com um equipamento que voa embaixo de chuva, com ventos de até 80 km/h, faz fotos térmicas, tem visão noturna e zoom de mais de 200 vezes o que permite observar objetos a quilômetros de distância. Ajudou muito a localizar pessoas e animais, além de fazer a topografia do local para avaliar os danos”, relatou.

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Servidores de Campinas também deram apoio na construção de valas para escoar água que atingia abrigo de animais
De acordo com Furtado, a atividade realizada pelas equipes de Campinas em Canoas foi bastante intensa, principalmente ajudando a Defesa Civil local e a prefeitura da cidade.  “O município de Canoas registrou 24 mortes e tinha 14 pessoas desaparecidas, até o último dia que estivemos lá. Nosso apoio foi essencialmente nas questões de sobrevoo com o drone, foram mais de 56 sobrevoos, que ajudaram muito no planejamento, principalmente das atividades de socorro. O resultado desse trabalho também será muito útil na reconstrução da cidade”, afirmou Furtado.

Outra atividade realizada pela Defesa Civil de Campinas que também foi marcante, segundo o diretor, foi o apoio aos abrigos dos animais que foram resgatados. “Há um número muito grande de animais abrigados que ainda não foram localizados pelos seus donos. Esse fato é bem impactante”, contou.

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Campinas continua disponível para novas ações no RS
Furtado também destacou a operação de resgate para a qual a equipe de Campinas foi destacada na noite da última quinta-feira, 23 de maio. “A Prefeitura de Canoas nos acionou para um resgate noturno de várias famílias do bairro Niterói que estava totalmente inundado. Nós atuamos com o Exército Brasileiro e retiramos 24 pessoas do local”, informou.

O trabalho foi realizado por servidores experientes que atuam na área há muitos anos e por servidores recém-concursados, admitidos há alguns meses, para que tenham noção das intervenções desencadeadas numa ajuda humanitária fora da cidade de Campinas.

O diretor informou ainda que Campinas permanece à disposição da cidade de Canoas para as próximas ações, inclusive nas atividades de reconstrução. “Nós já temos a expectativa de que, se necessário, eles chamarão pelo menos uma ou duas equipes para dar o apoio principalmente na atividade de vistoria de imóveis. Todos os imóveis vão precisar passar por avaliação de danos. Colocamos duas equipes para dar esse suporte em Canoas. O apoio com o drone, também poderá ser feito pela equipe da Emdec”, comentou.

Participaram da ação, os agentes da Defesa Civil de Campinas: Gabriel Botelho Assis Benatti e Tânio Rodrigues Alves (primeira turma); Daniel Lopes Honorato de Oliveira e Alisson Pontel Pereira (segunda turma); Valdomiro Antônio e Jhonatan Henrique Dias e o diretor Sidnei Furtado. O técnico em mobilidade Urbana da Emdec, Marcelo Tortorelli permaneceu em Canoas ao longo de toda a missão.

O Departamento de Defesa Civil de Campinas, vinculado à Secretaria Municipal de Governo, é o órgão central do Sistema Municipal de Proteção e Defesa Civil, responsável por promover a normatização, supervisão técnica e específica sobre as ações desenvolvidas pelos órgãos do SIMPDEC. Entre em contato pelo telefone 199 para registrar ocorrências.