Déficit comercial na RMC indica desempenho ruim do PIB regional

Exportações de março tiveram queda de 13,29% em relação a 2018

A redução na previsão de crescimento da economia brasileira em 2019, apontada pela sexta vez consecutiva no Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (8) pelo Banco Central, também deve ser a tônica em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) regional. A baixa expectativa resulta do novo estudo do Observatório PUC-Campinas, que mostra o agravamento da balança comercial na Região Metropolitana de Campinas (RMC): só neste ano, o déficit é de US$ 2,01 bilhões.

Os resultados do mês de março, obtidos após análise dos dados do extinto Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, atualmente incorporado ao Ministério da Economia, indicam queda de 13,29% nas exportações e alta de 6,52% nas importações na comparação com o mesmo período de 2018, ocasionando um aumento de 23,1% no déficit comercial regional.

“Para minimizar os efeitos sazonais, sobretudo da agricultura, a melhor comparação dos dados é sempre com o mesmo período do ano anterior. Os meses de janeiro, fevereiro e março já revelam que a balança comercial tende a ser pior em relação a 2018, o que diminui a previsão de alta do PIB regional”, apontou o economista e professor da PUC-Campinas Paulo Oliveira.

De acordo com o docente, responsável pelo estudo, a queda observada nas exportações – que afetam o desempenho do PIB – pode ser justificada pela diminuição na absorção de países de destino, ou até mesmo pela reestruturação das estratégias de negócio das multinacionais que operam na região.

De concreto, o que se nota é a redução nas vendas de partes e acessórios de tratores e veículos especiais, motores à combustão e pneus. Por outro lado, houve aumento nas exportações de veículos de passageiros, medicamentos e inseticidas. No que diz respeito às importações, destaca-se o grande crescimento das compras de inseticidas e similares, além de aparelhos telefônicos.

“Em 2019, a RMC já importou 3,03 bilhões de dólares, enquanto exportou 1,01 bilhão. O desequilíbrio entre importações e exportações já rendeu um déficit de 2,01 bilhões de dólares, superando o do Estado de São Paulo, que foi de US$ 1,11 bilhão”, finalizou Oliveira.

Campinas é o Município com maior participação nas transações, tendo exportado, em 2019, o valor de 239,44 milhões de dólares, e importado produtos que ultrapassam 750 milhões. As cidades de Paulínia, Indaiatuba, Sumaré, Vinhedo, Valinhos, Americana, Itatiba e Jaguariúna também exibem números expressivos.

Observatório PUC-Campinas

O Observatório PUC-Campinas é responsável pelo monitoramento de dados socioeconômicos da Região Metropolitana de Campinas (RMC) e está, atualmente, amparado em quatro eixos temáticos: Atividade Econômica/Comércio Internacional; Emprego/Renda; Sustentabilidade/ Desafios do Milênio; e Indicadores Sociais. Os estudos se estruturam na seleção de indicadores e análise sistêmica de dados que podem ser usados em diversos setores da sociedade.

 

Comentários