Drogas K: Apreensão das drogas aumenta 10 vezes em um ano em SP. Entenda seus impactos

O uso da droga pode causar convulsões, perda dos sentidos, tontura e alucinações, destaca o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela

A quantidade de drogas conhecidas como K apreendidas no estado de São Paulo aumentou quase dez vezes em 2023 em comparação com todo o ano de 2022, de acordo com dados do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) e disponibilizados pela SSP (Secretaria de Segurança Pública).

De janeiro a outubro deste ano, a Polícia Civil confiscou 113 kg da substância nas ruas de todo o estado. No ano anterior, o total apreendido foi de 11,6 kg, enquanto em 2021 foram 5,7 kg.

O que são as drogas K?

A principal delas é conhecida como K9, também chamada de “droga zumbi”, no entanto, existem diversas variantes da substância, como K2,K4 e spice. Elas são drogas sintéticas que buscam imitar os efeitos da maconha, mas de forma potencializada.

O entorpecente pode ter efeitos até 50 vezes maiores que a morfina e mais de 100 vezes maior que a maconha tradicional. A droga é produzida com uma alta concentração de THC – tetrahidrocanabinol, o princípio ativo da maconha, de forma pulverizada com aditivos químicos.

Quais os efeitos das drogas K no cérebro?

De acordo com o Pós PhD em neurociências membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, esse tipo de droga pode desencadear condições neurológicas.

“O CDC – Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, já confirmou que o uso de K9 pode resultar em distúrbios psiquiátricos e neurológicos, de forma similar o que a maconha pode fazer com, por exemplo, a esquizofrenia”.

“Além disso, há conhecimento de que essa droga pode desencadear acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e ser um fator desencadeante de depressão, convulsões, ansiedade, alucinações, perda da comunicação, tontura, confusão mental, taquicardia, perda dos sentidos, dentre outros”.

“Não se tem controle exato das substâncias químicas utilizadas para produzir o entorpecente, isso faz com que novos tipos de ‘drogas K’ possam surgir, de forma ainda mais forte e perigosa, causando maior dependência ao vício, resultando em mais estragos ao cérebro A longo prazo, a pessoa pode apresentar problemas de memória, diminuição da função cognitiva, mudanças na estrutura do cérebro que resultam em prejuízos e problemas psiquiátricos”, destaca Dr. Fabiano de Abreu

 

Sobre Dr. Fabiano de Abreu Agrela

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues MRSB é Pós PhD em Neurociências eleito membro da Sigma Xi, membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos , membro da Royal Society of Biology no Reino Unido e da APA – American Philosophical Association também nos Estados Unidos. Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia e filosofia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Membro das sociedades de alto QI Mensa, Intertel, ISPE High IQ Society, Triple Nine Society, ISI-Society, Numerical e  HELLIQ Society High IQ. Autor de mais de 220 artigos científicos e 17 livros.