Férias de julho
Por Gabriel Montenegro
Professor e psicólogo
Julho é conhecido no ambiente escolar como o mês das férias. Mesmo que existam férias em dezembro e janeiro, julho ganha uma atmosfera diferente pois não contempla tantos feriados ou data festivas como Natal e Ano Novo. É muito comum já no início do ano letivo os alunos entrarem na primeira aula do ano já na contagem regressiva para as férias de julho. Verdade seja dita que para os professores as férias de meio do ano também são muito aguardadas, é um momento de recarregar as energias para um novo semestre que virá.
Quem trabalha fica na expectativa do ócio, seja num dia de feriado, num recesso, na dispensa de um jogo de copa do mundo ou até mesmo nas férias asseguradas por direitos trabalhistas. Somos seres que precisam de descanso também. É muito comum estarmos conectados e tão atarefados que o momento de descanso muitas vezes não é valorizado ou até mesmo entendido, por vezes nos vemos sem “nada para fazer” mesmo em meio a tarefas a serem feitas, louça para lavar, serviços que precisam de ser finalizados. Existem pessoas que gostariam que o dia durasse 30 horas, pra então conseguir executar todas as tarefas. Essas ideias de estender o tempo e de sempre querer mais, não se organizando ou se contentando com pequenas conquistas é a porta de entrada para o estresse. Estresse é a caracterização do excesso do presente, do só executar agora e nunca pensar no depois ou naquilo que já se foi. Daí a grande importância do ócio programado.
Por muito tempo o período de férias para os pais de alunos foi um período de reorganização da rotina, pois agora os filhos sem atividades escolares estariam em casa tirando-lhes um espaço de tempo onde poderiam descansar da tarefa da preocupação sobre o cuidado dos filhos. Com quem deixar as crianças enquanto se vai ao trabalho, será que vão conseguir terminar o dia vivos sem a supervisão de um adulto? Daí constroem-se a ideia de ser o ambiente escolar também um bálsamo para as preocupações cotidianas.
Por isso meu recado à você, que comece a entender que programar uma parada ou até mesmo fazer absolutamente “nada” num momento de férias ou feriados é absolutamente comum e por vezes necessário, nossa saúde mental agradece. Aos que ainda são alunos, agora é hora de relaxar, se divertir e recarregar as energias perdidas, mas e os estudos? O segundo semestre vem cheio de desafios e para alguns, os temidos vestibulares, como conciliar a necessidade de descansar e os estudos que não podem ser esquecidos? Eu separei algumas dicas para te ajudar nisso:
1- Não fique o dia inteiro estudando, mas também não se desligue totalmente dos estudos, tente equilibrar as duas coisas;
2- Crie uma rotina de estudos, tenha um horário fixo para os estudos e deixe o restante livre para fazer o que tiver vontade;
3- Aproveite para focar na matéria que tem mais dificuldade, mas não fique apenas nela, revise os outros conteúdos também;
4- Veja filmes relacionados às matérias que precisa estudar, é um jeito mais tranquilo de entender diferentes assuntos;
5- Descansar também é fundamental, encher a cabeça com muitos conteúdos vai te sobrecarregar e vai ser mais difícil de guardar aquilo que estudou.
6- As férias são ótimas para dormir até mais tarde, faça isso;
7- Não fique muito tempo no mesmo assunto, intercale os assuntos;
8- Saia de casa, aproveite seus amigos e sua família, divirta-se, ter um tempo para relaxar é fundamental;
9- Aproveite para fazer exercícios físicos com mais frequência, nosso corpo funciona melhor quando todas as partes estão igualmente cuidadas e exercitadas;
10- Você não precisa estudar apenas com livros e apostilas, museus, teatros, exposições de arte e até histórias em quadrinhos podem ser boas fontes de aprendizagem nessas férias.
Boas férias e bons estudos!
Ócio: cessação do trabalho; folga, repouso, quietação, vagar, espaço de tempo em que se descansa.