Morte de Izquierdo chama a atenção para as arritmias
A morte do jogador uruguaio Juan Izquierdo, cinco dias depois de sofrer uma arritmia e desmaiar durante uma partida de futebol, chamou a atenção para os riscos das arritmias no histórico de quem pratica esportes.
De acordo com o médico arritmologista do Hospital Sírio-Libanês em Brasília, Fábio Botelho, a arritmia pode ser pontual associada a processos isolados como hipotermia, desidratação ou mesmo uso de drogas ou álcool. Mas, tende a ser recorrente quando existe uma doença congênita instituída e, nesse caso as chances de novos eventos aumentam.
Sonora: Fábio Botelho, médico arritmologista do Hospital Sírio-Libanês em Brasília.
“Quem já teve arritmia pode ter mais chances de novos eventos no futuro, independentemente do uso de drogas ou álcool ou esses outros fatores de risco citados, mas principalmente os genéticos. O genético traz a tendência de evoluir com a idade e pode fazer com que haja uma piora da quantidade e da intensidade das arritmias”.
No caso do jogador de Juan Izquierdo, um atleta de alto rendimento, o fato de ele ter apresentado um quadro de arritmia quando jovem não poderia ser impeditivo para sua carreira e, segundo o especialista, ele provavelmente, sofreu em campo uma arritmia diferente.
Sonora: Fábio Botelho, médico arritmologista do Hospital Sírio-Libanês em Brasília.
“Eu não sei qual arritmia ele apresentou, mas a maior parte das arritmias não impede a prática de atividade física. E mesmo a que a priori impeça essa prática, existem alguns tipos de tratamento que podem ser feitos para possibilitar que o atleta continue realizando atividade física. Não tem como saber qual arritmia ele teve no passado, mas muito provavelmente é uma arritmia diferente da apresentada nesse episódio que ele teve”
Fábio Botelho explicou o que pode ter acontecido com o jogador uruguaio.
Sonora: Fábio Botelho, médico arritmologista do Hospital Sírio-Libanês em Brasília.
“No caso do Jogador Izquierdo, após apresentar arritmia e desmaiar em campo, ele teve uma parada cardíaca. O quadro de parada pode ser uma consequência da arritmia. Para ele ter tido um desmaio em campo, decorrente da arritmia, foi uma arritmia que possibilitou o baixo débito cardíaco, que é a quantidade de sangue ejetada pelo coração. Então quando o coração, por algum motivo, ejeta menos sangue e menos sangue chega ao cérebro, a pessoa acaba tendo um desmaio”.
O médico arritmologista ressaltou a importância de se fazer acompanhamento médico e manter a prática regular de atividade física. Ele acrescentou ainda que o atendimento hospitalar imediato é um ponto fundamental para a sobrevida.
Reportagem, katia maia
Agência Voz
Foto: Reprodução Twitter\Nacional