NOSSO JAGUARY VELHO DE GUERRA! JAGUARITÉ! JAGUARIÚNA!
Consultando o jornal “A Comarca” de Mogi-Mirim de 19/03/1944, nota-se a publicação de um artigo escrito pelo correspondente de Jaguari. O artigo tem por título “JAGUARITÉ” e o correspondente pôs como subtítulo “Notas Históricas”. A princípio, pelo que sabíamos havia uma estação ferroviária inaugurada em 1875, às margens do Rio Jaguary. Daí designar-se o local como Estação de Jaguary. Os fazendeiros, barões, criaram a Companhia Mogiana a fim de que o trem de ferro viesse buscar o café. Percebendo o progresso, o Cel. Amâncio Bueno faz de parte de suas terras, Fazenda Florianópolis, um empreendimento imobiliário, fundando a “Villa Bueno” em 1894.
Ambos os títulos: Estação de Jaguary e Villa Bueno designavam este local pertencente a Mogi-Mirim. Com seu prestígio político de chefe republicano consegue elevar a vila à categoria de Distrito de Paz de Jaguary em 05 de agosto de 1896. Era Presidente da Província de São Paulo, Manoel Ferraz de Campos Salles. Em 1943, em virtude de existirem outras localidades com o nome Jaguari houve necessidade de alterar o nome. Para tanto foi designada uma Comissão Revisora Municipal que propôs a troca do nome Jaguari por Jaguarité.
Naquela época era Diretor do Grupo Escolar o Professor Oscar de Almeida, orador, escritor, poeta. Era Subprefeito o farmacêutico Lauro Navarro. O Pároco era Nazareno Maggi. O médico era Dr. Deodoro Reis, conhecido como Dr. Baiano. Era literato e orador. O “Diário Oficial do Estado, na sua edição de 13 de novembro de 1943, publicou o “Quadro Geral da Divisão Territorial do Estado de São Paulo.” Nele deve ter sido constatada a homonímia: nomes iguais. O correspondente de “A Comarca” prossegue em seu artigo declarando que a comissão procurou localizar o primitivo Jaguary, naquela data de então, Jaguarité, como a comissão pretendia.
Para tanto consultou-se no Departamento do Arquivo do Estado, os maços da população de Mogi-Mirim de 1765 a 1850. O Bairro de Jaguari, aparece pela primeira vez, no Caderno de Recenseamentos de 1780. Contava o Bairro naquela época com apenas 8 fógos (sedes residenciais) e 76 moradores, entre chefes de família, suas mulheres, filhos, agregados e escravos. Este importante documento denomina todos os familiares contados. Em 26/03/1944 “A Comarca” noticia: “JAGUARI passará a ser JAGUARIÚNA e não JAGUARITÉ”. E acrescenta: “De acordo com o projeto de Divisão Judiciária e Administrativa do Estado, publicado pelo “Diário oficial”, de 21 do corrente, o nome assentado para substituir o da vila de Jaguari, deste município (Mogi-Mirim) é Jaguariúna que quer dizer “Oncinha Preta,negra ou escura e onça do rio negro.”
“A Comarca” comenta que esse nome é equivalente a “Jaguarauna,” que, em Teodoro Sampaio, quer dizer “Onça preta, o tigre”. E arremata: _ “Assim a antiga Vila Bueno (que seria o nome mais indicado, como homenagem ao saudoso Amâncio Bueno, incentivador de seu progresso), ficará doravante com a denominação de Jaguariúna (1º/01/1945). Se contarmos os anos noticiados do Velho Jaguary, (de 1780) estamos com 236 anos de História. O historiador Dr. José Eduardo Pimentel de Godoy, Amparo, também deixou nesta Casa da Memória, cópias de Batismo de pessoas de Jaguary, de 1795, registrados na Igreja de São José de Mogi-Mirim. Vários Documentos ratificam nossas raízes no século XVIII. Acorde, Cidadão, para sua História: 236 anos!
Tomaz de Aquino Pires