QUAIS LEMBRANÇAS TRAZ O DIA 16 DE JULHO?

Uma das admirações dos católicos e apreciadores do Patrimônio Histórico era o prédio da Casa Paroquial que foi inaugurada no dia 16 de julho de 1945. Neste dia a Igreja também celebra a Festa de Nossa Sra.

Do Carmo, protetora do Carmelo. Entregava-se aos fiéis nesta data o escapulário de N. Sra. do Carmo. Consistia em dois quadrados bem cosidos de pano castanho escuro.

Um trazia a estampa bordada de N. Sra. do Carmo e o outro, do Sagrado Coração de Jesus. Eram unidos por um cordão, pendurado ao pescoço, uma estampa ficava sobre o peito e a outra, nas costas. A palavra vem do latim escápula que significa ombros, armadura, proteção. Era um sinal de confiança em N.Sra. do Carmo, sinal de proteção e de graças.

Maria Santíssima entregou a São Simão Stock, fundador da ordem do Carmelo, como sinal de sua aliança, salvação nos perigos, paz e amor eterno. Grandes santos deram testemunhos miraculosos sobre o escapulário.

Esta devoção desapareceu na Igreja pós-conciliar. Por que não voltar? E a Casa Paroquial também pode voltar através da reposição de sua memória, sendo reconstituídas as fachadas de sua frente e de seu fundo. Aquele patrimônio cultura material com a sua riqueza arquitetônica em suas duas fachadas traria de volta a riqueza de histórias cristãs ali vivenciadas pelos sacerdotes e fiéis paroquianos que teceram nossa identidade.

Hoje, neste local, temos a Casa da Memória Padre Gomes cuja instalação, sem dúvida, se tornou exemplo para a nossa região. Ela foi instalada segundo modelo do Instituto Moreira Sales de São Paulo e demais instituições do gênero, dentro dos princípios da mais avançada tecnologia e informatização. Em sua Reserva Técnica abriga com eficiência “ad aeternum” fotografias e documentos referentes às memórias e história do município.

Contém armários de aço deslizantes, aparelhagem de ar condicionado de última geração, em funcionamento 24 horas por dia. Acondicionamento documental em jaquetas de papel neutro, não alcalino, protegidas por plástico de polipropileno que não deixam o documento envelhecer, com proteção total do acervo para estudo e pesquisas dos consulentes para a posteridade.

A nova construção é uma fortaleza e seu espaço interno, arquitetura moderna, abriga esse precioso arquivo cultural: Casa da Memória. Nela, internamente, tudo deve ser preservado! Porém as grosseiras, altíssimas, feias e antipáticas paredes laterais, quais Muros de Berlim, são inconstitucionais, porque prejudicam a visibilidade do Patrimônio Histórico do século XIX, a Matriz Centenária, marco da fundação de Jaguariúna.

A retirada dos dois muros de Berlim e a reconstituição das duas referidas fachadas e telhado da Casa Paroquial, reporão, com certeza, a doce memória daquela “Casa” tão cara à população de Jaguariúna, assim como sua rica arquitetura na varanda em arcos da década de 40. Na época foi considerada pela “A Comarca” (22/07/45) como uma das mais belas da Diocese de Campinas.

Faz anos que os munícipes, o CONPHAAJ, a Associação Amigos do Padre Gomes, a Casa da Memória bradam, gemem, choram pela referida reposição dessa imperdível memória. As muitas e prósperas indústrias de ponta que aqui se instalaram poderiam satisfazer este anseio abraçado inclusive pelos poderes públicos locais. Concretizar este sonho, quem há de? Desistir dele, Nunca!
Tomaz de Aquino Pires

 

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