10º Mutirão contra dengue visita 3,9 mil imóveis e remove 940 toneladas de resíduos

Crédito Foto: Toninho de Oliveira

Mobilização ocorreu no sábado, 6 de abril, e percorreu o Jardim Carlos Lourenço e mais seis regiões. Trabalho multisetorial encontrou 49,5% dos imóveis inacessíveis

Sete regiões foram percorridas durante 10º Mutirão contra a dengue, em Campinas
Agentes de saúde visitaram 3,9 mil imóveis durante o 10º mutirão realizado pela Prefeitura de Campinas em 2024 contra a dengue. A ação ocorreu em sete regiões da cidade no sábado, 6 de abril, e removeu 940 toneladas de resíduos durante os trabalhos para limpeza e eliminação de possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença.

Os bairros percorridos foram: Jardim Andorinha, Jardim Itatiaia, Jardim Carlos Lourenço, Jardim New York, Jardim Santa Eudóxia, Jardim São Fernando e Vila Orozimbo Maia.

Resultados

Nesta ação mais recente foram visitados 3.945 imóveis e 50,5% foram trabalhados com remoção de criadouros do mosquito e orientação aos moradores. Já a outra parte estava inacessível por estar fechada, desocupada ou em virtude do impedimento dos moradores.

Considerando-se todos os mutirões de 2024, pelo menos 41,4 mil imóveis já foram visitados. De 1º de janeiro até esta segunda-feira, 8, Campinas teve 44.044 casos confirmados de dengue e oito mortes. O município está em epidemia, declarou emergência em 7 de março, e a transmissão do vírus ocorre neste momento em todas as regiões.

Antes disso, Campinas promoveu outros nove mutirões, incluindo o 1º da Região Metropolitana (RMC), e participou do Dia D Estadual contra a doença.

Como foi o mutirão?

O mutirão de sábado reuniu voluntários e agentes da Saúde, incluindo os trabalhadores da empresa terceirizada Impacto Controle de Pragas, que atuam nas visitas aos imóveis para orientação dos moradores sobre como fazer a limpeza correta e eliminação de criadouros.

Além disso, funcionários de Serviços Públicos atuaram para remoção de 940 toneladas de resíduos, incluindo cata-treco. Foram limpas 55 bocas de lobo durante o trabalho.

A Administração repetiu a estratégia de usar drones para localizar grandes criadouros do Aedes aegypti como piscinas e caixas d’água em imóveis identificados como desocupados ou em situação de abandono. O trabalho foi multissetorial e contou com apoio de profissionais das secretarias de Habitação, Educação, Gestão de Pessoas, Assistência Social, Trabalho e Renda, Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação, Esportes e Lazer, além da Guarda, Defesa Civil, Sanasa, Emdec, Ouvidoria, Ceasa e Camprev.

Orientações sobre assistência

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação. Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.

Crédito Foto: Toninho de Oliveira
Agentes de saúde e voluntários durante 10º Mutirão contra a dengue, em Campinas
O que já foi feito

Desde dezembro de 2023 a Secretaria de Saúde já colocou em prática uma série de medidas consideradas adicionais, sobre o planejamento regular de prevenção e combate à dengue, que inclusive começaram a ser copiadas por outros municípios diante do contexto do aumento de casos da doença. O plano inclui Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e novo site para divulgar informações.

Outra novidade é o uso de inteligência artificial para ampliar o monitoramento e assistência em saúde aos pacientes com dengue. Toda pessoa diagnosticada ou com suspeita da doença, após atendimento no SUS Municipal, recebe via WhatsApp mensagem disparada pelo chatbot que auxilia a Pasta a acompanhar as condições do paciente. Caso necessário, é feita nova orientação sobre busca por atendimento.

A Prefeitura criou ainda o Grupo de Resposta Unificada (GRU), que envolve todas as áreas com objetivo de agilizar respostas e fiscalizações para as denúncias sobre criadouros.

Estatísticas do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) mostram que 80% dos criadouros do mosquito Aedes aegypti estão nas residências. Portanto, o enfrentamento à epidemia exige esforço compartilhado entre Poder Público e população para eliminar qualquer espaço com água que possa ser usado pelo inseto para proliferação.

Comitê de prevenção

A Prefeitura conta com um comitê de prevenção e controle de arboviroses desde 2015, que em 2023 passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. Ele reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos, Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa. No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão no site: https://dengue.campinas.sp.gov.br.