33ª Festa do Peão de Americana foi sucesso absoluto
Americana encera a 33ª edição e comemora. Na arena são definidos os campeões, dignos da fivela mais disputada do Brasil
“Foram sete dias de festa e nós só podemos agradecer a Deus, ao público, as famílias que compareceram em peso e aos patrocinadores por acreditarem e estarem conosco há 33 anos. São exatos 365 dias de trabalho duro para deixar tudo pronto. Com isso, reafirmamos o nosso compromisso em nos manter como um rodeio raiz, que preserva a cultura sertaneja na sua essência. Nos encontramos de 10 a 21 de junho de 2020”, disse o presidente do Clube dos Cavaleiros de Americana, Beto Lahr.
As finais na arena foram de tirar o fôlego do público que lotou o Parque de Eventos CCA e não desgrudou os olhos dos competidores. Enquanto o sol se punha , 15 atletas da montaria em cavalos disputavam a melhor nota na semifinal e o direito a uma das dez vagas da finalíssima, que aconteceu na sequência. A cada décimo de nota, tudo mudava e o público ia a loucura. “Está tudo embolado”, dizia Enrique Moraes, locutor e organizador da prova.
Na final do Cutiano, quem levou a melhor foi Kaio Henrique Barros, de apenas 19 anos. Montado no animal Cheiro de Malícia, fez 90 pontos, a maior nota da semana e se consagrou campeão. “Foi muito gratificante, porque estou nesta luta desde 2014 e este é o primeiro título da minha carreira. E olha só, ganhei em Americana. É muito especial”, comemorou. Com uma boa performance na etapa, na sexta-feira Kaio Henrique dividiu o primeiro lugar na classificatória com Marco Antônio Silva e ficou em segundo lugar na semifinal. O animal Paixão Caipira, da Cia Tito Cardoso foi escolhido o melhor da competição, com média de 45,88 e a Cia Tito Cardoso foi reconhecida como a melhor tropa.
Resultados – Final Montaria em Cavalos:
1º – Kaio Henrique Barros e Cheiro de Malícia: 90 pontos
2º – Zeius Cruz Fonseca e Fera Goiana: 88,75 pontos
3º – Ari Piovezan Junior e Meia Noite: 87 pontos
Na prova dos Três Tambores, os tempos baixos eram superados a cada apresentação, o que tornou a competição imprevisível e disputadíssima. Mas foi Nívea Reina, de 40 anos, de Mairinque, no interior de São Paulo, que fez o menor tempo da noite. Com 17,765 segundos na égua Lider of Star Wars, consagrou-se campeã ao ter a menor somatória dos três dias de competição: 53,446. “Foi muito acirrado. Eu estava em terceiro lugar antes da noite começar. Lógico que almejava a fivela, mas também achava muito difícil. E ganhar, pela primeira vez aqui, foi sensacional”, disse com olhos cheios d’água.
Resultados – Final Três Tambores
1ª – Nívea Reina e Lider of Star Wars: 53,446
2ª – Larissa Xavier Ribeiro e Wolverine King EK: 53,479
3º – Kelly Caroline Pereira da Silva e Elvis Ta Fame: 53,816
E, para quem achou pouco, veio o Iron Cowboy, competição no estilo mata-mata, para testar os corações de quem estava na plateia. E haja coração! Os 12 melhores atletas da PBR nesta 31ª etapa foram divididos em duas chaves, oitavas, quartas, semifinal até sobrarem os dois melhores atletas da noite em uma final eletrizante.
Adriano Salgado, de 21 anos, competiu pela primeira vez no Iron Cowboy. Superou na semifinal o tricampeão mundial da PBR e campeão do Iron Cowboy em Americana em 2012, Silvano Alves, e na sequência, enfrentou com êxito o também finalista e oponente Fábio Eleutério, conquistando o título e a fivela.
A semifinal entre Silvano Alves e Adriano Salgado foi eletrizante. Montados, respectivamente, nos animais Careta e Caracamano, empataram com nota 90,50. Pela regra da PBR tiveram que montar novamente. Desta vez, Silvano Alves enfrentou o Trem Fantasma e permaneceu 2,49 segundos. Com 3,98 em cima do Fera do Rancho, Adriano Salgado passou por cima do tri mundial e seguiu para a final contra Fábio Eleutério.
Visivelmente cansados – ambos já tinham montado em três touros – os competidores agitaram a plateia, que gritava a cada segundo. Mas, foi Adriano Salgado quem comemorou com a família o título de homem de ferro. Ele permaneceu 5,50 segundos no Impressionante, enquanto seu rival apenas 3,99 segundos no Mexicano. “Silvano Alves sempre foi meu ídolo. Disputar a semifinal com ele e ter outros campeões mundiais, como Adriano Moraes e Guilherme Marchi, me assistindo deu uma adrenalina. Vencer e mostrar que sou capaz me emocionou demais”, disse o atleta que, desde a infância, recebe incentivo dos pais para seguir na profissão. “Meu pai montou em touros e me apoiou muito.”
O melhor animal da montaria em touros foi Reza a Lenda, da Cia Três Irmãos, com média de 44,87 pontos.
Para encerrar a 33ª edição, o já tradicional Domingo da Família recebeu Chitãozinho e Xororó e Cesar Menotti e Fabiano. As duas duplas cantaram grandes clássicos de carreira e mostraram que suas canções são realmente eternas.
Chitãozinho e Xororó abriram o show com Nascemos Pra Cantar e, no repertório, não faltaram sucessos, como Aqui o Sistema é Bruto, Evidências, Fio de Cabelo e Página de Amigos.
“Que prazer pra nós estar aqui hoje. Faz barulho!”, pediu Chitãozinho. Xororó completou: “A gente adora a participação de vocês no nosso show e ficamos muito animados aqui no palco”. Na sequência, a dupla cantou Um Homem Quando Ama e Sinônimos.
Já Cesar Menotti e Fabiano fecharam o evento com chave de ouro. O púbico continuou presente para ouvir sucessos como Ciumenta, Como Um Anjo, Leilão, entre outras. “Americana é a festa mais sertaneja do Brasil”, disse Fabiano antes de emendar a canção Do Lado Esquerdo.
A 33ª edição da Festa de Peão de Americana, com o Domingo da Família, encerra com sucesso e casa cheia, além das finais de todas as provas, mostrando que a cultura do rodeio raiz segue forte, atraindo mais e mais competidores em todas as modalidades, desde Cutiano, até montaria em touros e, com certeza, repetirá o sucesso em 2020.