OS MAIORES MEDOS DO BRASILEIRO

Para falar sobre o medo, quero primeiro trazer aqui uma estatística triste: “18,6 milhões de brasileiros possuem transtorno de ansiedade”. Este é o dado divulgado pela Organização Mundial da Saúde e coloca nosso país no topo do ranking, com a população mais ansiosa do mundo!

Mas você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com o tema de hoje. Tem tudo a ver. Pense comigo. Psicologicamente falando, a ansiedade é o registro de dois sentimentos: o medo e a insegurança. Logo, está tudo interligado e vamos entender no decorrer desse texto o que mais amedronta as pessoas e o porquê de tanta ansiedade.

Quando falamos em medo, podemos abordar a questão em várias vertentes. Existem os medos do nosso inconsciente, que trazemos nas memórias; podemos falar dos medos imaginários; podemos ainda falar de fobias; e também dos medos reais, os que nos assombram a todo momento. Portanto, como o assunto é amplo, vou me concentrar hoje nos medos concretos, aqueles que são temas de artigos divulgados recentemente pelo Ipsos, considerado o instituto de pesquisa de mercado mais inovador do mundo.
Um levantamento do Ipsos, realizado em agosto passado, em 29 países, com 20.570 pessoas detectou os maiores medos dos brasileiros: Em primeiro lugar estão os temas relacionados “à pobreza e à desigualdade social”. Em segundo lugar, os brasileiros elegeram “a criminalidade e a violência” sendo os assuntos que mais os afligem. E em terceiro lugar as questões de “saúde”.

Então me responda se esses não são motivos suficientes para desencadear os sentimentos de medo e insegurança e, consequentemente aumentar o nível de ansiedade de qualquer um? A preocupação em ficar sem dinheiro, sem ter condições de manter a família, a exposição a situações de violência ou ainda a possibilidade de ficar doente são os que chamamos de medos reais. Eles acontecem e, infelizmente, estão desencadeando muitos outros problemas na população, como depressão, síndrome do pânico, obesidade, hipertensão, vícios, problemas de relacionamentos, fobias, e muitas outras doenças e transtornos mentais.

Temos então diante de nós um fato concreto: de que a situação econômica do país e as políticas adotadas nos últimos anos, deixaram o cidadão com a sensação de não ter para onde correr. E a gente sabe também que para mudar um país é preciso esforço dos governantes, políticas públicas e ações efetivas, além da disposição de cada um de nós também – e tempo para colher os frutos. Portanto, como você não é criança, sabe que não é do dia pra noite que as preocupações desaparecerão, como num passe de mágica.

Se você faz parte desse imenso grupo de pessoas que vive com medo, pense de que forma você pode agir para ser menos impactado pelas consequências físicas e psicológicas dele, enquanto a situação do país não muda por completo?

O que quero dizer é que, por mais difícil que seja buscar equilíbrio e calma, essa é a saída. Pense numa pessoa se afogando. Se ela se desesperar e se debater, menos chance vai ter de boiar e se salvar. Sei que parece fácil falar, mas isso é ciência e, por mais que seja difícil colocar em prática, é preciso um esforço gigantesco, quando queremos que uma situação melhore. Quando ficamos preocupados excessivamente uma série de reações químicas ocorrem no nosso cérebro. Isso interfere nas nossas reações diante da vida. Pode nos paralisar num momento de tomada de decisão, ficarmos irritados ou sem foco. Quantos de nós já não perdeu a cabeça e colocou tudo a perder numa situação importante, justamente porque estava desequilibrado emocionalmente?

Uma mente estressada, cansada, desesperada, não consegue pensar, não absorve aprendizado, não rende no trabalho, não produz. Uma mente medrosa, ansiosa, só piora o que já está ruim. Uma mente calma, tranquila, confiante, consegue enxergar mais fácil e melhor uma saída diante dos problemas.
Preste atenção no que acontece no corpo de uma pessoa quando sente medo, estresse ou ansiedade. O hipotálamo é ativado e sintetiza basicamente duas substâncias: o cortisol e adrenalina. Então uma série de reações começa, como sudorese, coração acelerado, contração muscular, falta de ar, aumento da pressão sanguínea, entre outros. Já imaginou essas substâncias sendo jorradas dia a dia, no corpo de uma pessoa que vive constantemente com medo? Como se não bastasse, há também a liberação de endorfina, que deixa o corpo mais resistente à dor. Daí temos aquelas pessoas que se desdobram para conciliar os afazeres da casa, da família e do trabalho, e sequer percebem que estão cansadas. Vão à fadiga e não sentem. Não se dão nem o direito de pararem um pouquinho, para recarregar as energias.
Portanto, se a situação financeira, a saúde, ou o ambiente em que você vive está ruim, faça o que for preciso para mudar isso. Mas primeiro de tudo, acalme a sua mente, não se debata, tente boiar. Olhe em volta, olhe pra si mesmo com mais atenção e amor; busque ensinamentos milenares, exercícios de respiração e de meditação, capazes de oxigenar seu cérebro; faça terapia; fortaleça a sua fé; se exercite; melhor a alimentação; foque no bom e crie o hábito de agradecer. Aos poucos, o medo vai diminuir e você vai se surpreender com a mudança na forma de enxergar e encarar seus problemas. Muitos deles ainda existirão, mas aquela pessoa medrosa diante da vida, terá mudado completamente. Isso é possível, mas depende – muito – de você.

 

Adriana Cruz

Terapeuta, Jornalista e Palestrante

– Especialista em:

– Transtornos Emocionais, pelo método TRG;

– Leitura Corporal;

– Técnicas de Neurociência

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