RESTAURO DA MATRIZ AVANÇA- I – ELA PRECISA DE R$

Um sonho vai edificando-se desde o início de maio/2024. A equipe comandada pelo Prof. Marcos Tognon da UNICAMP com o sr. Valdemir Lúcio Rosa e sua empresa colocaram seus funcionários para início do Restauro, propriamente dito, da Matriz Centenária. Iniciou-se pelo forro, mas do lado de cima, chamado extradorso. Após quatro descupinizações, desde 2017 até o início de 2024, pela DDLimp de Mococa , após faxinas gerais, o extra dorso fasquiado do teto barroco recebeu o Mestre Zé Edson. Ele há mais de 20 anos adquiriu esta especialidade, restaurar forros artísticos de Igrejas.

Segundo Prof. Marcos Tognon, este modelo já era usado pelos romanos na antiga Pompeia e a partir de então, conhecido e disseminado por muitas construções, inclusive aquela do Rei Louco da Alemanha, em seu castelo. Foi trabalhado por construtores europeus nesta Capela de Santa Maria de Jaguary (1889-1894), também na Matriz de Mococa. O forro tem uma sustentação em madeira de lei. Na parte superior do forro (extradorso) é tecido por madeiras dispostas como costelas justapostas. Este esqueleto em madeira fina foi muito varrido, limpo, escovado, sendo retirado dele todo tipo de impureza; desde fezes de insetos, pombas, morcegos, suindaras, cupins…. Onde a madeira esteve devorada por tais agentes destruidores, ela foi trocada.
Todo o extradorso do forro recebeu uma cola plástica emborrachada: “masticks”. Tal material além da colagem, permite dilatação da estrutura de acordo com a temperatura ambiente. Para a execução deste trabalho houve iluminação de todo espaço. Tornou-se iluminado como a luz do dia. Houve instalação de uma passarela com tábuas. Ficará para sempre como segurança para todos os trabalhos que, doravante, se fizerem. Isto para ações de restauro e ações de manutenção no futuro (limpeza, descupinização, aferição de instalações, etc). Passarela removível e reversível, se necessário, desdobra-se, para segurança dos trabalhadores e gestores.

Neste forro houve intervenções com cimento inapropriadas. Foram retiradas para consolidação dos estuques históricos. Percebe-se em muitas tesouras o talhe do machado. Grandes vigotas receberam braceletes de metal fechados por fortes presilhas. Houve partes que necessitaram de chapas de metal reforçado para a perfeita sustentação. Alguma ponta de vigota exposta a goteira precisou de reforço de nova vigota devidamente emendada por metal e fortes parafusos num perfeito trabalho de marceneiro e serralheiro.

Houve, portanto, trabalhos de ancoragem e de reforço de peças onde havia alguma fissura. Cabos de aço foram esticados em todos os pontos para segurança dos trabalhadores: Mestre Zé Edson e seu aprendiz e funcionário Matheus. Tais cabos muito bem instalados ali ficarão definitivamente. Neles penduram-se os artesãos para a execução dos referidos trabalhos. Seguem trabalhos de limpeza das estruturas do telhado para aplicação no madeiramento de um verniz protegido e antichama. Há realização concomitante com outra equipe de trabalhos de SPDA – para-raios – e troca do sistema elétrico.

A Comissão (Galvão, Therezinha e Tomaz) tem saído a campo para angariar fundos para a manutenção dos trabalhos de restauro, haja vista que se trata de salvar um patrimônio histórico, artístico, arquitetônico que é o marco de fundação de Jaguariúna. As famílias já se dispuseram a uma contribuição mensal de acordo com suas possibilidades. Uma forma sugerida é o PIX com a seguinte chave restauromarcozero@hotmail.com Há também um cofre de esmolas na Matriz Nova para as obras de restauro, assim como conta específica movimentada apenas pela Comissão para tal fim no BB: Agência 2.200-4, conta n° 11.739-0. A comissão aguarda adesão dos Poderes Públicos e das empresas deste Parque Industrial.

Tomaz de Aquino Pires