NATAL 2024 COM DOCES MEMÓRIAS
Leitores, “Amem a verdadeira Sabedoria, porque Ela é clarão de luz eterna e espelho da majestade de Deus!” As palavras das Sagradas Escrituras procedem da reverência ao Senhor e foram escritas pelo sopro do Espírito Santo de Deus. O homem moderno não tem tempo para parar e pensar. Tudo são números! Há muita ambição! Na luta pela sobrevivência, passamos o ano inteiro assim, trabalhando e correndo de cabo a rabo! É tempo de parar e preparar-se para a chegada do Menino Deus! Chegou Natal! Parem um pouquinho! Olhem para o Alto! Pensem no Amor que é perene como a relva; na Família, nos Amigos, no próximo! É tempo sagrado de confraternização e ação em benefício do próximo necessitado. Também daquele Amigo ou Parente que carece de atenção e de ser convidado para a nossa confraternização. Isto é Natal!
À medida que assim fazemos edificamos o amor que vem de Deus. Orem, pois a oração tem poder. É nesta Fé que é possível agradecer e adorar o dono da Festa, o motivo por excelência da comemoração do Natal: “ a vinda ao mundo do Filho de Deus” que veio unir a Terra ao Céu. Chegou a ponte que nos une ao céu! Vivenciemos este Ciclo do Natal preparando nossa Casa e nosso coração com alegria. Montemos o Presépio! Passemos nossos verdadeiros valores às novas gerações! Árvore de Natal. A noite vai iluminar-se, o céu vai encher-se de luz. Os Anjos vão cantar Glória, vamos comemorar o nascimento de Jesus, Deus vai chegar. Assim como chegava e abençoava o lar em nossa infância ao lado de nossos Pais e Avós.
Em todos estes momentos lembramo-nos com alegria dos Natais passados, são eles que inspiram e alimentam o júbilo dos Natais presentes. Um dos maiores intelectuais do século XX, Dr. Alceu Amoroso Lima nos ensinou que o Passado não é aquilo que passou, mas o que fica do que passou. Por isso comemoramos esta festa mais linda da cristandade. O passado é dimensão permanente da consciência humana (Erick Hobsbawn). O Passado explica e ensina o Presente e cria condições de edificar o Futuro. Confraternizemo-nos, pois! Comemoremos dessa forma aprimorada, modernamente, com ceia, luzes, muita festa e alegria, sem nos esquecer de incluir o motivo principal da comemoração, a vinda do Messias, colocando a Igreja de cada um em seu ponto mais alto nesta confraternização.
Por isso não faltará a união de todos, o perdão, a inclusão do próximo necessitado, o desejo de – e a nossa luta pela Paz. Nestes dias vejo-me naquele grande grupo de coroinhas do Padre Gomes na matriz, que hoje lutamos por conseguir restaurar. Vejo o Presépio montado na Capela de São José, ali onde foi sepultado esse pároco emérito. Ele e o sacristão, Chico do Padre, preparavam o presépio com palhinha tingida imitando a relva verde. Tingiam a bucha seca e faziam dela muitas árvores a decorar Belém. Era novidade, nos anos 1950, o pisca-pisca em torno da manjedoura e da cocheira onde se colocavam as figuras sagradas do Presépio.
Os coroinhas não perdiam uma única cerimônia. Nas vésperas do Natal o pároco presenteava os assíduos com pequenas imagens para pôr no presépio de casa. Havia ferreiro, pastor, lenhador, pedreiro, ovelhas…Os pais montavam o presépio, ensinando a história sagrada aos seus filhos, e levavam-nos a participar de todas as cerimônias religiosas. Naquelas manhãs de dezembro, após a missa, nós saíamos em bando de garotos a visitar os presépios montados nas ruas principais. Na Alfredo Engler chamava a atenção de todos o presépio montado pelo Prof. Mário Bergamasco no Bar e Doceria das Irmãs Frachetta. Na Rua Cândido Bueno os coroinhas visitavam o presépio montado por D. Irma Rizzoni tomava parte de uma sala.
O mesmo ocorria com o presépio do Tio Gim Ferrari, ao lado de seu armazém, depois o presépio de D. Zenaide Chiavegato. A Igreja preparava o Natal dos Pobres. Muitas famílias pobres enfileiravam-se ao lado do cinema do Padre (Teatro Municipal), com a senha em mãos, aguardando a sua hora e vez de ganhar os presentes, comer pão com mortadela, tomar suco de groselha. Este lanche tornou-se, depois, grande almoço feito pelas senhoras das Associações Religiosas. A alegria do padre era sentar-se à mesa e almoçar com todos os pobrezinhos. À meia noite do dia 24, havia a Missa do Galo. E todos cantavam a várias vozes com o coro Santa Cecília a eterna canção “Noite Feliz”. Que a posteridade comemore sempre o verdadeiro Natal do Senhor Jesus!
Tomaz de Aquino Pires