Estudo avaliará exposição de trabalhadores rurais a agrotóxicos
O diretor-executivo de P&D da Embrapa, Ladislau Martin Neto, o chefe do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD), Celso Moretti, o assessor Jefferson Costa e a diretora técnica e administrativa do Prohuma, Fabiana Cremaschi se reuniram em Brasília.
Representantes do Instituto Prohuma de Estudos Científicos se reuniram em Brasília em 29 de setembro, com o diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Ladislau Martin Neto, o chefe do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD), Celso Moretti, e o assessor Jefferson Costa para discutir a participação da Embrapa no desenvolvimento de um banco de dados que contribua para a regulação e orientação da exposição de trabalhadores rurais a agrotóxicos no Brasil.
“Ainda não temos no País um levantamento com a realidade dos trabalhadores que manipulam esses produtos, desde o preparo da calda até o abastecimento dos tanques de pulverização e a aplicação. Com essas informações, teríamos suporte para fazer a avaliação do risco ocupacional dessas atividades”, explicou a diretora técnica e administrativa do Prohuma, Fabiana Cremaschi.
Além do desenvolvimento do banco de estudos e dados, o projeto prevê ainda a criação de mecanismos de orientação, apoio e capacitação ao trabalhador rural, bem como o apoio ao desenvolvimento de tecnologias e sistemas de mitigação da exposição humana a agrotóxicos.
De acordo com Ladislau Martin Neto, a Empresa se colocou à disposição para participar do projeto. “Além de uma Unidade de referência, a Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), temos os portfólios de Manejo Racional de Agrotóxicos e de Controle Biológico, com vários especialistas dedicados ao assunto”, destacou.
Já o chefe do DPD lembrou que o trabalho ainda está na fase inicial. Mas, no futuro, pode-se pensar inclusive em um acordo de cooperação técnica mais amplo com o instituto. “Esse tema é fundamental para a saúde do trabalhador rural, pois define, por exemplo, os equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários para a aplicação de cada tipo de agrotóxico”, ressaltou Moretti.
O Prohuma é um instituto sem fins lucrativos, criado em 2013. Atualmente reúne 16 empresas do setor de agrotóxicos no Brasil, como Bayer, Basf, Syngenta, Dow e Monsanto.
Pulverizador
Uma das tecnologias desenvolvidas pela Embrapa que pode ajudar a diminuir a exposição dos trabalhadores rurais a agrotóxicos e aumentar a eficiência do controle de pragas e doenças é o pulverizador elétrico e eletrostático, idealizado pelo pesquisador Aldemir Chaim, da Embrapa Meio Ambiente.
Nesse tipo de pulverização, uma carga elétrica estática é induzida em cada gota emitida, o que faz com que ela seja atraída pela planta com carga neutra. A planta fica polarizada quando com carga de sinal oposto ao das gotas, por efeito de indução, e assim ocorre uma atração muito forte entre elas.
Segundo Chaim, a alta carga de energia das gotas faz com que elas atinjam a planta muito rapidamente, antes mesmo de serem volatilizadas. Além disso, o fato de todas as gotas estarem com cargas elétricas de mesmo sinal faz com que haja uma repulsão entre elas. Com isso, é possível atingir as plantas de maneira mais uniforme, mesmo em regiões mais escondidas, aumentando a eficiência do controle de pragas e doenças na lavoura.
Eficiência
Na prática, isso significa maior eficiência na pulverização, economia no uso de agrotóxicos e, consequentemente, maior eficiência no serviço de aplicação, já que a necessidade de reabastecimento do tanque é menor. Além disso, ao reduzir a quantidade de agrotóxico utilizado, a tecnologia traz benefícios ao meio ambiente.
“Tão importante quanto aplicar o produto correto, seguindo as recomendações de um profissional, é garantir que o produto aplicado alcance os alvos biológicos desejáveis na quantidade necessária. A ausência dessa preocupação pode resultar em impactos negativos ao homem, ao meio ambiente e ao produto”, salienta Chaim.
Matéria: Secretaria de Comunicação da Embrapa – Secom