Maurício em sua última entrevista como prefeito de Santo Antônio de Posse
Maurício Comisso se elegeu prefeito de Santo Antônio de Posse nas eleições municipais de 2012. Empossado em janeiro do ano seguinte, o advogado e professor de história, deu início ao seu governo na cidade. Em 2017, Maurício deixa a administração de Posse após perder nas urnas para Bertinho da Grimaldi. O Regional conversou com o prefeito para ouvir a avaliação do mesmo sobre seu governo. Acompanhe a entrevista.
O Regional – Qual era o cenário da prefeitura quando o senhor iniciou seu mandato e quais foram as primeiras medidas tomadas?
Maurício Comisso – Na realidade, quando iniciamos na prefeitura a maior reivindicação do povo era a Saúde, o gasto na área era 14% do orçamento e nós passamos a gastar em torno de 33% anual. Aumentamos o número de médicos, reformamos o Pronto Socorro, fizemos o convênio com o Governo Federal e trouxemos os médicos cubanos, conseguimos a efetivação e entregamos o PSF do Jardim Helena e do Boa Vista, reformamos o PSF da Ressaca, estamos terminando a construção do PSF do Rincão, então a Saúde era o ponto principal a ser trabalhado em nosso governo. Além disso, ainda tínhamos a questão da água. Pegamos a cidade enfrentando uma grande crise hídrica, faltava muita água na cidade e nós, de uma forma arrojada, fizemos muitos investimentos em novos equipamentos, bombas, nas quatro represas e garantimos o fim da falta de água no município.
OR – Em relação a Educação, quais foram as medidas aplicadas na cidade?
MC – Trabalhamos muito na área educacional e conseguimos aumentar o índice do IDEB, ainda não atingimos o que esperávamos, mas houve um avanço em todas as escolas, principalmente no ensino infantil e fundamental. Diminuímos também o número de alunos nas salas de aula, aplicamos a lei do 1/3 (o professor que cumpre jornada de 40 horas semanais, tem de ficar pelo menos 13 horas em atividades fora da sala de aula), contratamos mais ou menos 100 professores nos últimos quatro anos e oferecemos um ensino de qualidade para nossas crianças e adolescentes.
OR – Em sua opinião, quais foram os principais avanços da cidade?
MC – O importante da nossa gestão foi que nós fizemos a abertura do nosso munícipio. Nós fizemos um mapa do progresso, pegamos a cidade que estava pedindo desenvolvimento e trabalhamos nisso. Regularizamos o Distrito Industrial conhecido como Roxo Nobre, na rodovia SP-340, fizemos a lei de incentivo as empresas, somente no meu governo vieram 14 empresas e agora, a maior delas, a Adata, já está se instalando e gerará em torno de 200 empregos no município. Também conseguimos aprovar por decreto o Distrito Industrial Técnico, que são 215 lotes industrias também na rodovia SP-340, no quilômetro 140 ao lado do crematório, esse novo Distrito irá ser aumentado em 200 lotes que já estão aprovados. Mas o mais importante, nós fomos parceiros de todas as indústrias do município, demos incentivos fiscais, apoiamos, ajudamos muito o Veiling Holambra e aprovamos projetos importantes lá dentro, ajudamos as demais empresas e conseguimos alavancar o progresso da cidade. Além disso, com a aprovação da lei do incentivo (com a lei as indústrias são isentas do pagamento de IPTU e ISS para construção) as empresas se sentem atraídas para nosso munícipio. Nós pensamos muito no desenvolvimento de Santo Antônio de Posse.
OR – Como foi trabalhada a questão da moradia no seu governo?
MC – Dentro do município aprovamos novos loteamentos como o Cidade Jardim que ajudou muito a população de baixa renda, já que são lotes de interesse popular com 200 m², pouca entrada e parcelamento acessível. Cerca de 400 famílias foram beneficiadas com esse loteamento. Por decreto também aprovamos o Jardim Brasília com mais 200 lotes, o Jardim dos Lagos com 280 lotes, que se enquadra como uma continuação do bairro Vila Rica e também o Padre Pedro que já era um projeto implantado e que foi aprovado agora em nossa administração. Então, com certeza a cidade ganhou muito em relação a moradia e, particularmente, acredito que em mais três ou quatros anos nossa população vai aumentar bastante e nós moradores só vamos ganhar, pois a cidade irá melhorar, assim como o comércio e a indústria.
OR – Como está acontecendo o processo de transição de governo?
MC – Quando eu entrei na gestão, dei continuidade a todos os bons projetos e agora, através de uma lei municipal que norteia a transição do governo, nós obedecemos rigorosamente todos os trâmites e atendemos as pessoas indicadas pelo futuro governo e disponibilizamos todas as documentações que eles precisavam. Inclusive, alguns funcionários da nossa gestão irão permanecer no governo atual e vamos deixar os computadores com todos os dados para que possa se dar continuidade nos projetos, porque deixamos bastante convênios, bastante verba para que nossa população possa ser beneficiada.
OR – Em relação as obras iniciadas próximo ao período eleitoral, como a construção do hospital, existe uma conversa com o próximo prefeito para que haja continuidade?
MC – Na realidade, neste final de mandato nós tivemos que interromper a construção até por conta da questão financeira, esses foram anos difíceis, poucas prefeituras conseguiram atingir suas expectativas. Mas nós indicamos para a próxima administração que a prefeitura de Posse tem o direito de receber cerca de 70% dos precatórios, hoje esse valor gira em torno de mais ou menos um milhão de reais, é um valor que nós pleiteamos para Câmara em 2015 e que iríamos pagar o IPREM. Como a Câmara não aprovou é uma indicação para que a próxima gestão, os próximos vereadores olhem com carinho para essa obra que é nova, aprovem esse um milhão que é o suficiente para terminar o hospital e começar seu funcionamento com a realização de pequenas cirurgias, internações. Eu acredito que a continuação dos projetos vai depender um pouquinho da boa vontade da nova gestão.
OR – Como o senhor avalia seu governo?
MC – Uma avaliação muito positiva! Nós conseguimos melhorar a educação, a qualidade de vida, melhoramos a água e melhoramos, principalmente, a saúde. Fizemos convênio com Mogi Mirim e hoje conseguimos realizar internações com mais rapidez porque facilitamos todo esse procedimento. Hoje, a cidade está melhor, nos trilhos e com certeza iremos ter um futuro ainda melhor, com a cidade desenvolvendo muito.