Artur Nogueira abre sindicância para apurar caso de médico acusado de importunação sexual em UBS

Artur Nogueira (SP) abriu nesta segunda-feira (4) uma sindicância para investigar um médico que atuava na Unidade Básica de Saúde (UBS) Espaço Mãe e Filho e foi preso na sexta-feira após uma gestante relatar importunação sexual à Guarda. Ele foi afastado pela prefeitura na mesma data e a corporação diz que ele negou a acusação, antes de prestar depoimento. Veja abaixo detalhes.

g1 não conseguiu localizar a defesa do médico até esta publicação. A reportagem questionou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) sobre a manutenção da prisão, mas a assessoria mencionou apenas que o caso é investigado na delegacia da cidade e está sob segredo de Justiça.

Os trabalhos são conduzidos pelo Departamento de Negócios Jurídicos e o prazo para conclusão é de 30 dias, prorrogável por mais 30 dias, informou a administração.

O governo municipal confirmou ainda que o médico tem especialidade em neurocirurgia e prestava serviços para a rede de saúde municipal desde fevereiro de 2021. “Ele não chegou a atuar em outras unidades do município”, diz nota ao mencionar que ele era contratado pelo regime PJ (pessoa jurídica).

O caso

A mulher está na 30ª semana de gestação, diz a Guarda, e relatou inicialmente que foi até a unidade de saúde para que o filho de 4 anos passasse por consulta. Ao entrar no consultório, diz a corporação, ela relatou que ele pediu a retirada da máscara, fez um elogio sobre a beleza dela e perguntou como é a vida íntima com o marido. Além disso, também segundo a Guarda, a mulher disse que teve a barriga tocada após se aproximar da mesa do médico para retirar um “encaminhamento para o filho”.

O marido da gestante disse que, após saber dos fatos, foi até a unidade de saúde para questionar o médico sobre os relatos. Ao sair, ele reencontrou a mulher, acionou a Guarda e uma equipe foi ao local.

A corporação diz que o médico negou a acusação de importunação e alegou que atendeu “normalmente” o filho da gestante e pediu para ele voltar todo mês para realizar acompanhamento.

A Guarda informou que, depois disso, foram até a UBS autoridades municipais da área de saúde, incluindo a secretária da pasta, Angela Delgado, e na delegacia foi dada voz de prisão ao médico, que permaneceu à disposição da Justiça. A Polícia Civil informou ao g1 que o caso está sob sigilo.

Apoio para vítima

A administração enfatizou que não admite condutas de assédio e abuso por parte de quaisquer membros da equipe médica e outros funcionários públicos. “Por isso, repudia veementemente situações de importunação sexual em pacientes do Sistema de Saúde do município, como o apresentado nesta sexta-feira […] A Secretaria de Saúde já afastou o médico [PJ] acusado de suposta importunação sexual do cargo. Sendo assim, o profissional não presta mais serviços para a cidade.”

A prefeitura informou ainda que se colocou à disposição para dar completa assistência à vítima e aos familiares dela, incluindo oferta de acompanhamento psicológico para a gestante.

 

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