Aumento da expectativa de vida dos brasileiros alerta para a prevenção ao câncer de próstata

Novembro recebe o laço azul para reforçar o cuidado com o tumor que é o mais comum entre os homens

A idade avançada é um dos fatores de risco para o desenvolvimento de câncer. No caso dos homens, a preocupação é com o tumor que atinge a próstata e, no Brasil, é o tipo mais frequente entre essa população. Para se ter uma ideia, mais de 75% dos casos de câncer de próstata são diagnosticados após os 65 anos de idade. A boa notícia é que 8 em cada 10 homens que desenvolvem a doença conseguem se curar. O mês de novembro recebe a cor azul como forma de conscientizar a população masculina sobre a importância da rotina de exames, eliminando o preconceito em relação aos procedimentos necessários.

Se a idade é um dos fatores de risco, a falta de cuidado com a saúde é outro fator importante a ser observado. André Sasse, oncologista e CEO do Grupo SOnHe, que atua nos principais centros de tratamento de câncer da Região Metropolitana de Campinas (RMC), alerta para a necessidade de uma vida mais saudável. “Podemos elencar quatro pilares fundamentais para a manutenção da qualidade de vida: exercício físico, alimentação saudável, sono de qualidade para o controle do estresse e rotina de exames. Tudo isso contribui para evitar o câncer”, explica o médico. Ainda sobre esse tema, ele também destaca o papel fundamental das mulheres no dia a dia dos homens, já que são elas as responsáveis pelo agendamento dos exames de rotina dos homens. “A expectativa de vida do brasileiro, de maneira geral, aumentou pra 77 anos, mas a expectativa de vida das mulheres é sempre maior que a dos homens e grande parte disso se deve ao fato da mulher se cuidar mais ao longo da vida. Por isso, nós, homens, precisamos aprender com elas e acabar com o preconceito acerca do exame para o câncer de próstata”, alerta o médico.

O câncer de próstata é o mais comum entre os homens brasileiros, depois dos tumores de pele não melanoma. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimam o diagnóstico de 71.730 casos da doença por ano, entre 2023 e 2025, quando também devem ser registradas 15.841 mortes pela doença.  O câncer de próstata é diagnosticado por meio de exame clínico, pelo toque retal, e pelo exame de PSA. “É muito comum os homens fazerem apenas o exame de sangue e fugirem do toque retal, mas é importante reforçar que nem sempre o PSA identifica o tumor, daí a importância do exame clínico”, reforça André Sasse.

Em estágio inicial, o tumor de próstata não apresenta sintomas, mas com a evolução da doença, o paciente pode apresentar vontade frequente de urinar, fluxo urinário fraco o interrompido, sangue na urina ou no sêmen, dores no quadril, nas costas, nas coxas e nos ombros. O tratamento do câncer de próstata é feito por meio de cirurgia, quimio ou radioterapia, terapia de supressão androgênica, além de novos agentes hormonais. “O tratamento vem evoluindo muito e garantindo qualidade e expectativa de vida aos pacientes”, conclui o oncologista.