Cílios postiços, maquiagem e limpeza inadequada elevam riscos de blefarite, doença confundida com conjuntivite, alerta oftalmologista do H.Olhos

Enfermidade atinge pessoas de todas as idades, inclusive bebês e
crianças, e é caracterizada por coceira, vermelhidão e
lacrimejamento, sintomas causados pela infecção na pálpebra

Uma inflamação na borda das pálpebras e base dos cílios, conhecida
como blefarite, muitas vezes é confundida com conjuntivite e, por isso,
é preciso um médico para fazer o diagnóstico e indicar o tratamento
correto, já que a doença, além de causar irritação crônica e
desconforto visual – com obstrução das glândulas da pálpebra -, tem
um impacto negativo relevante na qualidade de vida do paciente. Podendo
afetar crianças e até mesmo bebês, embora seja menos comum em
comparação com adultos, a blefarite geralmente é causada por uma
infecção bacteriana, alergias ou dermatite seborreica e, na maioria
dos casos, a higiene inadequada das pálpebras desempenha um papel)8
importante em seu desenvolvimento. O alerta vem do Dr. Luiz Brito,
especialista em córnea e doenças externas do H.Olhos – Hospital de
Olhos, referência em oftalmologia no Estado de São Paulo.

“A Blefarite acontece pelo excesso de oleosidade nas pálpebras e
cílios, facilitando proliferação de bactérias. Evoluindo com olho
vermelho, irritação e olho seco. Como a higienização das pálpebras
e cílios, é a principal estratégia no controle dessa doença, o uso
de cílios postiços e maquiagem podem piorar o quadro clínico.”,
explica Dr. Luiz.

A blefarite é uma doença crônica, que não tem cura, mas tem controle
na maioria dos casos. Com o tratamento correto, é possível amenizar os
sintomas e garantir uma boa qualidade de vida. “A higiene da borda
palpebral é o primeiro passo. O uso de antibióticos tópicos e orais
também podem ser indicados em casos específicos, assim como
procedimentos de aquecimento e pressão nas pálpebras e a luz
pulsada”, diz Brito.

Cuidados com cílios e maquiagem

Com o tratamento adequado, em média, a melhora dos sintomas acontece em
aproximadamente 15 dias, mas os cuidados para o controle devem ser
seguidos sempre, como lavar bem os olhos e evitar maquiagem nos cílios,
por exemplo. Se fizer uso de maquiagem, prefira produtos à base de
água e não de óleo, e sempre retire todos os resíduos antes de
dormir, pois o contato prolongado da maquiagem com os olhos potencializa
os sintomas.

A limpeza com água morna e shampoo neutro ou produtos específicos
também ajudam a eliminar as impurezas que se depositam nas pálpebras e
raiz dos cílios. O fundamental é evitar as condições dermatológicas
que contribuam com o excesso de oleosidade e, principalmente, qualquer
sintoma, consulte seu oftalmologista, pois pode ser preciso um
tratamento específico.