Cobertura vacinal contra HPV no Brasil está abaixo da recomendada pelo Ministério da Saúde

 

Imunização previne infecção pelo papilomavírus humano, que pode causar câncer; nova vacina protege contra nove subtipos
São Paulo, março de 2023 – O câncer de colo do útero mata uma mulher a cada dois minutos no mundo. Para que as futuras gerações atuem preventivamente e vivam livres dessa neoplasia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a liderar iniciativas que eliminem a doença globalmente até 2030. A ação é um grande marco, pois, pela primeira vez, 194 países, incluindo o Brasil, se comprometeram a adotar as medidas necessárias, entre elas, a vacinação contra o papilomavírus humano (HPV).
Atualmente, há dois tipos de vacinas disponíveis no país: a HPV4 e a HPV9, que previnem quatro e nove subtipos de vírus, respectivamente. “A HPV9 passa a ser recomendada pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) como preferencial por aumentar a proteção contra as doenças associadas ao vírus. Ela é efetiva na redução de casos de cânceres de colo do útero, vulva, vagina, ânus, pênis, orofaringe e de verrugas genitais em ambos os gêneros, de 9 a 45 anos”, explica Dra. Juliana Oliveira da Silva, infectologista, coordenadora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e do Centro de Vacinação do Hcor.

No momento, a vacina mais abrangente só pode ser obtida em unidades privadas de saúde. A expectativa é que ela seja disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) até o final do ano. A SBIm recomenda, sempre que possível, o uso preferencial da vacina HPV9 e a revacinação entre os anteriormente vacinados com HPV2 ou HPV4, com o intuito de ampliar a proteção para os tipos adicionais.

“Independentemente da abrangência, é fundamental que meninas de 9 a 14 anos e meninos de 12 e 13 anos recebam a imunização. No Brasil, a cobertura vacinal contra HPV está abaixo da necessária para reduzir, de maneira mais eficaz, o impacto dos cânceres de colo de útero e de ânus, das verrugas genitais e de outras doenças associadas ao vírus. Enquanto a recomendação da OMS é que 90% da população de até 15 anos seja imunizada, aqui no Brasil registramos 75,81% nas meninas e 52,16% nos meninos em 2022”, destaca a médica.

A especialista explica que a baixa adesão à vacina contra HPV pode estar relacionada ao fator cultural. “Atualmente, existe muita desinformação sobre a vacina porque acreditam que ela incentiva as meninas a iniciarem as relações sexuais mais cedo. É preciso mudar esse pensamento, ampliar a adesão para prevenir a infecção e evitar complicações que podem custar tantas vidas”, alerta.

Globalmente, o câncer de colo de útero é o quarto mais comum em mulheres e o segundo mais prevalente em jovens entre 15 e 44 anos. No Brasil, de acordo com Instituto Nacional de Câncer (INCA), são registrados anualmente cerca de 16 mil casos novos e seis mil mortes. Os números classificam essa neoplasia como grave questão de saúde pública, apesar de ser uma doença evitável e tratável, desde que diagnosticada precocemente e manejada de maneira eficiente.

Centro de Vacinação Hcor

O Hcor inaugurou em janeiro um Centro de Vacinação dentro da Unidade Avançada Cidade Jardim, em São Paulo. Voltado para todos os públicos, o novo espaço visa contribuir com a ampliação da cobertura vacinal da população em geral. No local, que funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h, e aos sábados das 7h às 12h, são disponibilizados mais de 15 tipos de imunizantes indicados pela SBIm, incluindo a HPV9.
Sobre o Hcor

O Hcor atua em mais de 50 especialidades médicas, entre elas Cardiologia, Oncologia, Neurologia e Ortopedia, além de oferecer um centro próprio de Medicina Diagnóstica. Possui Acreditação pela Joint Commission International (JCI) e diversas certificações nacionais e internacionais. Desde 2008, é parceiro do Ministério da Saúde no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).
Instituição filantrópica, o Hcor iniciou suas atividades em 1976, tendo como mantenedora a centenária Associação Beneficente Síria. Além do escopo assistencial, o hospital conta com um Instituto de Pesquisa, reconhecido internacionalmente, que coordena estudos clínicos multicêntricos com publicações nos mais conceituados periódicos científicos. Também está à frente de um Instituto de Ensino, que capacita e atualiza milhares de profissionais anualmente e é certificado pela American Heart Association.