Epidemia de coronavírus na China suspende produção de celulares Samsung e Motorola na região de Campinas

Samsung, em Campinas (SP), solicitou paralisação das atividades por três dias por falta de componentes provenientes da China — Foto: Reprodução/ EPTV
Samsung, em Campinas (SP), solicitou paralisação das atividades por três dias por falta de componentes provenientes da China — Foto: Reprodução/ EPTV
Paralisação das linhas de produção é por falta de componentes eletrônicos provenientes da China. Samsung e Flextronics, empresa que produz celulares para a Motorola, suspenderão atividades temporariamente.

As indústrias de tecnologia da região de Campinas (SP) começaram a sentir os efeitos da epidemia de coronavírus na China. As fabricantes de eletrônicos Samsung, em Campinas, e a Flextronics, empresa de Jaguariúna (SP) que produz os aparelhos celulares da Motorola, já anunciaram a suspensão temporária da linha de produção por falta de componentes.

O recesso do Ano Novo chinês começou em 24 de janeiro e foi estendido na tentativa de reduzir o número de infectados na epidemia de coronavírus.

De acordo com Eliezer da Cunha, membro da direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, entidade que representa os trabalhadores da Samsung, a empresa fez o pedido de suspensão da produção por três dias alegando falta de componentes para a montagem dos aparelhos celulares e outros eletrônicos. As peças são fabricadas na China.

“A Samsung apresentou a proposta da paralisação e foi aceita pelos trabalhadores em assembleia. Até o momento, a empresa ficará quarta (12), quinta (13) e sexta-feira (14) desta semana sem produção, mas os próximos dias ninguém sabe como vai ficar. Hoje, a economia é globalizada e uma situação de epidemia como essa, atinge o mundo todo”, explicou.

Segundo Cunha, cerca de 2.500 trabalhadores ficarão sem trabalhar. Os dias parados serão compensados em dois sábados do próximo mês, nos dias 7 e 21 de março.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Jaguariúna (SindMetal Jaguariúna), José Francisco Salvino, informou que a Flextronics, também formalizou o protocolo de férias coletivas. A produção da empresa prevê paralisar entre os dias 17 e 26 de fevereiro. O motivo, segundo o presidente do sindicato, também é a falta de peças e componentes que deveriam ter vindo da China.

“Tivemos reunião com a empresa e eles formalizaram a documentação das férias coletivas, que foram protocoladas no sindicato. Acertamos em 80% dos trabalhadores para entrar na proposta das férias coletivas”, disse.

No documento, a fabricante diz que, em caso de normalização do cenário, as férias coletivas poderão ser canceladas ou alteradas, mas com aviso prévio. Informa ainda que, após o período de recesso, restabelecerá os funcionários nas respectivas funções e salários.

Em decorrência da grave crise de saúde que acomete a China em razão do coronavírus, a solicitante esclarece que os produtos utilizados em sua manufatura são importados do referido país […]. É de suma importância eventual cessação temporária das atividades, a fim de que as autoridades daquele país concluam se existe ou não a possibilidade de transmissão do vírus por meio de importações […]“, informa o documento.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), a China é a principal origem das importações de componentes do Brasil, totalizando US$ 7,5 bilhões em 2019. Uma sondagem da associação apontou que 52% do setor em todo o país teve problema no recebimento de materiais vindos da China.

“Essa situação foi observada principalmente entre as fabricantes de produtos de Tecnologia da Informação (celulares, computadores, entre outros). O atual desabastecimento de componentes e insumos é consequência da paralisação de fábricas chinesas decorrente da epidemia de coronavírus”, disse a associação.

Fonte: G1 Campinas e Região

 

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