Farinha de folha de amoreira e de ora-pro-nóbis são alternativas para dietas do pacu
Uma equipe de pesquisadores da Unicamp, da Universidade Federal do
Paraná – UFPR e da Embrapa, determinou o coeficiente de disponibilidade
de aminoácidos de farinha de folha de amoreira e de folha de
ora-pro-nóbis para pacu, constatando que as farinhas apresentam
coeficientes de digestibilidade adequados para a utilização na
fabricação de rações.
De acordo com a doutoranda Patrícia Dias, do programa de
pós-graduação em Biologia Animal da Universidade Estadual de Campinas
– Unicamp, a busca constante por ingredientes alternativos na
alimentação visa a redução dos custos e também a minimização dos
impactos ambientais. “Para uma alimentação adequada e completa de uma
espécie, é necessário saber o valor nutricional dos ingredientes, o
que é avaliado por meio da determinação dos coeficientes de
digestibilidade aparente”, explica Dias.
A farinha de folhas de amoreira é rica em nutrientes, com alto teor de
proteína bruta e uma vasta variedade de ácidos graxos, minerais,
vitaminas e substâncias bioativas e a farinha de folhas de
ora-pro-nóbis, uma hortaliça não convencional, apresenta altos teores
de proteína nas suas folhas, além de aminoácidos essenciais como
metionina e cistina.
O professor Fabio Meurer, do Campus Avançado de Jandaia do Sul da UFPR,
explica que o pacu, espécie endêmica das bacias dos rios Paraná,
Paraguai e Uruguai sendo que por suas características de exigência
nutricional, apresenta uma capacidade de aceitação de valores maiores
de carboidratos não estruturais em sua dieta quando comparados a outras
espécies de cultivo.
A pesquisadora Márcia Ishikawa, da Embrapa Meio Ambiente destaca que
estes resultados são relevantes para continuidade do trabalho de
doutorado da Patrícia Dias, onde também será estudado a resposta
fisiológica das tilápias e pacus após a inclusão destes ingredientes
na ração.
Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Tecnologia em
Aquicultura- Campus Avançado de Jandaia do Sul, PR. Foram utilizados
140 animais distribuídos em 3 gaiolas, em tanque de fibra de vidro
circular. A ração referência e teste eram isentas de ingrediente de
origem animal.
O estudo teve também a participação dos doutorandos Émerson Matos e
Jailson Novodworski da UFPR.