FESTA DE SÃO SEBASTIÃO DE 1919 A 2024 NA PARÓQUIA MÃE

Neste 18 de janeiro, quinta-feira, começou a Festa que se prolongará até dia 21, domingo, na Matriz Santa Maria de Jaguariúna com intensa programação religiosa e festiva. Tríduo Preparatório de Missas solenes com bênçãos das sementes, da terra e da água, às 19h30m na Matriz. Grande Praça de Alimentação nestas noites. Na manhã de domingo, 21, acontecerá à chegada dos garrotes ofertados para o leilão beneficente das 14 h. Às 10h00 Missa de São Sebastião. Abertura da Quermesse. Em seguida haverá bênção dos pets e dos animais em geral na praça da Igreja. Por volta das 11h30m passará a Romaria dos Cavaleiros de São Sebastião para a bênção. Pela rua José Alves Guedes.

No Salão Paroquial funcionará o restaurante, neste horário, com deliciosa comida mineira, leitoa assada, pernil e complementos. Às !4h00 começa o Leilão Beneficente dos Garrotes, ali nos bretes montados, debaixo das tendas, diante da Praça de Alimentação. No salão Paroquial a partir das 14h30m haverá show de prêmios que se prolongará até o final da festa. Quermesse, leilão e Sorteios Beneficentes ininterruptos. Às 18h Procissão de São Sebastião e Missa Sertaneja. A Festa prolongar-se-á até terminarem as prendas e os comes e bebes. Neste momento, à noitinha, a Comissão Organizadora do Leilão em benefício do forro da Igreja entregará os garrotes arrematados após pagos.

A Festa termina com o cansaço da centena de voluntários presentes e a despedida do povo que acorre anualmente para prestigiar este tradicional que se tornou um patrimônio cultural imaterial de Jaguariúna com 105 anos de celebrações. A Comissão Organizadora de Leilão desta Festa há já 30, 40, 50 anos tem muita história para contar. A coragem, a determinação, o enfrentamento de adversidades, a elaboração diária de semanas a fio, o Planejamento de meses tudo foi constituindo tal festa popular de uma comunidade que primou pela devoção a um glorioso mártir da fé cristã: São Sebastião. A luta de cada ano é similar a cada edição que se renova.

O grande grupo de voluntários deste esperado evento testemunha e louva a fé em Cristo Rei, celebrada por sua comunidade, e a devoção ao glorioso mártir da fé cristã .Nos primórdios do cristianismo o soldado romano morreu por não negar a sua fé em Cristo Jesus. Na glória eterna roga a Deus pela humanidade, quando invocado pelas orações dos fiéis, contra as catástrofes, contra a guerra, contra a fome, contra as doenças da humanidade e dos animais, contra as pragas da lavoura.

As gerações que mantêm esta festa popular, este patrimônio que faz parte do Calendário Turístico da cidade, estão respeitando a Constituição Brasileira, porque os cidadãos e os Poderes Públicos são obrigados a manter o Patrimônio Histórico de uma cidade; tanto o Patrimônio Cultural Material feito de pedra, barro, areia, tijolo, quanto o Patrimônio Imaterial como as danças, as brincadeiras de roda, as cantigas, as receitas, as festas populares…. O milagroso mártir São Sebastião é venerado pelos católicos e a Igreja cita seu exemplo de vida como evangelização. Foi a única festa popular religiosa que atravessou dez décadas desde quando foi iniciada pelo Padre Antônio Caravela, logo após o flagelo da epidemia mundial da Gripe Espanhola que dizimou o mundo em 1918.

A Paróquia de Santa Maria ganhou a imagem de São Sebastião da Sra. Thereza Machado de Almeida, nesta época, e pôde iniciar a festa em 20 de janeiro de 1919. Os primeiros párocos mandavam enfeitar o Largo da Igreja com bambuíras e bandeiras de papel colorido. Por entre elas desfilavam carros de bois carregados de lenha para o leilão, com sacos de arroz, feijão, muitos produtos da lavoura e com animais. Com tais doações os católicos realizavam leilões. As ruas da Vila pareciam formigueiro. Ficavam apinhadas de ternos de linho branco e chapéu e de vestidos coloridos confeccionados para a ocasião.

Calçados novos calejavam os pés.

Terminados os leilões havia o sorteio dos garrotes. A procissão era o encerramento da parte religiosa da festa. Os fiéis aguardavam enfileirados, diante da igreja, a entrada do andor ricamente ornamentado com flores vermelhas. Pétalas de rosas eram lançadas do alto da torre da Igreja. Os sinos dobravam ininterruptamente, os rojões de vara espocavam, as associações adentravam a Matriz com vibrantes cânticos, sendo precedidas pelos coroinhas e pelas crianças vestidas como Anjos. Após o ato religioso, a assembleia dissolvia-se nas barracas de quermesse por entre comes e bebes. Desde o seu início sempre houve a presença da Banda que acompanhava a procissão. Em seguida todos desfrutavam da retreta da Banda que se apresentava no coreto da praça. Ninguém perdia uma Festa de São Sebastião!

Tomaz de Aquino Pires