Fim da contagem de likes no Instagram: E agora?

Matéria: Paula Partyka

Quantas vezes você já ignorou postagens porque tinham poucas curtidas? Ou passou a seguir alguém pelos milhares de likes que suas fotos acumulavam? Provavelmente diversas. Mas, essa métrica de número de curtidas como critério de relevância para postagem, chega ao fim

Uma atualização do Instagram tomou conta dos principais assuntos da mídia brasileira na semana passada. A rede social de Mark Zuckerberg iniciou um teste que oculta a quantidade de pessoas que deram “like” nas publicações para os internautas em geral. Sendo assim, apenas o usuário que fez a postagem tem acesso ao número pessoas que interagiram com foto ou vídeo.

A explicação do Instagram é que a rede social quer que os seguidores se concentrem mais nas fotos e vídeos que são compartilhados, do que na quantidade de curtidas que recebem. “Não queremos que as pessoas sintam que estão em uma competição dentro do Instagram e nossa expectativa é entender se uma mudança desse tipo poderia ajudar as pessoas a focar menos nas curtidas e mais em contar suas histórias”, disse o Instagram, por nota.

Para a Psicóloga Clínica – CRP: 06/122802, Deborah Voltan, a toxicidade do Instagram não para por aí. “A expectativa por likes e aceitação social estão entre os problemas mais comuns entre os usuários. Diariamente os relatos que chegam em nossos consultórios é de ‘uma vida inserida dentro de um aplicativo de celular. Pacientes relatam que medem sua autoimagem pelos números de curtidas de suas fotos e visualizações em seus stories”.

A ‘vida perfeita’ compartilhada nas redes sociais faz com que os adolescentes e jovens-adultos (idades entre 14 e 24 anos) desenvolvam expectativas irreais e inalcançáveis sobre suas vidas cotidianas. “Essa exigência por likes e seguidores no Instagram, gera um comportamento exacerbado que é definido por felicidade tóxica ou imperativo da felicidade. Todo esse perfeccionismo buscado dentro da aplicativo está atrelado à baixa autoestima que pode desencadear ou agravar sérios problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão”, frisa Deborah.

Em outro viés, a Tecnóloga em Marketing, Esther Duarte, comenta que o assunto está dando o que falar. “Porque as pessoas acham que o número de curtidas é o engajamento em si. O engajamento, além da curtida, é o número de comentário, de compartilhamentos e salvamentos”.

Sobre a iniciativa, ela acredita que a maior preocupação é dos Digitais Influencers que fazem conteúdo no meio digital. “Temos duas opções: podemos focar no que temos controle ou no que não temos controle. E o que a gente tem controle? É o nosso conteúdo. Focando no conteúdo de qualidade vai ter um resultado positivo”, disse Esther.

Ela explica que o conteúdo de qualidade depende do nicho de trabalho. É necessário identificar a dor do público e dar uma solução. “Estudando o público alvo você consegue identificar o que fazer para atrair mais”. Em um top três dos nichos mais procurados, Esther lista o emagrecimento, beleza e dinheiro.

Esther acredita que a iniciativa pode deixar de ser apenas um teste e que a internet como é vista hoje está em processo de mudança. “O like agora vai ser para o conteúdo de verdade e ninguém vai se sentir inferior à outra conta”.

A Psicóloga Deborah dá algumas dicas de minimizar a nocividade do Instagram: Tenha um tempo e um horários pré-determinado para a utilização de rede sociais, por exemplo: das 20h00 às 20h30 (30 minutos diários); Siga apenas pessoas do seu convívio social e relevantes para você; Mantenha seu celular longe do seu alcance; Desative notificações na tela do seu smartphone.

 

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