Fogos e estalinhos: veterinário do CEUB explica como proteger os animais nas festas juninas

_Especialista explica as possíveis reações dos pets e o que pode ser
feito para amenizar o pânico e transtornos causados pelas explosões_

Junho chegou e em época de São João a comemoração é garantida! Os
“Arraiás” são celebrados com a queima de fogos de artifício e os
famosos estalinhos entre as crianças. A explosão, que significa
alegria para os humanos, se transforma em pavor para cães e gatos. Essa
é uma preocupação para os tutores de pets, visto que a prática é
prejudicial para a saúde dos animais, com reações variadas, que vão
desde a aceleração dos batimentos cardíacos até crises de pânico.

Com os sentidos aguçados, o barulho dos artefatos explosivos é
recebido de modo inesperado e muito mais alto para os pets,
principalmente para os cães. Para amenizar o pânico dos pets nesse
período festivo, o professor de Medicina Veterinária do Centro
Universitário de Brasília (CEUB) Bruno Alvarenga recomenda algumas
condutas preventivas.

São diversos os transtornos e malefícios causados para os animais de
companhia gerados pelos foguetes e estalinhos. Além de cães e gatos,
as aves são alvo de estresse profundo causado pelos itens
pirotécnicos, podendo levar ao óbito. “Animais ansiosos, medrosos e
cardiopatas podem ficar muito assustados, correndo contra portas de
vidro, quebrando itens em casa, até fugindo, com risco de sofrer
atropelamento. Já os animais epiléticos, podem sofrer crises com o
barulho das explosões”, explica.

De acordo com Bruno, os donos de pets podem colocar algodão no ouvido
dos animais e ligar a televisão de casa em um volume mais alto para
tentar disfarçar o volume dos fogos. “Proporcionar conforto também é
importante. Os tutores podem preparar um local acolchoado, onde eles
fiquem protegidos e se sintam mais acolhidos nesses momentos”, indica.

No caso de animais que já foram diagnosticados com transtornos, o
especialista recomenda que o tutor solicite ao veterinário a
prescrição de medicamentos para aliviar o estresse, como ansiolíticos
e antidepressivos, sejam eles fitoterápicos ou medicações
industrializadas. “Alguns animais respondem positivamente ficando no
colo de seus tutores. Proteção e carinho geram confiança para eles”,
pontua.

Os tutores também devem avaliar o histórico de doença dos
indivíduos. Doenças como cardiopatias ou transtornos comportamentais
podem se agravar numa situação de estresse. “Um paciente cardiopata
pode ter uma sobrecarga cardíaca por conta do barulho e acabar
morrendo, ou um animal mais sensível, como um gato, pode parar de se
alimentar ou tomar água, levando inclusive a uma insuficiência renal”,
alerta o especialista.

Para além dos cuidados preventivos para proteger os animais do barulho
das explosões, o médico veterinário destaca a importância de
conscientizar a população sobre o uso dos fogos de artificio para
comemorações. “Os tutores precisam conversar com os amigos e a
comunidade para evitar a compra e queima de fogos, justificando os males
que causam aos animais. A comemoração pode ser feita sem estressar os
bichos de estimação”, arremata.