Geração de empregos no varejo de Mogi Mirim registra o menor avanço dos últimos quatro anos
O grupo de vestuário, calçados e outros artigos novos foi um dos poucos que registrou crescimento no saldo de empregos, segundo estudo da FecomercioSP e do Sincomércio de Mogi Mirim
Em 2023, o mercado de trabalho celetista do setor varejista de Mogi Mirim teve o menor crescimento desde 2020. Em números absolutos, foram criados 25 postos de trabalho com carteira assinada no ano passado, após o registro de 2.545 admissões e 2.520 desligamentos. Esse saldo positivo foi 80,3% menor do que o visto em 2022 – quando 127 vagas foram geradas, e 89,4% inferior aos 236 empregos criados em 2021.
Os dados fazem parte do estudo feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), em parceria com o Sindicato do Comércio Varejista de Serviços e Turismo de Mogi Mirim Nova, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
Ao observar os grupos de atividades do varejo de Mogi Mirim, o estudo mostra que as maiores diferenças de saldos empregatícios entre os balanços de 2022 e 2023 foram no comércio de combustíveis para veículos automotores (+17 vagas para -1 vaga), no varejo de materiais de construção, vidros, ferramentas, tintas e similares (+62 vagas para -6 vagas) e nas farmácias, perfumarias e lojas de artigos médicos e ópticos (+14 vagas para -56 vagas). Pelo lado positivo, o destaque foi para os estabelecimentos de vestuário, calçados e outros artigos novos que, em 2022, geraram 15 postos e, em 2023, esse número subiu para 46 novos vínculos empregatícios. [tabela 1]
TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS
A realidade do comércio varejista de Mogi Mirim não é diferente da tendência visualizada nos mercados de trabalho do setor no Estado de São Paulo e no Brasil. Em ambos os casos também houve desaceleração do ritmo de crescimento dos empregos com carteira assinada no decorrer dos anos, ainda que tenham sido em menor proporção percentual que as quedas vistas em Mogi Mirim .
Na visão da FecomercioSP, dois fatores ajudam a explicar esse arrefecimento. Primeiro é que a desaceleração era esperada depois dos relevantes avanços de empregabilidade com a reabertura dos estabelecimentos, após o principal período de impacto da pandemia. Tanto que os melhores números foram registrados em 2021 e 2022.
O segundo refere-se à própria conjuntura do setor comercial, que se tornou mais desafiadora em 2023. “Isso porque vínhamos de um período com pressão inflacionária, que levou à necessidade de elevação dos juros para sua contenção, fora o avanço generalizado de endividamento e inadimplência familiar”, explica Jaime Vasconcellos, assessor econômico da Entidade.
Essas dificuldades ao consumo das famílias atingiram o desempenho do varejo e, por consequência, sua capacidade e confiança de gerar postos de trabalho. Também contribuiu para esse cenário o maior direcionamento do orçamento das famílias para alguns segmentos de Serviços. O fim dos efeitos positivos da reabertura pós-covid, aliado à conjuntura econômica mais adversa, ocasionou o arrefecimento do ritmo de crescimento da geração de empregos celetistas no Comércio, trajetória que deve se manter em 2024, principalmente no primeiro semestre.
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.