Hip Hop, um estilo de vida

Matéria: Paula Partyka

Grupo de Dança de Jaguariúna é formado por jovens que buscam crescer no mundo da dança e encaram o hip hop como estilo de vida

 

Grupo de dança Dinamite Crew foi criado em 2012 por um grupo de jovens. De acordo com um dos fundadores, Michael Weslley Oliveira dos Santos, a criação deu-se no intuito de participar de eventos e campeonatos pela região levando o nome da cidade de Jaguariúna.

Muito antes disso, o grupo participava de um projeto da prefeitura nos parques da cidade, sem nenhuma pretensão. “A gente não tinha muita informação. Não sabíamos como funcionava o que fazíamos. Aí começamos a buscar por campeonatos e aprender os fundamentos da dança”, relembra.

O grupo se apresentava na cidade, por meio do projeto e após sair dele, as apresentações continuaram. Com isso, o grupo sofreu uma afunilada, e apenas alguns dos meninos levaram adiante a ideia, dentro do grupo, ou fora, como no caso de um dos integrantes que começou a dançar numa companhia de Campinas.

Esse integrante, o Daniel, ao fazer parte da companhia chegou ir para Las Vegas, em um campeonato de dança. “Foi quando a gente começou a se envolver melhor na dança”, disse Michael.

Nisso, o grupo participou do Meeting Hip Hop Festival, em Valinhos. Chegando lá, Michel conta que foram questionados sobre “o nome da Crew”. Sem ter o que dizer, por considerar que só faziam parte do projeto da prefeitura ele começou a pensar no nome.

Dinamite Crew começou a dançar por conta própria e seguir com as próprias pernas em busca de conhecimento e espaço no mundo da dança. Tanto Michael, como os outros integrantes, ensaiavam nos parques da cidade e davam aulas.

As principais técnicas usadas pelos meninos no hip-hop são o popping e o break dance. Popping é um estilo dentro das danças urbanas, e um dos estilos de dança funk original, criada na cidade de Fresno, Califórnia, em 1970 por Sam Solomon (Boogaloo Sam). É baseado na técnica de rapidamente contrair e relaxar os músculos para causar um empurrão no corpo do dançarino, referido como um pop ou uma batida. Por sua vez, o Break dance foi uma dança inventada pelos porto-riquenhos, através da qual expressavam sua insatisfação com a política e a guerra do Vietnam. Tinha inspiração, entre outras coisas, em movimentos de artes marciais, como o Kung Fu, por exemplo.

Michael conta que além da ênfase nessas técnicas, tem conhecimento e base em outras. Por meio das vivências e participações em eventos e cursos, o grupo possui ampla bagagem.

Fazem parte do grupo profissionais de Educação Física, inclusive Michael. Ele conta que após a formação acadêmica, ele teve a oportunidade de trabalhar com um grupo da 3ª idade. “Eu fiz um trabalho com eles e em uma competição eles ficaram entre os cinco melhores. Depois disso, eu me formei e me contrataram na prefeitura”, conta.

Por isso, sempre que necessário meio de transporte para viajar para os campeonatos, Michael faz um ofício solicitando ajuda da prefeitura. “Por meio da Secretaria de Esportes. Eles sempre ajudam a gente”. Mas no geral, o grupo se mantém pela força da amizade e da união construída entre os integrantes.

“Ano passado conseguimos um trabalho com a Secretaria de Esportes, onde nos apresentávamos no intervalo no Campeonato de Futebol Amador. Eu entrava de mascote e com os meninos fazíamos uma dança e éramos pagos por isso, o que ajudou muito também”, conta.

Recentemente criaram um uniforme e estão mais representados no mundo dança. “Quando a gente chega nos eventos e o pessoal cresce os olhos: pô o pessoal tá aí”, comemora.

A vivência de família que o grupo possui é um marco entre eles. “A maior satisfação para mim é saber que todos nós moramos em Jaguariúna. O que precisar nos ajudamos, não só a dança. Enquanto os outros grupos é um de lá outro de cá, não tem a união que a gente tem. Além dos moleques serem do grupo, são meus amigos e irmãos”, considera Michael.

“Maior marco nosso é a questão de sermos famílias. Chegamos juntos, saímos juntos. União”, disse um integrante do grupo, Wellington Motta. “Não treinamos só por treinar, vivemos o hip-hop. É nosso estilo de vida”.

 

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