Inaugurada a primeira Estação Rural de Tratamento de Esgoto

A Prefeitura inaugurou no último final de semana, dia 2 de setembro, primeira Estação Rural de Tratamento de Esgoto de Holambra, construída no bairro Palmeiras. A unidade atenderá mais de 350 pessoas, incluindo a escola e a creche locais. A melhoria é fruto de uma parceria entre o Executivo, o Governo Holandês e iniciativa privada. O investimento é de R$ 240 mil. A obra é parte de um projeto que pretende levar saneamento para toda a zona rural do município.

Além do Prefeito Fernando Fiori de Godoy, da primeira-dama Diva de Souza Godoy e do vice-prefeito Fernando Capato, participaram da cerimônia o prefeito de Santo Antonio de Posse, Norberto de Olivério, os vereadores Naiara, Jacinta, Sitta da Fanfarra e Lucas Simioni e moradores como Romilson Antônio Francisco, que vive na área há 44 anos. A propriedade dele será beneficiada pela ETE.

“Vai ser melhor porque não vai ser preciso esvaziar a fossa. Antes, isso era feito de seis em seis meses. Agora não vai ter mais essa preocupação. Vai facilitar muito”, comemorou.

A diretora interina da escola do bairro, Recanto das Palmeiras, Suzelaine Tomazi Nijenhuis, também esteve no evento e falou sobre a importância da estação para a unidade escolar.

“Antes, de três em três meses nós tínhamos que chamar a Prefeitura para esgotar as nossas fossas. Eram fossas negras. Às vezes era muito desagradável: subia o cheiro”, contou. “Agora fica mais fácil a dispersão dos dejetos. Foi feita toda a canalização, agora ele vem direto para a estação”.

O engenheiro sanitário e ambiental da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), Édison Luís Castro Martins, prestigiou a inauguração e destacou a importância da iniciativa. “As fossas de uma forma geral podem contaminar o solo e o lençol freático. O que se observa no país é que a área rural é sempre deixada de lado. Aqui eu vejo que ela é muito desenvolvida e muito participativa”, avalia. “Esse modelo, pelo o que estou vendo, pode ser usado em várias regiões do Brasil. Isso vai trazer um avanço muito grande para área rural. Gostei muito dessa ideia”.

Ao discursar, o prefeito de Santo Antonio de Posse também elogiou as ações em curso em Holambra. “Eu costumo dizer que Holambra é filha de Santo Antonio de Posse. Só que o pai e a mãe estão aprendendo muito com o filho. Eu quero pegar os projetos daqui e colocar na minha cidade”, disse.

Último a falar, o prefeito Fernando Fiori de Godoy ressaltou que a iniciativa é parte de um projeto audacioso e pioneiro. “A gente quer cuidar do meio ambiente, da saúde, dar bom exemplo. Nosso desafio é ter 100% de saneamento na área rural”, afirmou. “Tratando o esgoto corretamente, evitamos a contaminação do solo e da água e reduzimos o impacto desse problema na saúde das pessoas”.

De acordo com Geraldo Veloso, superintendente do SAEHOL, o sistema irá reduzir expressivamente a contaminação da terra e da água naquela região. “Antes da melhoria, grande parte do esgoto era depositado em fossa negra. Ou seja, uma vala onde o resíduo se infiltra na terra e acaba contaminando o solo e a água do lençol freático”, explica. “Agora, com a ETE, parte desses problemas estão sendo resolvidos”.

Além dessa estação coletiva, outras 166 fossas biodigestoras – com capacidade para atender a moradias com até 10 pessoas – já estão sendo instaladas por meio do programa Nascentes de Holambra, desenvolvido em parceria com o Governo do Estado.

Entenda o funcionamento da Nova ETE
Uma porção do bairro Palmeiras foi contemplada ao longo dos últimos meses com uma rede coletora que levará os resíduos da creche, da escola e de algumas moradias ao redor até a estação. Esse material passará por um processo de tratamento anaeróbico, ou seja, através de bactérias que não possuem contato com o ar. Esse procedimento, segundo Veloso, apresenta 80% de eficiência de remoção da matéria orgânica.

Além desse processo convencional, o sistema conta com tecnologia baseada em estações semelhantes instaladas na Holanda, em que os resíduos, ao passarem pela primeira etapa, serão destinados até uma lagoa com uma espécie de planta trazida da África, que remove até 18% do que sobrou de impurezas no tratamento inicial.

De acordo com Geraldo, a expectativa é que o equipamento instalado naquele local chegue a atingir até 95% de eficiência. “A planta vai se alimentar de microelementos que restaram do primeiro processo, como o fósforo e nitrogênio, por exemplo, retirando-o do ciclo hidrológico”, explica. “Outro fator importante é que a planta, ao atingir determinada altura, será cortada, podendo ser reutilizada como adubo na agricultura”.

Matéria: ASCOM

 

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