Inovacao a fovar do Mal – Como Se Proteger?
Entrevista com o Especialista Christopher Suffi
Os golpes digitais têm se tornado cada vez mais sofisticados e frequentes. Para entender melhor o cenário, conversamos com Christopher Suffi, especialista em tecnologia, inovação e segurança digital, com mais de 15 anos de experiência no setor.
Por que os golpistas estão cada vez mais ousados?
Existem alguns fatores que explicam isso. Primeiro, a tecnologia se tornou muito acessível. Hoje, qualquer pessoa pode baixar ferramentas simples que permitem criar materiais extremamente convincentes, imitando marcas famosas, sem precisar ser um especialista em design ou programação. Além disso, os golpistas têm acesso a uma quantidade enorme de dados graças às redes sociais e vazamentos de informações, o que facilita personalizar os golpes para cada vítima. Por fim, a dificuldade em rastrear e punir esses criminosos, especialmente quando estão fora do país ou utilizam redes privadas (VPNs), dá a eles uma sensação de impunidade.
Como esses golpistas conseguem agir com tanta confiança?
Eles utilizam algumas estratégias que dificultam a identificação. Por exemplo, números VoIP ou internacionais são muito comuns, e isso complica o rastreamento. Além disso, aplicativos como o WhatsApp usam criptografia de ponta a ponta, o que impede as autoridades de monitorarem mensagens. Mas o maior problema, na minha visão, é a falta de conscientização das pessoas. Muitos ainda não sabem como se proteger, e isso facilita a vida dos golpistas.
Acredita que esses golpes tendem a crescer?
Infelizmente, sim. A evolução da tecnologia, como inteligência artificial, permite criar golpes cada vez mais sofisticados, como imitação de vozes e vídeos falsos extremamente realistas, os chamados deepfakes. Além disso, o custo para realizar esses golpes é muito baixo, o que atrai mais criminosos. Com a digitalização de serviços bancários e o aumento do número de pessoas conectadas, o potencial de vítimas também cresce.
O que as pessoas podem fazer para evitar cair nesses golpes?
Existem algumas boas práticas que podem ajudar:
1. Sempre verifique a origem do contato. Não confie em mensagens de WhatsApp ou SMS sem antes confirmar diretamente com o banco pelos canais oficiais.
2. Cuidado com mensagens urgentes. Golpistas criam situações de pânico para que a vítima aja sem pensar. Desconfie sempre.
3. Evite clicar em links. Prefira acessar o site do banco digitando o endereço diretamente no navegador.
4. Ative notificações de segurança no app do banco. Assim, você acompanha movimentações em tempo real.
5. Busque ajuda de especialistas. Em caso de dúvida, entre em contato com o banco ou procure um especialista em segurança digital.
O que as instituições podem fazer para ajudar?
As instituições precisam investir em tecnologia de segurança, como autenticação em duas etapas e sistemas que dificultem o acesso de golpistas. Além disso, campanhas de conscientização são fundamentais. Não adianta ter as melhores ferramentas se os usuários não sabem como se proteger.
Para encerrar, qual é a principal mensagem que você deixa para os leitores?
A prevenção é sempre o melhor caminho. Esteja atento, desconfie de contatos não solicitados e utilize apenas os canais oficiais para qualquer tipo de transação. Golpes digitais só podem ser combatidos com a combinação de tecnologia de ponta e educação digital. A responsabilidade é de todos nós.