Jovens da Fundação CASA de Mogi Mirim refletem sobre arte contemporânea em visita ao Paço das Artes
Experiência cultural proporciona rica oportunidade de reflexão e apreciação artística aos adolescentes em medida socioeducativa
Três jovens da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA) Mogi Mirim tiveram a oportunidade de visitar, na última terça-feira (30/07), o Paço das Artes, um renomado espaço cultural na capital paulista. Durante a visita, os jovens foram guiados por três exposições distintas, cada uma com obras de jovens artistas contemporâneos brasileiros.
A primeira exposição, intitulada “Fervor” e com curadoria de Cadu Gonçalves, apresenta um diálogo conceitual entre as artistas Alice Lara e Paola Ribeiro. Por meio de suportes como pintura, performance e vídeo, a exposição explora a relação entre voz, corpo e paisagem. As obras investigam a conexão com a terra em constante estado de ebulição e esgotamento, trazendo uma perspectiva crítica sobre o impacto humano no meio ambiente.
No segundo espaço, “Aguardente”, projeto individual da artista Júlia Galo, destacam-se figuras fantasmagóricas feitas de recortes de papel e rabiscos em grandes suportes. As obras evocam o aspecto febril da imaginação, enquanto elementos como água e gases sugerem uma atmosfera enevoada, que permite acessar os estados psicológicos da metamorfose humana.
A terceira exposição, “Terra, Terreno, Terreiro”, do artista Dalber de Brito, aborda questões de organização e disputas territoriais entre fluxos migratórios. Utilizando a simbologia e a materialidade dos cupinzeiros mineiros, Dalber relaciona as colônias de cupins e outros materiais deteriorados com as sociedades precarizadas pelo domínio colonial. A exposição explora como “ruídos e roídos” interferem nas estruturas comportamentais e históricas do país, sob a ótica do afeto.
“A visita permitiu que os adolescentes apreciassem a diversidade e a profundidade da arte contemporânea, além de levantarem questionamentos importantes sobre o que é arte e quais materiais e recursos podem ser utilizados no processo artístico”, afirmou a diretora do CASA Mogi Mirim, Elisangela Cristina Amadeu.
Para a presidente da Fundação CASA, Claudia Carletto, “essas experiências são extremamente importantes para os adolescentes em medida socioeducativa. A arte tem o poder de abrir novos horizontes e estimular a reflexão crítica. Ao se depararem com diversas formas de expressão artística, esses jovens são incentivados a explorar sua própria percepção e a desenvolver um olhar crítico, essencial para o crescimento pessoal e social”, reforçou.
Sobre a Fundação CASA
A Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA), vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania, aplica medidas socioeducativas conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE). Atendendo jovens de 12 a 21 anos incompletos em São Paulo, a Fundação executa medidas de privação de liberdade e semiliberdade, determinadas pelo Poder Judiciário, com base no ato infracional e na idade dos adolescentes, garantindo os direitos previstos em lei, pautando-se na humanização, e contribuindo para o retorno do adolescente ao convívio social.
Mais informações em: https://fundacaocasa.sp.gov.br/