Lixo na rede coletora de esgoto aumenta casos de extravasamento
A prática irregular prejudica o bom funcionamento do sistema de coleta do município
Responsável por 100% dos casos de obstrução da rede coletora de esgoto do município, a prática irregular de descarte de lixo e gordura na tubulação pode acarretar prejuízos à operação do sistema de esgotamento sanitário do município, causar danos ao meio ambiente e comprometer a saúde e qualidade de vida das pessoas. Em Holambra, mensalmente, mais de uma dezena de casos de mau uso da rede são registrados, como o que aconteceu na Rua Mário Bonano, que teve o seu funcionamento comprometido porque tecido e estopa obstruíam a tubulação.
Engana-se quem pensa que esse caso é um fato isolado. Na maior parte das ocorrências, são removidos lixo, roupas íntimas, absorventes, fraldas, entre outros materiais descartados irregularmente em toda extensão dos 47 quilômetros de tubulação ativa no município. As regiões que têm contabilizado maior incidência de extravasamentos de esgoto são os bairros Imigrantes e Residencial Moinho, prejudicando a operação do coletor tronco de diâmetro nominal de 250 milímetros, responsável pelo escoamento de todo o efluente doméstico proveniente daquela área.
Apesar de Holambra ser uma cidade com uma infraestrutura bem planejada e contar com uma geografia que favorece o sistema de saneamento, a equipe técnica da Águas de Holambra executa preventivamente manutenções e lavagem da rede coletora de esgoto com caminhão de alta pressão, a fim de garantir o bom funcionamento do sistema.
Mas por que então, mesmo com todos os procedimentos preventivos realizados, os extravasamentos ocorrem? Na prática, as obstruções ocorrem devido ao fato da rede de esgoto ter a função de apenas coletar a água residual dos imóveis. Quando há um incremento do volume recebido, seja por descarte de lixo e/ou água de chuva lançada diretamente na tubulação, o adicional acaba escoando por qualquer acesso, causando vazamentos e/ou retorno nos imóveis, pois o sistema foi dimensionado apenas para receber o esgoto.
De acordo com o coordenador de Engenharia e Operações, Alan Pedra, mesmo com o trabalho efetivo realizado pela equipe técnica, é necessário que a população se conscientize sobre os prejuízos causados pela irregularidade. “Sabemos que é desagradável presenciar extravasamento, principalmente, nos casos mais extremos de retorno de esgoto nos imóveis. Por isso, é importante que a população compreenda que os danos causados pelo mau uso da rede coletora afeta todos de um modo geral. Neste sentido, reforçamos que o bom funcionamento dos sistemas de saneamento depende de uma gestão compartilhada entre a concessionária e o usuário. Cabe à empresa assegurar a eficiência da rede coletora por meio dos procedimentos preventivos e ao munícipe a responsabilidade de não executar ações que interfiram na operação”, enfatiza o coordenador.
O que não pode ser descartado na rede coletora de esgoto
A rede coletora de esgoto tem a função de coletar apenas a água que é utilizada nos imóveis. Alguns materiais aparentemente “inofensivos” representam grandes riscos a operação do sistema.
Nesta relação englobam os materiais: papel higiênico, fraldas, absorventes, preservativos, cotonetes, fio dental, lâminas de barbear, medicamentos, curativos, embalagens, roupas, cabelo, poeira, folhas, óleo de cozinha, restos de alimentos, cigarro, tintas e solventes, entre outros compostos que podem danificar a tubulação.