Mais de 150 mil brasileiros já venderam a Iris dos olhos em troca de criptomoeda
Projeto da Worldcoin promete criar identidades digitais únicas, mas levanta dúvidas sobre privacidade e segurança dos dados.
Mais de 150 mil pessoas no Brasil já participaram de um projeto que troca a imagem das próprias íris por moeda digital. A iniciativa da Worldcoin, cofundada por Sam Altman, CEO da OpenAI, está em operação desde novembro de 2024 e, por enquanto, acontece apenas na cidade de São Paulo. Lá, os participantes fazem o escaneamento em dispositivos chamados “Orbs” e recebem cerca de R$ 600 em criptomoedas como recompensa.
O objetivo do projeto, segundo a empresa, é criar uma identidade digital única e verificável para cada pessoa, conhecida como World ID. Essa identidade poderia ser usada para autenticações online, diferenciação entre humanos e robôs na internet e até para facilitar a implementação de políticas de renda básica universal. A empresa afirma que as imagens das íris são deletadas logo após serem convertidas em códigos criptografados, garantindo a privacidade dos dados.
Além do Brasil, o projeto já está ativo em países como Alemanha, Espanha e Quênia. Por aqui, não há ainda planos confirmados para expandir a iniciativa para outras cidades brasileiras além de São Paulo.
Embora a proposta pareça promissora, ela levanta preocupações. Especialistas questionam a segurança no uso de dados biométricos e o potencial para usos não divulgados dessas informações. No Brasil, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) está investigando o caso e já solicitou explicações à empresa para garantir a conformidade com as leis de proteção de dados e os direitos dos cidadãos.
Reportagem, Kristine Otaviano
Agência Voz