PEDRO ABRUCÊS, EXEMPLO PARA A ATUALIDADE!

Vida dedicada à memória, à história, à preservação da identidade deste povo e lugar. Sonhava acordado! Chegava a dormir sobre seus projetos. Nonagenário sustentado por sonhos, projetos e realizações em benefício de sua comunidade. Sua paixão era o prédio da Casa Paroquial. Hoje, neste local, temos a Casa da Memória Padre Gomes cuja instalação se tornou exemplo não só para a nossa região metropolitana.Instalada segundo modelo do Instituto Moreira Sales de São Paulo e demais instituições do gênero, dentro dos princípios da mais avançada tecnologia e informatização. Rica Reserva Técnica que abriga com eficiência “ad aeternum” fotografias e documentos de Jaguariúna.

Contém armários de aço deslizantes, ar-condicionado, em funcionamento 24 horas por dia. Acondicionamento documental em jaquetas de papel neutro, não alcalino, protegidas por plástico de polipropileno com proteção total do acervo para estudo e pesquisas dos consulentes. A nova construção é uma fortaleza e seu espaço interno, arquitetura moderna, dedicada à Casa da Memória. Internamente, tudo deve ser preservado! Porém, aqui estava a Casa Paroquial com construção sóbria com varanda em arcos da década de 40. Na época foi considerada pelo correspondente de “A Comarca” (22/07/45) como uma das mais belas da Diocese de Campinas. Infelizmente, desapareceu e cedeu seu lugar a esta moderna inovação da Tecnologia e Informática trazendo consigo uma pracinha pública nova diante dela.
Novo espaço alegre, ensolarado, aconchegante, destinado às exposições fotográficas anuais da Terra. O povo apreciou a criação deste Museu Moderno, tipo Arquivo Público, guardião das memórias, da História de Jaguariúna. O Povo é o corpo da cidade. A sua História é a alma da cidade. Se Ela não for resgatada, guardada, divulgada, Povo e Cidade perdem a sua Identidade (Luciano Dias Pires). Porém o Povo chorou e angustiou-se com a perda da Casa Paroquial, belo e importante Patrimônio Histórico com o qual escreveu a História da Paróquia junto com Padre Gomes durante sessenta anos. Como diz a poetisa mineira Adélia Prado: ”Aquilo que a memória amou, fica eterno!”

O CONPHAAJ, a Casa da Memória, a Igreja hoje, os paroquianos e munícipes desejam uma reposição da memória da Casa Paroquial. Duas plantas já se fizeram desde 2010: Secretaria de Turismo e Cultura, através do Arquiteto Roberto D’Alessandro. O Sr. Pedro Abrucês fez vários estudos e uma planta. Tudo foi discutido, analisado, sugerido e opinado pelas entidades referidas e por autoridades no gênero (UNICAMP, representante do Instituto de Recuperação do Patrimônio Histórico do ESP, Arquitetos do CONPHAAJ). O Prefeito Gustavo Reis, os ex-Prefeitos Tarcísio Chiavegato, Maurício Hossri apreciaram favoravelmente este projeto.

Qual o projeto que perdurou nestes quinze anos? Foi este: repor apenas a memória da Casa Paroquial. Não se deve, porém, tocar no espaço interno daquilo que se construiu como Casa da Memória. Todavia, há corredores externos à Instituição em ambas as laterais que prejudicam a visibilidade de um Patrimônio Histórico de 1894: “Igreja de Santa Maria do Jaguary”, marco da fundação da cidade. (Decreto-Lei de 30 de novembro de 1937, Cap.III, artigo 18, respaldado pelo Artigo 180 da Constituição). Também foram tirados do Largo da Igreja dois metros de cada lado, em toda a sua extensão. Nos seus últimos anos o Sr. Pedro Abrucês, representante dos sonhos deste Povo, idealizava uma retirada dos altos muros da Casa da Memória, retrocedendo-os, dois metros de cada lado que sobram ociosos, rebaixando-os e reconstituindo neles apenas as fachadas de frente e de fundo da Casa Paroquial.

Trata-se apenas da reposição de uma memória que o povo amou, criando belíssimo efeito estético. O ideal, neste momento, seria a Câmara Municipal abraçar o Projeto realizando uma audiência popular, verificando o consentimento dos munícipes. Pois, para que os Poderes Públicos resguardem-se em suas realizações nos patrimônios históricos, há necessidade de consulta popular, haja vista que exercem o poder em nome do seu Povo. “Vox populi, Vox Dei”.

Tomaz de Aquino Pires