Portadores de autismo recebem atenção do município em diferentes áreas
Políticas públicas da Prefeitura de Jaguariúna destacam atenção aos portadores de autismo
No “Dia Mundial de Conscientização do Autismo”, comemorado em 2 de abril por recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), a Prefeitura de Jaguariúna se destaca pelas políticas públicas voltadas para o atendimento de crianças, adolescentes e pessoas com diferentes graus de autismo. Nesta edição 2019, segundo a ONU, o tema central é “Tecnologias assistivas, participação ativa”.
Uma das pastas onde o autismo recebe atenção especial é a Saúde. Atualmente, a Prefeitura de Jaguariúna custeia o serviços prestados pelo Centro de Equoterapia Jaguariúna. No centro, são atendidas 150 crianças e adolescentes da cidade, todos com necessidades especiais. Conforme as normas, os portadores de algum grau de autismo recebem atendimento de acordo com o grau do transtorno apresentado.
A reabilitação, no caso é feita após avaliação médica feita por profissionais de fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional e psicologia. No atendimento prestado pelo Centro de Equoterapia Jaguariúna, a utilização dos cavalos e o apoio integral de psicólogos é custeada pela Prefeitura.
A rede pública de saúde também conta com terapeuta ocupacional, fonoaudióloga e psicólogo, que trabalham na identificação dos diferentes tipos de autismo. Nas classificações diagnósticas do autismo, as mais conhecidas são Síndrome de Asperger, Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, Transtorno Autista e Transtorno Desintegrativo da Infância.
“A rede municipal de Saúde também disponibiliza medicamentos, insumos e transporte por Vans, conforme a necessidade e cada caso, além de contar com o suporte de especialistas do Hospital Walter Ferrari e serviços de referência regionais”, explica a secretária da Pasta, Maria do Carmo de Oliveira Pelisão.
Tudo isso, garante a secretária, busca fazer a intervenção correta para cada caso e fornecer a orientação adequada à família do paciente autista, o que gera ganhos significativos e duradouros no desenvolvimento da criança. O objetivo é proporcionar uma vida mais autônoma e com melhor qualidade de vida.
Na área da educação, a secretária Cristina Pinto Catão Bonini Hosikawa destaca que atualmente a rede municipal de ensino atende 53 alunos autistas, sendo 38 no Ensino Fundamental e 15 na Educação Infantil. “Isso mostra que a inclusão é um fato na Educação em Jaguariúna, pois esses estudantes contam com o apoio de professores especialistas que os acompanham de forma intensiva nas unidades escolares”, pontua.
Conforme a secretária, alunos autistas recebem orientações quanto à inclusão nas rotinas, adaptação aos materiais e conteúdos e recebem atendimento na Sala de Recursos. Além disso, a Educação contribui no diagnóstico dos diferentes graus do transtorno autista com Avaliações Neuropsicológicas e atendimento de Fonoterapia.
Um exemplo claro dos resultados dessa atenção especial é atestados por Patrícia Massa, mãe do pequeno Davi, de apenas sete anos e aluno do 3º ano da Escola Municipal Prefeito Joaquim Pires Sobrinho I, da rede municipal de ensino. “Sou muito grata a tudo pelo que já fizeram e continuam fazendo pelo Davi, pois ele aprendeu até a falar”, diz a mãe, emocionada.
Há, também, por meio da Secretaria de Educação, a parceria com a Escola Especial Luz, em Paulínia, que atende 11 alunos de Jaguariúna diagnosticados com altíssimo grau de autismo. Nesse caso, a Prefeitura de Jaguariúna custeia (100%) das mensalidades. Esses alunos frequentam essa escola porque ela é especializada e trabalha com inclusão com qualidade.
A Secretaria de Turismo e Cultura (SETUC) da Prefeitura é outro segmento da administração pública que colabora com as políticas de inserção social dos autistas, em Jaguariúna. Por meio da Escola das Artes de Jaguariúna, muitos alunos participam das Oficinas de Musicalização, Teatro e Dança.
O papel desempenhado por elas é o de serem ferramentas de inclusão para crianças e adolescentes autistas, sempre com a supervisão dos pais, uma vez que se trata de alunos que frequentam aulas na rede municipal de ensino. Além disso, a Prefeitura mantém parceria com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e os alunos da entidade são atendidos pela Escola das Artes na sede da entidade.
O autismo
O autismo é um problema psiquiátrico que costuma ser identificado na infância, entre 1 ano e meio e 3 anos, embora os sinais iniciais às vezes apareçam já nos primeiros meses de vida. O distúrbio afeta a comunicação e capacidade de aprendizado e adaptação da criança.
Que fique claro: os autistas apresentam o desenvolvimento físico normal. Mas eles têm grande dificuldade para firmar relações sociais ou afetivas e dão mostras de viver em um mundo isolado.
Anteriormente o problema era dividido em cinco categorias, entre elas a síndrome de Asperger. Hoje, ele uma única classificação, com diferentes graus de funcionalidade e sob o nome técnico de transtorno do espectro do autismo. O jeito de lidar com cada um varia.
Na forma qualificada como de baixa funcionalidade, a criança praticamente não interage, vive repetindo movimentos e apresenta atraso mental. O quadro provavelmente vai exigir tratamento pela vida toda.
Na média funcionalidade, o paciente tem dificuldade de se comunicar e repete comportamentos. Já na alta funcionalidade, esses mesmos prejuízos são mais leves, e os portadores conseguem estudar, trabalhar e constituir uma família com menos empecilhos.
Há ainda uma categoria denominada savant. Ela é marcada por déficits psicológicos, só que com uma memória fora do comum, além de talentos específicos.
O autismo não possui causas totalmente conhecidas, porém há evidências de que haja predisposição genética para ele. Outros reportam o suposto papel de infecções durante a gravidez e mesmo fatores ambientais, como poluição, no desenvolvimento do distúrbio.