Secretaria monitora família de capivaras
Já faz algum tempo que uma família de capivaras se instalou no entorno do lago Lavapés, junto a avenida Luiz Gonzaga de Amoedo Campos e o fato causou reclamações de moradores próximos ao local.
Os animais chegaram ao lago, após subirem o rio Mogi Mirim desde a Pedreira que fica entre Mogi Mirim e Mogi Guaçu e que dá acesso ao córrego e ao lago Lavapés.
Os animais silvestres são protegidos pela Lei Ambiental e não podem ser removidos ou capturados sem a autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Desde que apareceram, as capivaras são monitoradas pela Secretaria de Sustentabilidade Ambiental de Mogi Mirim, seguindo normas e orientações do Departamento de Fauna da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo e, segundo os técnicos, elas não apresentam riscos à população.
O órgão municipal trabalha para identificar a quantidade exata de animais presentes na região, com objetivo de saber como os grupos estão distribuídos, para em uma outra etapa, adequar ou não o local para os animais.
Em resposta a um ofício enviado pelo vereador professor Cinoê Duzo (PSD) à secretaria de sustentabilidade ambiental este mês, que questionou quais as atitudes e ações da secretaria sobre a presença das capivaras no lago, o órgão respondeu que realiza o monitoramento dos animais, bem como estuda a melhor estratégia para que eles possam viver em harmonia com a comunidade, desde que não existam riscos como a transmissão de doenças causadas pelo carrapato “Amblyomma”, também conhecido como “carrapato estrela”, que pode ser encontrado nesses animais.
O ofício destaca também que a secretaria realiza um Plano de Manejo, seguindo as diretrizes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e que já solicitou à Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) a realização de pesquisa acarológica na região, ou seja, ação para detectar se os carrapatos encontrados nos animais estão ou não contaminados com a bactéria que pode transmitir doenças.
Risco
O ofício continua com a informação de que se forem encontrados riscos potenciais à saúde da população, a secretaria deverá agir conforme o Sistema Integrado de Gestão da Fauna Silvestre (GeFau). As informações foram confirmadas no dia 14 de julho pela Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais, por Thais Guimarães, do DeFau (Departamento de Fauna).
Ainda segundo o documento, os animais não serão capturados, desde que não apresentem riscos. O ofício termina com a informação de que o departamento de biologia e veterinária do Zoológico Municipal e a Gerência de Meio Ambiente continuam o monitoramento das capivaras, para garantir a segurança tanto dos animais como da população.
Esse monitoramento passa por um exame visual, que na última semana detectou um ferimento na região abdominal em um dos animais, mas que está em processo de cicatrização, não oferecendo nenhum risco.
Alguns moradores próximos ao lago chegaram a fotografar alguns filhotes atravessando uma rua e publicaram em uma rede social. Outros pediram a retirada dos animais do local, o que é proibido, desde que não existam riscos. Além disso, os animais se encontram em seu habitat natural e não podem ser incomodados. Alguns moradores chegaram também a propor que a gerência de meio ambiente efetuasse disparos com anestésicos nos animais para retirá-los. A ideia foi descartada, porque as capivaras são animais muito rápidos e ao serem atingidas por dardos anestésicos, haveria o risco muito grande de irem para a água e quando o medicamento fizesse efeito, entre três e cinco minutos, poderiam morrer afogadas. Aí o prejuízo seria ainda maior.