Secretaria de Saúde confirma mais três mortes por dengue e total chega a 80
Crédito foto: Rogério Capela
Óbitos ocorreram entre 15 de junho e 21 de julho. No período entre 1º de janeiro e esta segunda-feira, 4 de novembro, foram confirmados 120.216 casos de dengue em Campinas
A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou na tarde desta segunda-feira, 4 de novembro, mais três mortes por dengue na cidade. O total chega a 80 neste ano.
Os novos registros ocorreram entre 15 de junho e 21 de julho.
A Pasta lamenta e se solidariza com as famílias. O desfecho óbito depende de fatores como procura precoce por atendimento, manejo clínico adequado e características individuais do paciente, como possíveis doenças preexistentes e/ou outras condições clínicas especiais.
Assim como em todas as situações de casos registrados, medidas preconizadas foram desencadeadas nas regiões onde residiam as pessoas que morreram: controle de criadouros, busca ativa de pessoas sintomáticas e nebulização para combater o mosquito Aedes aegypti, vetor da doença. A Secretaria de Saúde confirmou 120.216 casos de dengue no período entre 1º de janeiro e esta segunda-feira, 4 de novembro.
Perfil dos óbitos
Sexo masculino, 62 anos, com comorbidades. Atendido na rede pública e morador da área de abrangência do CS Aurélia. Ele teve início dos sintomas em 9 de junho e o óbito ocorreu no dia 15 do mesmo mês.
Sexo feminino, 21 anos, com comorbidades. Atendida na rede pública e moradora da área de abrangência do CS Campo Belo. Ela teve início dos sintomas em 13 de julho e o óbito ocorreu no dia 21 do mesmo mês.
Sexo feminino, 84 anos, com comorbidades. Atendida na rede privada e moradora da área de abrangência do CS São Bernardo. Ela teve início dos sintomas em 23 de maio e o óbito ocorreu em 25 de junho.
Situação atual
A Secretaria de Saúde reitera o alerta feito desde 2023 com objetivo de sensibilizar a população para tentar reduzir casos e óbitos: a melhor forma de prevenção contra a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouros para o Aedes aegypti, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.
“A intensificação do período de calor favorece a proliferação do mosquito. Por isso, reforçamos a importância do descarte adequado de todo material em desuso que possa conter ovos e acumular água, servindo de criadouros. Separe dez minutos por semana, isso faz toda a diferença para a prevenção e combate à dengue”, ressaltou o coordenador do Programa de Arboviroses de Campinas, Fausto de Almeida Marinho Neto.
O Município declarou fim do estado de emergência para dengue em 14 de junho, mas ainda registra número elevado de casos para o período. Com isso, as medidas de prevenção e combate à dengue devem ser contínuas e realizadas o ano todo pela população, inclusive durante o inverno. O pico de transmissão da dengue neste ano foi entre 7 e 13 de abril.
Contexto nacional
A epidemia de dengue é nacional e, neste ano, dois fatores contribuíram para aumento de casos em Campinas apesar da série de esforços da Administração para combater a doença e aprimorar a assistência em saúde: a circulação simultânea de três sorotipos do vírus pela primeira vez na história, e condições climáticas favoráveis para a proliferação do mosquito, principalmente por conta das sucessivas ondas de calor entre outubro e início de maio.
Assistência em saúde
A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação. Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.
O que já foi feito
Em 2023, um estudo da Secretaria de Saúde mostrou que a cidade viveria uma nova epidemia de dengue. Por isso, foram desencadeadas diversas medidas para o enfrentamento da doença. Muitas delas consideradas adicionais ao planejamento regular de prevenção e combate à dengue. O plano inclui Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e novo site para divulgar informações.
Desde dezembro do ano passado foram reforçados os estoques dos principais insumos usados no tratamento da dengue para garantir o atendimento dos pacientes da rede municipal de saúde. A administração divulgou uma projeção de pelo menos 100 mil casos da doença em 2024.
Outra novidade é o uso de inteligência artificial para ampliar o monitoramento e assistência em saúde aos pacientes com dengue. Toda pessoa diagnosticada ou com suspeita da doença, após atendimento no SUS Municipal, recebe, via WhatsApp, mensagem disparada pelo chatbot que auxilia a Pasta a acompanhar as condições do paciente. Caso necessário, é feita nova orientação sobre busca por atendimento. Até 10 de outubro, 46.838 pacientes foram acompanhados. Do total, 15.891 foram reencaminhados aos serviços de saúde.
A Prefeitura criou ainda o Grupo de Resposta Unificada (GRU), que envolve todas as áreas com objetivo de agilizar respostas e fiscalizações para denúncias que tratam de criadouros.
Já a Secretaria de Serviços Públicos intensificou o trabalho de coleta de lixo e entulhos e, com isso, passou a recolher 4 mil toneladas a mais de resíduos urbanos por mês.
Durante o período de emergência, a Saúde abriu centros de saúde que não funcionavam aos finais de semana para ampliar o atendimento dos pacientes.
Ações em números – (atualização até 17/10)
Controle de criadouros: 1.410.268 imóveis visitados
Nebulização: cobertura de 224.582 imóveis