VILLA BUENO – JAGUARY- BELO ANIMAL– O CAVALO
A Villa Bueno nasceu em 1894. Logo no início do século XX, os fazendeiros e pessoas afeiçoadas ao doce animal que lhes servia de transporte exibiam seus bonitos, ligeiros e fortes animais de locomoção. O jornal do município “A Comarca” já registra a presença dos cavalos correndo nas raias da Praça Berlim. Por volta de 1914, o jornal volta a registrar que as raias haviam sido reconstruídas. Esta praça ficava às margens do Rio Jaguari entre as ruas XV de Novembro e Floriano Peixoto. Novas corridas registradas pelo jornal em 1929 nas raias da Praça Berlim. A praça desapareceu, mas a paixão pelos cavalos nunca sumiu da terra.
Sempre presentes os laços afetivos dos cavaleiros com os seus animais de estimação, no primeiro século de vida da Terra de Santa Maria. Assim quando apareciam os retratistas, cavalos e cavaleiros apareciam no centro histórico a fazer pose e memória. Não conhecemos tal retrato tirado pelo esportista Lauro de Carvalho, na década de 1920. Serafim Abib, na década de 1940 e 1950 mostrou, através de fotos a vida no Jaguari. Assim como, Moacyr Malachias, em seguida.
Quantos animais majestosos, muito bem arreados com seus cavaleiros na Praça Umbelina Bueno! Os cavaleiros eram fotografados em pé no lombo do amestrado animal. Padre Gomes criou a Cavalaria Antoniana de 1949 a 1951. Eram comuns Circos e Companhias de Rodeios e Touradas montarem suas estruturas no centro da Vila. O povo vibrava ao ver os peões sustentando-se sobre os cavalos bravos, não amestrados, enfrentando touros selvagens. Tais espetáculos ocorreram até a década de 1950, frequentemente.
O povo acorria a prestigiar o seu preferido espetáculo. Jaguariúna teve o 2º Haras do Brasil na Fazenda Ipiranga. Foi uma das razões apresentadas ao Estado, em 1953, pela Comissão de Emancipação Política justificando o novo município. Fazenda do Dr. Mílton Euvaldo Lodi (R.J.) descia de avião próprio, na Fazenda Ipiranga, em seu haras de 130 alqueires onde criava potros de puro sangue para o Jóquei clube de São Paulo.
Cavalos e cavaleiros, troles, charretes, cabriolés, carroças traziam o povo a passeio, às Missas e às compras na Vila. Cavalos e cavaleiros permaneceram. Na década de 1970 há vigoroso retorno da Cavalaria de Santo Antônio incentivada pelo Padre Gomes. Ela permanece até hoje. Por esta paixão houve a fundação do Clube do Cavalo nos anos de1980. Este clube faz renascer o espetáculo dos rodeios em 1989, 1990 e 1991 no Campo do Padre (Supermercado Antonelli).
Os oito seguintes, de 1992 a 1999, tiveram como palco o Parque Santa Maria. Num crescente torna-se o grandioso espetáculo do Jaguariúna Rodeo Festival conhecido nacionalmente com presença de peões e artistas nacionais e internacionais. O grande entusiasta e realizador de rodeios, Waldomiro Poliselli Jr, construiu o Red Eventos para sediar o show de peões, cavalos e touros e atrações musicais a partir do ano 2000. E assim a paixão pelo show dos peões e animais prosseguiu acompanhadas com apresentações musicais de sucesso.
O povo chama a cidade de capital do Cavalo, reconhecendo ao animal a sua utilidade histórica como meio de transporte, a sua docilidade, lealdade para com o homem. Na Fazenda Castelo, prossegue o Haras Maripá com a criação de cavalos de puro sangue. Na fazenda da Barra restaurada inaugurou-se espaço dedicado às apresentações do animal que conquistou o povo e à cidade.
Tomaz de Aquino Pires