Aplacar a tempestade – Paiva Netto

Diante das mais distintas situações, em que a dor e o sofrimento chegam, muitas vezes sem avisar, é imprescindível o gesto solidário das criaturas em prestar socorro material e, sobretudo, espiritual ao próximo. E, ao lado desse apoio imediato, é preciso alimentar a força da esperança e da Fé Realizante, que levam o ser humano a se manter sob a proteção do Pai Celestial e o estimulam a arregaçar as mangas e concretizar suas mais justas súplicas.
Nos desafios da existência, recordemos sempre a palavra de conforto e ânimo renovados de Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, constante do Seu Evangelho, segundo Mateus, 8:23 a 27; Marcos, 4:35 a 41; e Lucas, 8:22 a 25. A seguir, o texto da Boa Nova unificado por Wantuil de Freitas (1895-1974):
“Aconteceu que, num daqueles dias, Jesus tomou uma barca, acompanhado pelos Seus discípulos; e eis que se levantou no mar tão grande tempestade de vento que as ondas cobriam a barca, enquanto Jesus dormia na popa, sobre um travesseiro. Os discípulos O acordaram aos brados, dizendo: ‘Salva-nos, Senhor, nós vamos morrer!’ E Jesus lhes respondeu: ‘Por que temeis, homens de pequena fé?’ Então, erguendo-se, repreendeu os ventos e o mar; e se fez grande bonança. Aterrados e cheios de admiração, os discípulos diziam uns aos outros: ‘Afinal, quem é Este, que até o vento e o mar Lhe obedecem?’”
Enfrentar e vencer as tormentas
O que tem sido a vida humana, para muitos, a não ser o atravessar de procelas, que devemos vencer, não fugindo delas? Vejamos o exemplo na própria náutica. Durante uma tempestade com vagalhões, o comandante embica a proa do navio na direção das vagas, se ele, surpreendido pela tormenta, não pôde fugir dela.
Não vira para o lado, não dá às vagas os seus costados. Senão, o barco corre o grave risco de adernar e até submergir. Assim cada um de nós tem de ser. Enfrentar as intempéries do cotidiano com o potente navio que o Celeste Navegador nos oferece, que é o nosso corpo, conduzido pelo Espírito, mesmo quando nos sentimos enfermos. Encarar a tempestade e vencê-la, derrubadas as ilusões da vida. Porque aí é possível sonhar com um mundo melhor. Iludirmo-nos é que não podemos.
E, no instante em que o temporal estiver mais forte, a ponto de pensarmos que soçobraremos — ou, o que é pior, acharmos que o Competente Comandante está distraído, descansando —, tenhamos a certeza de que o Divino Timoneiro não dorme. Jesus sempre se encontra vigilante, pronto a orientar a Sua tripulação, indicando-lhe novas viagens pelo planeta inteiro, esperando que mostre a sua capacidade e perseverança.
“Por que temeis, homens de pequena fé?”
Assimilemos o quanto antes essa reprimenda justa de nosso Senhor e Mestre, pois, de qualquer forma, na hora certa, Ele vai erguer-se, repreender os ventos e o mar, e far-se-á paz nos corações.
Tudo neste mundo pode ficar fora do controle dos homens, mas nada escapa ao comando de Deus. Portanto, quanto mais perto Dele, mais longe dos problemas.
José de Paiva Netto é Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
 

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