“Quando disse eu te amo para o meu pai já era muito tarde”

José Jorge dos Santos, mais conhecido como Jorge do Banco, atual vereador pelo Podemos em Engº Coelho, conta em entrevista exclusiva como era a infância, experiência no cinema, revela arrependimentos e perspectivas do futuro.

 

Nascido em Taubaté, filho de lavrador e de uma costureira, o hoje vereador José Jorge dos Santos, em uma conversa
exclusiva para o Jornal O Regional, conta como foram os dias, antes de ser o “Jorge do Banco”.

Membro de uma família de seis irmãos, a vida nem sempre foi cheia de flores. Fotos Márcio Nato Rodrigues

Membro de uma família de seis irmãos, a vida de Jorge nem sempre foi cheia de flores. O empresário lembra que na época de criança as coisas eram bem complicadas, mas viveu ainda assim, “uma infância feliz”.

De acordo com o vereador, a infância foi vivida com dias muito humildes, no entanto “maravilhosa” e foi neste contexto que teve a oportunidade de conviver com uma das grandes estrelas do cinema nacional.

Amácio Mazzaropi em Taubaté

Arquivo Pessoal Jorge dos Santos

Jorge conta que o ator, cantor, produtor e cineasta, Amácio Mazzaropi comprou uma fazenda nas proximidades de onde ele morava e lá, segundo o hoje vereador, Mazzaropi montou a PAM Filmes. “Tive o prazer de participar como figurante de muitos filmes que foram produzidos naquele lugar, o Mazzaropi chamava a gente para participar no set de filmagens, não posso acreditar que fiz parte dessa história”, conta emocionado.

Além de Mazzaropi, ele lembra que teve a oportunidade de conviver com outros ícones da dramaturgia do cinema e TV brasileira, “por meio da produtora, tive a honra de conviver com os já saudosos atores: Luiz Gustavo e Tarcísio Meira e muitos outros que trabalharam nos filmes do Mazzaropi”, lembra.

Arquivo Pessoal Jorge do Banco

“Já era muito tarde”

Além de lembrar dos momentos de descontração e alegria, a mente do Jorge do Banco, envolveu-o num passado ainda mais distante e dificultoso, “o meu uniforme escolar era compartilhado com meus irmãos, era tudo muito difícil, mas mesmo assim éramos felizes”, disse.

Perguntei ao emocionado homem se havia algo na vida de que se arrependerá do que tinha ou não feito e a resposta foi devastadora: “Eu teria dito para o meu pai: Pai eu te amo! Creio que ele sabia que eu o amava, mas na nossa família, nós não tínhamos esse hábito, meu pai era um homem do campo, rude e quando ele morreu, eu disse para ele isso no caixão – mas já era muito tarde. Por isso hoje, digo para os meus filhos, netos, irmãos, sem qualquer reserva: eu te amo, para que o amanhã não seja tarde demais”, desabafa.

“Eu teria dito para o meu pai: Pai eu te amo!” Foto: Márcio Nato Rodrigues

O Nerd da turma

Com o passar do tempo, o empresário conta que via nos estudos uma forma e uma oportunidade única de mudar de
vida. Por isso, sempre levou tudo muito a sério e com bastante compromisso. Pelos amigos no colégio, ou já na adolescência, era chamada de Nerd ou CDF. Porém, isso para ele não fazia a menor diferença, “Eu sabia que para melhorar a minha vida, eu deveria estudar e me preparar para as oportunidades que viriam e foi o que fiz”, afirma.

E foi por meio desta dedicação e empenho que passou no concurso do Banco do Brasil e assim, depois de muitas
andanças, veio parar em Engenheiro Coelho quando a cidade ainda estava nascendo. “Quando cheguei aqui, nem prefeito ainda tinha, ia ser realizada a primeira eleição, tinha acabado de se emancipar”, enfatiza.

A vida em Engenheiro Coelho

A história de Jorge dos Santos em Engenheiro Coelho, pode-se até se contrastar com a história de nascimento do município. De acordo com Santos, o amor pela cidade, pelas pessoas do município é incondicional. Por esse motivo, o homem que, até então, não tinha sequer quaisquer pretensões políticas, atendendo aos apelos dos amigos, todos do bem comum, candidatou-se a uma das cadeiras parlamentares da cidade e foi eleito vereador no último pleito. “Eu só me envolvi por muita insistência das pessoas. Na verdade, eu já realizava um trabalho em prol de nossa população, só não era oficializado. Hoje, como vereador, posso exercer um trabalho mais sólido em prol de todos e com a autoridade demanda do povo”, explica.

Falando sobre a atual vida parlamentar, o vereador disse que não se arrepende, revela que a função parlamentar tem exigido muito de si, “Eu trabalho praticamente 24h em prol do município, mesmo que eu esteja na minha empresa, eu acabo tratando de assuntos concernentes à vida pública parlamentar da cidade”, declara.

O Jorge do Banco

O Jorge do Banco como é conhecido, se diz honrado por ter sido votado em praticamente quase todos os colégios eleitorais de Engenheiro Coelho, afirma que foi eleito não só para legislar e fiscalizar em prol dos que votaram em seu número, mas para cuidar da “saúde e vida” da população como num todo.

Destaca que por mais que a população – numa forma geral- classifique os políticos como imprestáveis e desonestos, Jorge afirma que há pessoas de boa índole e que estão tentando fazer o certo na política. “ É um cenário complexo, mas graças a Deus tive o prazer e estou tendo o prazer de conhecer pessoas que realmente querem um compromisso com a verdade, com a honestidade e seriedade, isso me deixa feliz. Quem me conhece sabe, que sempre vou estar do lado do correto, para isso confiaram em mim os que me elegeram”, reafirmou.

Amor em páginas

Jorge não esconde em nenhum momento o carinho e o amor que sente por Engenheiro Coelho, por isso, de uma forma singela de homenagear o município e claro, registrar a história da cidade, ele escreveu e lançou o livro Lapidando uma Joia, com alguns fatos e personagens históricos e icônicos que passaram pela região, expressa a ideia de um dia poder criar um museu onde todas as memórias de Engenheiro Coelho fiquem guardadas e vivas  para todos.

O livro Lapidando uma Joia, conta alguns fatos e personagens históricos e icônicos que passaram pela região. Foto: Márcio Nato Rodrigues

“O livro, escrevi para contar e contextualizar a saga do Clube Recreativo São Pedro, com muitos casos de pessoas que por aqui passaram e muita gente não tem ideia, relato momentos históricos e importantes para o nosso município e outros detalhes memoráveis, mas eu sonho ainda em poder ter um espaço onde possamos construir um museu e ali depositarmos a história de nossa região. Assim que tivermos esse espaço cultural, eu vou doar a minha coleção de “santinhos” de todos os candidatos a vereadores que concorreram às eleições na cidade, desde a primeira eleição”,  finaliza.

Por: Márcio Nato Rodrigues
 

Comentários