Maternidade de Campinas orienta sobre cuidados com bebês para evitar internações
Preocupada com a lotação dos leitos de UTI (Unidade de terapia Intensiva) e de UCI (Unidade de Cuidados Intermediários) Neonatal e com o aumento da incidência das doenças respiratórias no inverno, a instituição recomenda às mães que redobrem a atenção com os bebês para evitar que adoeçam.
A superlotação dos leitos (Unidade de terapia Intensiva) e de UCI (Unidade de Cuidados Intermediários) somada ao aumento da frequência dos casos de infecções virais respiratórias – responsáveis por atacar o nariz, a garganta e os pulmões –, principalmente no outono e no inverno, preocupam os pediatras e gestores dos hospitais, que alertam sobre a necessidade de redobrar os cuidados com os bebês a fim de evitar que adoeçam.
Tanto a UTI quanto a UCI Neonatal do Hospital Maternidade de Campinas têm registrado mais de 100% de ocupação nos últimos meses. Por isso, a Maternidade faz o alerta na tentativa de evitar as internações. As medidas de prevenção são simples, entre elas, evitar o contato dos bebês com pessoas que apresentem sintomas até de um simples resfriado e manter a boa higienização da casa, evitar aglomerações, manter o uso de máscaras de proteção e a lavagem e o uso de álcool em gel nas mãos, protegê-las do vento e mantê-las hidratadas.
O vírus sincicial respiratório, que geralmente é inofensivo para crianças maiores de dois anos e para os adultos, pode ser perigoso para recém-nascidos. “Por isso, nesta época do ano, principalmente, é importante que os pais evitem até mesmo receber visitas de parentes e amigos que desejam conhecer o bebê”, aconselha o pediatra Dr. Rogério Manuel Duarte Nogueira, diretor do Hospital Maternidade de Campinas. De acordo com o médico, é essencial manter o calendário de vacinação atualizado e muito recomendável que as grávidas e as crianças entre seis meses e cincos anos de idade tomem a vacina contra a gripe e contra a covid-19, disponíveis na rede pública”, orienta.
Resfriado x gripe
Resfriado e gripe são as doenças mais comuns nesta época do ano e que podem afetar as vias respiratórias. Apesar de, muitas vezes, serem confundidas e compartilharem dos sintomas iniciais – nariz entupido e dores no corpo –, trata-se de duas infecções distintas. O resfriado pode ser desencadeado por várias espécies diferentes de vírus e provoca, no máximo, dores leves, tosse, espirros e coriza nasal. Já a gripe é causada por um vírus específico (influenza) e se diferencia principalmente pelos sintomas que aparecem a médio prazo: dores mais intensas do que nos resfriados, náuseas, febre, congestionamento das vias respiratórias e comprometimento do sistema imunológico. É importante estar atento à gripe, uma vez que, ao comprometer o sistema imunológico, ela pode abrir espaço para problemas mais graves, como a pneumonia.
Outra preocupação é com a bronquiolite viral que, embora provoque sintomas semelhantes aos do resfriado ou da gripe, nos bebês ela pode evoluir e provocar inflamação das vias aéreas do pulmão. “Essa inflamação pode ser identificada pelo “chiado” no peito, similar ao de crianças com asma, e pela dificuldade respiratória. Dependendo da gravidade, pode exigir até a internação das crianças em Unidades de Terapia Intensiva”, explica o pediatra.
Orientações básicas
Uma das orientações mais importantes é que as pessoas com o menor sintoma de gripe, resfriado ou doenças respiratórias evitem o contato com as crianças. Caso não seja possível – se os pais ou irmãos estiverem doentes, por exemplo – recomenda-se o uso de máscaras dentro de casa. É necessário, também, que todos lavem bem as mãos com maior frequência, principalmente ao chegar rua e antes de pegar ou tocar nos bebês. Mesmo as crianças maiores com infecções respiratórias não devem ter contato com outras para evitar uma possível transmissão da doença. Além disso, elas necessitam de repouso e cuidados para a recuperação mais rápida.
É aconselhável que o acompanhamento médico, quando a criança apresentar quaisquer dos sintomas da gripe ou resfriado, seja feito no Centro de Saúde ou em consultórios, evitando-se os prontos-socorros para reduzir o risco do contato das crianças com pessoas que estão ali pelos mais variados problemas de saúde.
Em casa
A casa e os quartos das crianças devem estar sempre limpos e arejados. É preciso ficar atento aos brinquedos de pelúcia, tapetes, cortinas, protetores de berço e almofadas entre outros, que acumulam poeira e, consequentemente, concentram ácaros, grandes causadores de alergias respiratórias. Animais de estimação devem ficar longe das crianças. O leite materno é o alimento ideal para o bebê e deve ser mantido de forma exclusiva até os seis meses de idade. Depois, até os dois anos de idade, recomenda-se o aleitamento juntamente com comidas saudáveis. O leite funciona como uma vacina e protege a criança de infecções respiratórias, visto que contém os anticorpos da mãe.
Outo alerta é garantir que ninguém fume nos cômodos da casa, pois a fumaça do cigarro irrita as vias respiratórias das crianças. Também é aconselhável umidificar os ambientes – para diminuir as irritações da pele e mucosa dos olhos, nariz e vias respiratórias –, lavar o nariz com soro fisiológico, principalmente em caso de coriza ou obstrução nasal e oferecer bastante água, a fim de hidratar o corpo e eliminar secreções.
Sobre o Hospital Maternidade de Campinas
O Hospital Maternidade de Campinas é uma instituição filantrópica fundada em 12 de outubro de 1913 diante da necessidade de atendimento às mães em situação de vulnerabilidade social ou que dependam da assistência pública do setor da Saúde. Foi o primeiro hospital de Campinas com condições de oferecer às mulheres o apoio e o cuidado necessários no momento do parto. São 109 anos de portas abertas, 24 horas ininterruptas por dia.
Hoje, é o Hospital Maternidade de Campinas é referência regional e tem representatividade nacional no atendimento à saúde da mulher. Promove mais de 1.900 internações mensais e cerca de 750 partos por mês, que representam praticamente a metade de todos os nascimentos ocorridos na RMC – Região Metropolitana de Campinas. Mais de 60% dos atendimentos são dedicados ao SUS – Sistema Único de Saúde.