Pescadores pedem melhores condições no Parque dos Lagos de Jaguariúna no dia em que a pesca é permitida
Reportagem: Susi Baião
Fotos: Susi Baião
Na manhã dessa segunda-feira (18), um grupo de moradores de Jaguariúna se encontrou na Secretaria de Turismo e Cultura para reivindicar melhores condições no dia em que o Parque dos Lagos está liberado para a pesca. Os pescadores afirmam que há mais de 10 anos os lagos não são devidamente abastecidos com peixes, e apenas dois dos três lagos estão disponíveis para a prática da pesca. A proibição de pescar no lago 2, onde ficam os pedalinhos e os patos, onde segundo eles é o local onde tem mais peixes, tem gerado insatisfação entre os pescadores.
A aposentada Juraci de Almeida Cantizano, de 58 anos, presente na reunião, explicou que o parque possui três lagos, mas apenas dois são liberados para pesca. Além disso, nos lagos em que a pesca é permitida, só são encontrados peixes nativos que não acostumam a aparecer. Segundo eles, os pescadores foram proibidos de pescar no lago 2, devido aos pedalinhos e dos patos que frequentam a área. No entanto, eles sugerem que bastaria sinalizar as áreas onde a pesca é permitida e estabelecer regras para evitar que os patos se machuquem, como utilizar somente varas de pesca sem molinete. Além disso, eles apontam que o lago 3 apresenta dificuldades de acesso, como barrancos, falta de banheiros e ausência de água potável, o que torna inviável para muitos pescadores idosos.
Maria Aparecida Germano, de 68 anos, que pesca no parque desde o início quando a atividade foi liberada, compartilha da mesma opinião. Ela destaca que sempre houve patos no local e sugere que seja permitida a pesca com vara de pesca, desde que devidamente delimitada. Os pescadores reclamam que não conseguem pescar nada nos lagos onde a pesca é permitida devido à ausência de peixes.
Valdir Cantizano, de 63 anos, afirma que os pescadores desejam mais atenção por parte das autoridades, incluindo o abastecimento de peixes nos lagos e a liberação do tanque central para pesca. Ele sugere que a pesca com carretilha seja proibida, a fim de evitar danos aos patos.
Segundo Valdir, muitas vezes eles gastam mais com ração para os peixes do que o próprio custo da pesca, e ressaltam que trabalharam a vida inteira e gostariam de desfrutar de um dia de lazer.
Os pescadores pedem que seja dada mais atenção a eles, abastecendo os lagos com peixes e liberando o tanque do meio e solicitam a instalação de banheiros químicos no lago 3.
O lado da secretaria
Marcos Poncio (Paraba) e João Paulo da Silva (João da Kombi), representantes da Secretaria de Turismo e Cultura, responsável pelo parque, explicaram que a questão do abastecimento de peixes nos lagos não é simples, pois depende de outros órgãos, como a Secretaria de Meio Ambiente e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
A secretaria justifica que as restrições são motivadas por questões de segurança, tanto para os animais quanto para os frequentadores do parque.
Além disso, ressaltam que o parque não possui água fluvial, o que exige cuidados especiais para evitar a morte dos peixes. Quanto à autorização para a pesca no lago do meio, uma preocupação é com a segurança tanto dos animais quanto dos pescadores, uma vez que ocorreram incidentes envolvendo patos fisgados por anzóis e pescadores pulando no lago para resgatá-los.
Outra preocupação citada pelos funcionários é a presença de capivaras no parque, e segundo eles, a secretaria já está solicitou à Secretaria de Obras a instalação de cercas para evitar que elas acessem as áreas gramadas frequentadas pelos visitantes.
Os funcionários se comprometeram a levar todas as reivindicações dos pescadores para a secretária Graça Albaran avaliar, a fim de encontrar a melhor solução para ambas as partes. Atualmente, cerca de 300 pessoas estão cadastradas para a pesca no parque, mas os moradores afirmam que nem 30 participam, pois muitos já desistiram devido às condições desfavoráveis.
Os pescadores aguardam uma posição oficial da Secretaria de Turismo e Cultura, esperando que seus pedidos sejam atendidos para poderem desfrutar de uma pesca segura e prazerosa no Parque dos Lagos de Jaguariúna.