FAZENDA BARONESA PARA O AMIGO NÍLTON QUEIROZ

Temos publicado pesquisas sobre a Fazenda Camanducaia. A história veio da obra ”Vila Bueno ensaios para a história”. E de posse de uma pesquisa chamada “Levantamento Historiográfico da Faz. Sta. Francisca do Camanducaia” da arquivista e historiadora que serviu esta Casa, Prof.ª Sulamita Ribas, assim procuramos completar os limitados dados de que dispomos. A fazenda Camanducaia cuja sede encontra-se no município de Jaguariúna era propriedade de Salvador Bueno da Silveira nascido em Mogi-Mirim, no ano de 1779. Salvador era casado com Maria Francisca de Arruda. Estes eram os pais do Capitão Cândido Bueno e avós do Cel Amâncio Bueno. Salvador Bueno, foi o fundador da grande Fazenda Camanducaia que se desdobrou em quatro outras fazendas.

Estima-se que a sede desta fazenda tenha sido construída por volta de 1830. Por volta de 1836 a produção açucareira era sua base econômica. Lá se produzia milho e feijão para a subsistência. Nesse mesmo ano o engenho produziu 1000 arrobas de açúcar, além de possuir 20 bestas arriadas no valor de 200 mil réis e 41 escravos. Ele faleceu em 1846. A Fazenda Camanducaia fica como herança para o primogênito dos 04 filhos: Cândido Bueno. O produto rei foi o café. Cândido Bueno era casado com D. Umbelina de Moraes Bueno e faleceu por volta de 1878 e as terras próximas do rio, da Estação do Jaguary ficaram para o filho Amâncio Bueno, fundador de Jaguariúna. Estas terras receberam o nome de Fazenda Florianópolis.

A gleba do Camanducaia foi dividida entre suas duas irmãs: Maria Ângela Bueno que recebeu as terras que formaram a Fazenda Capim-Fino. Júlia Bueno recebeu a sede da Camanducaia com as terras de seu entorno, mais tarde recebeu o nome de Fazenda Santa Francisca do Camanducaia. Há uma quarta gleba de terras pode ter sido desmembrada da anterior que permaneceu com o nome de Fazenda Camanducaia Também teve período áureo na cultura do café. Sua escritura permaneceu com o título oficial de Fazenda Camanducaia. Enquanto a sede da Santa Francisca do Camanducaia fica em solo jaguariunense, a sede desta outra Camanducaia já se situa, logo adiante, no município de Pedreira, próxima também de Sto. Antônio de Posse. Tornou-se também conhecida com o nome de Fazenda Baronesa ou da Baronesa. Seu proprietário foi Joaquim Celestino de Abreu Soares descendente de famílias abastadas, que portavam títulos de capitão e nobiliárquicos do Império.

Pertenceu ao Partido Conservador e prestou serviços na Revolução Liberal de 1842, ao lado da legalidade, junto a campinenses ilustres. Foi vereador segundo a obra Monografia Histórica de Campinas. Perito judicial, bom senso e espírito prático. Agia sempre com lisura e imparcialidade deixava seus honorários para a Santa Casa de Misericórdia e a ela prestou relevantes serviços. Foi membro das obras da Catedral de Campinas. A sede da fazenda, segundo se publica foi construída em 1873 e no período áureo do café apresentou farta produção de especial qualidade, devido à excelência das terras para tal cultivo. Realizou grandes benfeitorias para aprimorar a produção cafeeira com terreiros, tulhas, água e máquinas movidas pelas límpidas águas do Camanducaia.

Dentre outras propriedades dizem ter sido a preferida de sua 3ª esposa D. Maria Carolina de Toledo Soares. Esta era filha de sua prima, sobrinha do Barão do Atibaia e do Barão do Descalvado. Joaquim Celestino fez grande ajuda à Santa Casa de Misericórdia de Belém do Pará por isso foi agraciado com o título de Barão do Paranapanema. Assim sua 3ª esposa ficou conhecida como Baronesa. E a fazenda passou a ser designada como Fazenda Baronesa ou Da Baronesa, por sua presença constante e dedicação a ela. Antes da crise do Café de 1929 a fazenda já havia sido comprada por Carmo Nicolino Di Prospero. Foi vendida a Gabriel leite de Camargo e, em 1923 é adquirida por família pioneira do Jaguary, Alberto Bergamini e esposa Elvira Manzini Bergamini. A Casa da Memória Padre Gomes de Jaguariúna deseja ao amigo e companheiro Nílton Queiroz, seu novo proprietário a preservação deste monumento histórico, restaurando sua sede, respeitando a História edificada por nossos alicerces, pois é a nossa identidade. “O Passado não é aquilo que passou, mas o que fica do que passou” (Dr. Alceu de Amoroso Lima (Tristão de Ataíde)).

Tomaz de Aquino Pires.