Estudantes visitam laboratório de quarentena da Embrapa
As pragas exóticas, seu controle biológico clássico e as atividades de controle biológico de pragas, cada vez mais usadas no Brasil, serão apresentados a alunos da disciplina de controle biológico da Unifesp por Luiz Alexandre Nogueira de Sá e Jeanne Prado, pesquisadores do Laboratório de Quarentena “Costa Lima” (LQC), da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) em 18 de maio.
O Laboratório “Costa Lima” foi credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em 1991, para avaliar tecnicamente a conveniência de introduções de inimigos naturais exóticos no Brasil, atendendo a solicitações de instituições de pesquisa do país e do exterior. Foi construído especialmente para fornecer condições físicas seguras à realização de estudos em condições de máxima segurança, impedindo assim o escape dos organismos introduzidos e de seus possíveis contaminantes. Também vem atuando no sentido de fomentar, orientar e conduzir projetos de pesquisa em controle biológico clássico de pragas.
Conforme o pesquisador, “a maioria dos agentes introduzidos são insetos-parasitóides e predadores, nematóides entomopatogênicos, ácaros predadores, antagônicos a doenças de plantas e os microbianos (bactérias, fungos e vírus) para controle dos insetos-pragas e doenças de plantas. Pouca ou quase nenhuma introdução de inimigos naturais para o controle de plantas invasoras tem sido solicitada, apesar da enorme importância para o agropecuária nacional”, avalia Sá.
No período de 1991 a 2013, o Laboratório atuou no âmbito de sua competência, no que se refere ao intercâmbio internacional de organismos benéficos no país, com a introdução de mais 770 espécies de organismos para o controle biológico de pragas e outros fins científicos, de diversas culturas e finalidades; atendendo às solicitações de 18 estados brasileiros. Muitas dessas espécies foram introduzidas e avaliadas no LQC, em casos de uma a três remessas por espécie, totalizando a avaliação, controle e manutenção em área de segurança de, em média, 996 remessas de indivíduos vivos.
Os dados analisados para o período de 1991 a 2013 refletem que 52,17% das demandas de registros de introduções do LQC partiram de empresas públicas (unidades da Embrapa e institutos de pesquisa), 24,63% de universidades, 5,80% de cooperativas e 17,40% de empresas privadas, em atendimento às demandas de pesquisa nacional e às solicitações de introduções de organismos provenientes de 27 países: Alemanha, África do Sul, Austrália, Argentina, Benin, Canadá, Costa Rica, Chile Cuba, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Israel, Inglaterra, Japão, Holanda, Peru, Paraguai, Malásia, México, Nova Zelândia, Quênia, Suíça, Uruguai, Tailândia e Trinidad. Esses registros atenderam às solicitações de introduções de insetos/ácaros/nematoides (38%) e de microrganismos (62 %), sendo observado que todas as empresas privadas solicitaram introduções de microrganismos.
Para Sá, “o controle biológico de pragas é de vital importância no país tendo o Laboratório “Costa Lima” contribuído com a introdução de bioagentes de controle de pragas nas culturas de cana de açúcar, citros, milho, soja, palma forrageira, algodão, feijão, café, mandioca, fruteiras (maçã, coco, banana), hortaliças (tomate), entre outras finalidades.
Matéria: Cristina Tordin