A mãe segundo o olhar dos filhos

Para comemorar o dia das mães, na Ótica Santo Antônio, Alexandre e Leonardo, filhos de Mara Azevedo, fizeram uma homenagem cheia de carinho. Homenagem esta que conta uma história de amor maternal que se mistura também com a ótica, administrada pela matriarca. Os dois irmãos contaram ao Grupo O Regional um pouquinho do que viveram e aprenderam com Mara, mostrando a importância da influência da mãe na vida dos filhos. 

Mara conta que quando surgiu a oportunidade  de abrir uma ótica em Holambra em conjunto com outro casal de amigos, não pensou duas vezes em abraçar a empreitada. Já era formada em Pedagogia pela Unicamp e especializada em Educação Especial. Mas as coisas não foram muito bem com a sociedade, que em um ano foi desfeita. A situação não a desanimou. Foi quando Mara e o marido mudaram-se para uma chácara no município de Santo Antônio de Posse. Era hora de tentar mais uma vez. O casal, com a ajuda da mãe de Mara, levou fundou a Ótica Santo Antônio na Avenida principal da cidade, onde permaneceria pelos próximos 25 anos.  “A vida não era fácil. Eu tinha duas crianças para criar, uma ótica para gerenciar e também meus alunos especiais da Escola Mario Bianchi (única na cidade)”, relembra a educadora e empresária. 

“Como explicar o que é aprender a ser mãe? Ser mulher na minha época da sociedade já era um desafio. Ser empresária, professora e mãe é um desafio ainda maior. O amor de mãe não podemos explicar, só quem é sabe como ele é infinito”, declara a empresária.

1- Ser mulher, por si só, já é um acúmulo de vários papeis. Quando se é mãe, a responsabilidade é dobrada. Como foi se desdobrar para exercer o papel de mãe, profissional e esposa? 

“No meu caso era uma responsabilidade tripla ou talvez maior. É difícil até hoje, mas sempre tive apoio do meu marido e lutamos juntos em todo nosso percurso. Como mãe, eu acredito que me saí muito bem, tenho dois filhos incríveis, não sei o que seria de mim sem eles. Como profissional me sinto realizada em ter a ótica que leva o nome da cidade e está por aqui há 30 anos.  A união sempre foi o nosso ponto chave para o sucesso.” 

2- Existe aquele mito da maternidade, de que toda mulher já nasce pronta para ser mãe. Mas nem sempre é assim, e os filhos também podem ensinar grandes lições. O que você aprendeu com a maternidade?  

“Acho que todas as mães concordam comigo, não nascemos prontas. Lutei muito para ensinar meus filhos o que eu achava ser certo. O melhor que pude fazer foi ensinar a serem independentes e amá-los incondicionalmente. Aprendi que às vezes é preciso se deixar voar e não se preocupar tanto.”

3- O paradoxo entre amizade e respeito com os filhos é sempre um desafio. Como estabelecer esse equilíbrio? 

“Com certeza hoje eu vejo que é o diálogo. Mas eu evoluí muito como pessoa, na minha época isso era bem diferente. Espero que os pais de hoje em dia percebam assim como eu que conversar é a resposta. É difícil criar essa conexão com os filhos principalmente em algumas fases. Tivemos nossos altos e baixos. Mesmo hoje, com eles crescidos, ainda temos uns aos outros e vendo essa união estou realizada.”

4- Sobre a mãe, Alexandre e Leonardo responderam: Que tipo de mãe vocês a consideram?

“Uma mãe brava e mandona (risos), mas ao mesmo tempo carinhosa, que  nos proporcionou uma infância incrível. Crescemos no meio do mato cheios de natureza à volta, andávamos à cavalo, nadavamos e fazíamos trilha no meio do mato. Hoje, nós vimos como foi trabalhoso proporcionar tudo isso e estamos procurando devolver todo esse carinho”.

5- Uma mulher tem várias facetas e pode mudar muito ao longo da vida. Muda de cabelo, de roupa, de emprego e muda até os móveis de lugar. Mas sempre tem uma característica que a define, apesar de todas essas mudanças. Que característica define a Mara? 

“Acho que as palavras guerreira e determinada me definem”.

6- Quais são os principais valores aprendidos com ela?

“Honestidade, compaixão com o próximo, determinação para seguir em frente e muitos outros.”

7- Querer o bem se quem se ama é um sentimento mútuo quando o amor é recíproco, como o amor entre mães e filhos costuma ser. Que cuidados ela sempre tem com vocês e que cuidados vocês não deixam de ter com ela? 

“Ela sempre foi carinhosa e companheira, sempre pudemos contar com ela em todas as etapas da vida. Mesmo nos momentos difíceis ela estava ali, dando apoio. Procuramos manter a família unida, independente de qualquer situação assim como ela fez por nós”

8- Durante a quarentena, que estratégias vocês adotaram para lidar com as pressões emocionais decorrentes do isolamento social?  

“Nós temos um grupo da família (no WhatsApp), então estamos sempre conectados e, apesar do isolamento, nós fizemos várias videochamadas e, quando possível, almoçamos juntos”.

9- Como essa pandemia afetou a relação com a mãe de vocês e dela com a ótica, uma vez que o trabalho é parte importante da vida dela?*

Mara: Eu tive que aprender a lidar com distância e tive muita ajuda do Alexandre para poder informatizar tudo, desde algum tempo atrás. Porém, com a pandemia foi mais uma etapa do processo de conseguir se administrar tudo a distância 

Alexandre: Ninguém nunca está preparado o bastante para uma situação com essa e fomos adaptando durante o caminho, tanto nossa relação profissional quanto familiar. Procurei respeitar ao máximo o jeito que ela gerenciava a ótica e procuro manter o mesmo estilo. 

10- Que conselhos vocês dariam a outros filhos e filhas, neste dia das mães?

“Aproveite cada segundo com aqueles que você ama, o tempo é implacável e só anda pra frente fazendo de cada momento uma parcela única de nossas vidas. Aproveite! Enjoy!”

 

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