Amamentação: entenda a importância da rede de apoio
A amamentação é um momento único e especial para mãe e filho, mas também pode ser repleto de desafios. Diante das dificuldades para adaptação e mudanças na rotina, contar com uma rede de apoio de familiares, amigos e profissionais da saúde é essencial para o sucesso do aleitamento, principalmente na hora de retornar ao trabalho.
Considerando a importância desse tema, a campanha da Semana Mundial de Aleitamento Materno 2023, coordenada pela WABA (Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno – em português), teve como foco o apoio para mães e pais que trabalham.
“A rede de apoio é aquela que oferece suporte, entendendo que a mãe precisa de momentos só para si e que as atividades precisam ser divididas entre os que amam e fazem parte da vida desse bebê. O apoio paterno ou de familiares trará benefícios para que ambos sintam-se acolhidos”, ressalta Hideraldo Júnior, coordenador de enfermagem da Maternidade Municipal de Peruíbe – gerenciada pelo CEJAM em parceria com a prefeitura do município.
Nesse sentido, algumas ações que podem ser colocadas em prática por pessoas que convivem com a família são: oferecer auxílio em tarefas domésticas; estar aberto para ouvir e confortar; evitar falas que possam desencorajar a mãe, compartilhar informações confiáveis sobre o assunto; e se voluntariar para ficar com o bebê por algumas horas.
O Ministério da Saúde recomenda a amamentação exclusiva nos primeiros seis meses e de maneira complementar até, pelo menos, dois anos de idade. “A amamentação exclusiva até os seis meses traz muitos benefícios para o bebê e a mãe. O início precoce do aleitamento materno, dentro de 1 hora após o nascimento, protege o recém-nascido de adquirir infecções e reduz a mortalidade neonatal. É o momento em que conseguimos fortalecer esse vínculo”, completa.
Outros benefícios incluem redução de riscos de desenvolver obesidade, hipertensão e diabetes na fase adulta, estimular a arcada dentária e fortalecer a imunidade. Já para a mulher, diminui as chances de câncer de mama e de ovário e auxilia na perda de peso pós-parto.
As mulheres que amamentam também podem contar com apoio do legislativo neste momento tão importante. De acordo com artigo 396 da CLT, a mãe tem direito a dois intervalos de meia hora cada, durante sua jornada de trabalho, até que o bebê complete seis meses.
Ao retornar ao trabalho, Hideraldo destaca a necessidade da coleta do leite materno de forma periódica, evitando impactos na produção do alimento. A chamada ordenha pode ser feita de forma manual ou com auxílio de uma bombinha.
O leite pode ser armazenado em um frasco de vidro, devidamente higienizado, com tampa de plástico e guardado no freezer por cerca de 15 dias, ou até 12 horas na geladeira. O descongelamento deve ser feito em banho maria.
Maternidade Municipal de Peruíbe recebe certificação internacional por iniciativa
Em conformidade com essa temática, a maternidade Municipal de Peruíbe elaborou um workshop sobre amamentação dedicado às pacientes da unidade. Hideraldo explica que, sete dias após a alta, a mãe é convidada a retornar à maternidade para passar por um acompanhamento do processo de amamentação.
Na ocasião, os profissionais avaliam e orientam acerca dos cuidados com o seio, a pega correta, a ordenha e o armazenamento adequado do leite materno, além de instruções sobre os direitos formais.
A iniciativa, que agora é um projeto fixo da unidade, foi reconhecida pela WABA e recebeu um certificado da entidade.
“Seguimos todas as diretrizes preconizadas para a certificação do Hospital Amigo da Criança, fazemos o contato pele a pele, o aleitamento na primeira hora de vida, não estimulamos o uso de chupetas ou bico e oferecemos todo apoio com orientações e acompanhamento para uma amamentação eficaz e livre de dor, trazendo benefícios para a mãe e para o bebê”, ressalta o profissional.