Até 60% dos casos de surdez em crianças poderiam ser evitados

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Hospital Pequeno Príncipe reforça a importância da prevenção,
diagnóstico e tratamento precoce da perda auditiva

Curitiba, 8 de novembro de 2022 – Atualmente mais de dois milhões de
brasileiros possuem alguma deficiência auditiva, o que corresponde a em
torno de 1% da população do país, segundo dados da Pesquisa Nacional
de Saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já estima que, até
2050, 2,5 bilhões de pessoas no mundo terão algum tipo de perda
auditiva, sendo que 700 milhões delas vão precisar de serviços de
reabilitação.

Quando o assunto é criança, também de acordo com a OMS, até 60% dos
casos de perda auditiva poderiam ser evitados por meio das vacinações,
acompanhamento pré-natal, realização da triagem neonatal e tratamento
de doenças inflamatórias do ouvido. Por isso, no Dia Nacional de
Prevenção e Combate à Surdez, lembrado em 10 de novembro, o Hospital
Pequeno Príncipe – única instituição exclusivamente pediátrica do
país habilitada pelo Ministério da Saúde para realizar implante
coclear pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – reforça a importância da
prevenção, diagnóstico e reabilitação precoce da surdez infantil.

O ideal é que, em até 48 horas após o nascimento, todos os bebês
passem pela Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU), que é
fundamental para a identificação de qualquer alteração auditiva.
“Esse exame é muito rápido e simples de fazer. Se for detectada alguma
falha, é realizado um novo teste no primeiro mês de vida, e, tendo
falha novamente, o bebê é encaminhado para um serviço de referência
para ser atendido por especialistas e aí ter o diagnóstico. Por isso
é tão importante que se consiga fazer todo esse processo dentro do
prazo de um mês de vida para a triagem, três para o diagnóstico e
seis para a intervenção, reabilitação e orientação”, explica o
médico Rodrigo Guimarães Pereira, otorrinolaringologista do Pequeno
Príncipe.

O especialista enfatiza ainda que quanto antes a criança começar a ter
experiências auditivas, menor será o impacto no seu desenvolvimento.
“A orelha é a forma de captar e transmitir o som para o cérebro, que
é quem escuta. Então quanto mais tarde ele começar a receber o som,
mais difícil vai ser a compreensão por não ter tido experiências
auditivas até então. Por isso é fundamental a criança começar a ser
reabilitada o mais precoce possível, porque o impacto no
desenvolvimento de comunicação, cognitivo e perceptivo será menor”,
diz.

Prevenção

A surdez mais comum na infância é a congênita, ou seja, quando a
criança já nasce com algum tipo de perda de audição. E entre as
causas mais comuns estão alterações genéticas e infecções que
acontecem ainda durante a gestação. Mas a surdez também pode ocorrer
ao longo da vida, durante o crescimento e até mesmo na fase adulta, com
diferentes causas, como quadros sindrômicos e infecções.

Por isso, para prevenir os casos de surdez em crianças, é essencial
que se tenham alguns cuidados desde a gravidez. “A gestante deve ter um
pré-natal bem-feito, cuidar para não ter doenças infecciosas que
possam gerar surdez, não usar drogas ou álcool durante a gestação e
manter a carteira de vacinação do bebê em dia”, reforça o médico.

Os cuidados e a prevenção contra problemas auditivos também devem
continuar em todas as fases da vida:

* evite alterações metabólicas graves que possam gerar surdez, como
o diabetes;
* não se exponha de forma inadequada a sons;
* cuide com o excesso de ruídos;
* não deixe o volume do fone de ouvido muito alto;
* opte por estímulos sonoros do ambiente em vez dos provocados pelo
fone de ouvido.

Tratamento

Após o diagnóstico, cada caso é avaliado para verificar qual a melhor
reabilitação auditiva. Uma das formas de tratamento é o implante
coclear, que é indicado para perdas auditivas severas e profundas, ou
surdez total. A prótese – que é implantada na orelha e dura a vida
toda – substitui a função das células que não estão funcionando.
Já para perdas leves ou moderadas, são utilizados aparelhos de
amplificação sonora individual.

A surdez necessita de acompanhamento durante toda a vida da pessoa. No
início do tratamento, o paciente é acompanhado por
otorrinolaringologistas, fonoaudiólogos, assistentes sociais,
psicólogos e, se necessário, neurologistas ou outros especialistas
conforme o quadro. Com o passar dos anos, precisa dar continuidade ao
tratamento apenas com otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos.

O Serviço de Otorrinolaringologia do Pequeno Príncipe

Referência no Brasil pela complexidade dos casos tratados, o Serviço
de Otorrinolaringologia do Hospital Pequeno realiza consultas
ambulatoriais e cirurgias, como o implante coclear, com uma equipe
multiprofissional composta por otorrinolaringologistas pediátricos,
fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros.
Apresenta uma estrutura completa para realizar o diagnóstico, a
cirurgia, o acompanhamento pós-cirúrgico e a reabilitação dos
pacientes com problemas relacionados aos ouvidos, nariz, garganta e
cirurgia cervicofacial. Por ser exclusivamente pediátrico, oferece um
atendimento integral às crianças, contemplando outras eventuais
necessidades, principalmente em relação a doenças graves e síndromes
associadas com a surdez.

Sobre o Pequeno Príncipe

Com sede em Curitiba (PR), o Pequeno Príncipe é uma instituição
filantrópica, sem fins lucrativos, que oferece assistência hospitalar
há mais de 100 anos para crianças e adolescentes de todo o país.
Disponibiliza desde consultas até tratamentos complexos, como
transplantes. Atende em 35 especialidades, com equipes
multiprofissionais, e realiza 60% dos atendimentos via Sistema Único de
Saúde (SUS). Conta com 378 leitos, 68 de UTI, e em 2021, mesmo com as
restrições impostas pela pandemia de coronavírus, foram realizados
cerca de 200 mil atendimentos e 14,7 mil cirurgias que beneficiaram
pacientes do Brasil inteiro.

 

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