Câncer colorretal: 3 hábitos podem ajudar a prevenir a doença da modernidade

Campinas/SP: O câncer colorretal é a doença da modernidade e cada vez mais vem sendo identificado em pessoas com menos de 50 anos. O tumor é o segundo mais incidente no Brasil e o terceiro no mundo, acometendo homens e mulheres. Entre 2023-2025, a previsão do Instituto Nacional do Câncer (INCA) era de que o Brasil registrasse 45 mil novos casos da doença por ano. Na última terça-feira, 04/03, o cantor Klauss Hee, ex-integrante da banda Dominó, morreu aos 50 anos em decorrência de um câncer de intestino. Há cerca de um mês, a cantora Preta Gil deixou o hospital, onde esteve internada por dois meses, se recuperando de mais uma cirurgia para a retirada de um tumor no intestino. Preta, hoje com 50 anos, descobriu o câncer em 2023 e desde então vem compartilhando sua jornada de tratamento da doença. Cerca de 30% dos tumores que atingem o intestino e o reto podem ser evitados com uma mudança expressiva no estilo de vida das pessoas e 3 hábitos fazem toda a diferença: atividade física diária, alimentação equilibrada e rica em fibras, redução do consumo de carne vermelha. Por isso, o mês de março traz o laço azul-marinho como forma de alertar e conscientizar as pessoas sobre a doença e as formas de prevenção.

Manter o corpo ativo e bem nutrido é fundamental para prevenir o câncer colorretal e isso requer uma dieta balanceada, rica em fibras e com baixíssimo consumo de alimentos ultra processados e de carne vermelha. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é para que o consumo de carne vermelha não ultrapasse 500 gramas por semana, o que faz com que a porção ingerida diariamente seja menor que um bife do tamanho da palma da mão. David Pinheiro Cunha, oncologista clínico e sócio do Grupo SOnHe, explica que um dos fatores que justificam o aumento do risco é que a carne vermelha tem uma propriedade, o ferro heme, que libera radicais livres capazes de provocarem mutações nas células do intestino e, por isso, evitar evitar esse tipo de aimento é uma recomendação tão importante. “Respeitar o limite de consumo recomendado pela OMS já é uma forma de se prevenir e, ao mesmo tempo, não é uma medida radical”, alerta o médico. Segundo ele, a redução no consumo da carne vermelha não deve comprometer a absorção de ferro entre as pessoas. “Já está comprovado que as demais carnes ou fontes de proteínas, como a carne branca e o ovo, são capazes de suprir essa necessidade”, reforça o oncologista.

Os hábitos saudáveis de vida vêm sendo cada vez mais incentivados no Brasil e embora a população esteja mais consciente sobre a importância da atividade física diária, o número de pessoas ativas ainda é pequeno. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021, 36,7% dos brasileiros eram considerados ativos, ou seja, praticavam mais de 150 de atividade física direcionada por semana. Para David Pinheiro Cunha, incentivar a prática de atividade física entre as pessoas é uma forma simples e eficaz de prevenir o câncer colorretal, que também tem na obesidade um dos fatores de risco para o seu desenvolvimento. “Mesmo diante do fator genético, já é comprovado que as pessoas que mantêm uma alimentação rica em fibras, com baixo consumo de álcool e carne vermelha e fazem atividade física diariamente, têm menos chances de desenvolver a doença”, alerta o médico.

O câncer colorretal pode ser diagnosticado de forma precoce por meio da colonoscopopia, exame indicado pelo SUS a todas as pessoas a partir dos 50 anos. A colonoscopia identifica lesões que podem vir a se tornar tumores e, por isso, tem papel fundamental na prevenção do câncer. No entanto, com o aumento de casos da doença entre pessoas cada vez mais jovens, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica faz um apelo para que o exame seja realizado a partir dos 45 anos entre as pessoas que não tenham indicação genética. “Essa é uma mudança necessária na faixa etária prioritária para esse exame, porque já está comprovado que a doença vem sendo desenvolvida cada vez mais cedo em função do estilo de vida moderno”, pontua o oncologista.

Além de Klauss Hee Preta Gil, outros artistas, atletas e figuras públicas foram diagnosticados com a doença, como a cantora Simony, o cantor Conrado, o apresentador Emilio Surita, o ator Luis Gustavo, os ex-jogadores Pelé e Roberto Dinamite e os atores internacionais Chadwick Boseman e James Van Der Beek.

Sobre o Grupo SOnHe

O Grupo SOnHe – Oncologia e Hematologia é formado por oncologistas e hematologistas que fazem atendimento oncológico alinhado às recentes descobertas da ciência, com tratamento integral, humanizado e multidisciplinar em importantes centros de tratamento de câncer em Campinas, como o Hospital Santa Tereza, Oncologia Vera Cruz e Hospital Puc-Campinas.  O Grupo oferece excelência no cuidado oncológico e na produção de conhecimento de forma ética, científica e humanitária, por meio de uma equipe inovadora e sempre comprometida com o ser humano. O SOnHe é formado por 18 especialistas sendo três deles com doutorado e três com mestrado. Fazem parte do grupo os oncologistas André Deeke Sasse, David Pinheiro Cunha, Vinícius Correa da Conceição, Vivian Castro Antunes de Vasconcelos, Rafael Luís, Susana Ramalho, Leonardo Roberto da Silva, Higor Mantovani, Débora Curi, Isabela Pinheiro, Amanda Negrini, Laís Feres, Nayara Nardini, Giselle Rocha, Nathalia Monnerat e pelas hematologistas Lorena Bedotti, Jamille Cunha e Isabella Constantini. Saiba mais: no portal www.sonhe.med.br e nas redes sociais.