#ChoqueNão: ação conscientiza a sociedade paulista sobre os perigos do choque elétrico

Parceria entre instituições públicas e empresas do setor elétrico resultará em trabalho de conscientização durante a semana do dia 26 de novembro

Campinas – No próximo dia 26 de novembro, instituições públicas e concessionárias de energia elétrica que atuam no estado de São Paulo unirão forças para alertar a sociedade sobre a importância da prevenção para evitar a ocorrência de choques elétricos. No “Dia D da Segurança com Eletricidade”, os parceiros realizarão ações de comunicação nas redes sociais para chamar atenção sobre os riscos e dar orientações de como prevenir os acidentes.

Participam da iniciativa Ministério Público do Trabalho (MPT), Divisão Técnica de Vigilância Sanitária do Trabalho – Centro de Referência em Saúde do Trabalhador Estadual (DVST-CEREST), Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) de Piracicaba, Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (ABRACOPEL), as empresas CPFL, EDP, Elektro e ENEL Brasil, responsáveis pelo abastecimento de energia elétrica no território paulista, Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho do Estado de São Paulo (SINTESP), Sindicato dos Trabalhadores Energéticos do Estado de São Paulo (SINERGIA-SP), além de diversos Departamentos de Vigilância Sanitária municipais, CERESTs municipais e entidades da sociedade civil.

A mobilização tem como objetivo reduzir os números de acidentes com choques elétricos, seja em casa, seja trabalhando em uma obra, seja tocando em um fio na rua ou até empinando uma pipa. São muitas as possibilidades de acidentes e poucas as chances para as vítimas. A ideia é usar a informação como arma para prevenir tais ocorrências.

“As causas dessas mortes muitas vezes ocorrem por ausência de conhecimento dos perigos existentes, decorrente de uma cultura de segurança reativa e patológica. É preciso evoluir para uma cultura proativa onde busca antecipar os perigos e criar barreiras de segurança”, afirma Alessandro Silva, técnico de segurança do trabalho do CEREST de Piracicaba.

Essa é a segunda vez que os parceiros realizam o “Dia D da Segurança com Eletricidade”; a primeira experiência data de 2019, quando os parceiros realizaram uma série de ações de conscientização presenciais e virtuais. Para o ano de 2021, as partes envolvidas na campanha, que não pôde ser realizada em 2020 por ocasião da pandemia, unirão forças novamente, tendo como foco, nesta edição, a presença digital nas redes sociais.

Os participantes utilizarão a hashtag #ChoqueNão em publicações em mídias sociais entre os dias 22 e 26 de novembro, apresentando conteúdo educativo e elucidativo no que se refere à prevenção de acidentes elétricos, finalizando com um grande “twitaço” no dia 26, o “Dia D”, às 12 horas, a partir da utilização da hashtag temática.

“A ação de comunicação planejada pelos participantes da campanha tem como objetivo iniciar um debate social em torno da prevenção dos acidentes, que na maioria das vezes são fatais. Quanto maior for a divulgação da mensagem, maior serão as chances de conscientização e mais vidas poderão ser salvas”, observa a procuradora Ana Farias Hirano, do MPT.

Números – Os dados da ABRACOPEL para os perigos da eletricidade confirmam que no 1º semestre de 2021 foram registrados 759 acidentes de origem elétrica no país, somadas as ocorrências de choques elétricos, incêndios por sobrecarga de energia e descargas atmosféricas, bem como 402 mortes. Houve crescimento em relação a 2020, ano em que foram registrados, no mesmo período, 741 acidentes e 398 mortes.

O número de mortes envolvendo apenas o choque elétrico está próximo de atingir os níveis pré-pandemia: em 2019 morreram por este motivo 374 pessoas, enquanto em 2021 foram registradas 355 mortes.

Diferente do choque elétrico, os dados de incêndios provocados por eletricidade revelam uma tendência de alta, já que o 1º semestre de 2021 mostra que os números já são maiores entre os 3 anos comparados (total de 288 acidentes em 2021, 260 em 2020 e 287 em 2019). Esta tendência é preocupante e deve ser considerada em todas as ações de conscientização, demonstrando que as instalações elétricas estão ficando desatualizadas, colocando as pessoas em risco.

Outro fato que chama a atenção, segundo o relatório da ABRACOPEL, é o número elevado de acidentes com sobrecarga de energia, posterior curto-circuito e incêndio em hospitais, clínicas e postos de saúde, com um total de 29 ocorrências em 2021, em face de 17 ocorrências em 2020 e apenas 13 em 2019. Ao contrário dos anos anteriores, em que não houve o registro de mortes, em 2021 foram registradas 4 mortes por incêndios de sobrecarga nestes segmentos.

Voltando aos acidentes com choque elétrico, o estudo fez um recorte dos dois locais com maiores incidências das ocorrências que se repetem desde o início da estatística: residência e rede aérea. O total de acidentes com choque elétrico em rede aérea é maior em 2021 em comparação aos dois anos anteriores: respectivamente foram registradas 185 ocorrências em 2021, 145 em 2020 e 165 em 2019. O total de acidentes com choque elétrico em moradias em 2021 chegou próximo ao patamar pré-pandêmico: 133 este ano e 138 em 2019, com o registro de 116 e 126 mortes, respectivamente.

Nos seis primeiros meses de 2021, o estado de São Paulo registrou 30 mortes por choque elétrico, o estado com o maior número de acidentes fatais, seguido de Pernambuco (29), Rio Grande do Sul (29), Santa Catarina (23) e Bahia (22).

 

Rafael Almeida
 

Comentários