Dicionário Eleitoral (para ingênuos)

A CartaCapital publicou um interessante estudo escrito por Nirlando Beirão e Luiz Gonzaga Belluzzo que decifra os termos usados na campanha eleitoral. É um estudo oportuno e que precisa ser conhecido pelos eleitores.

Já na capa, a revista apresenta alguns desses termos, como “ALTERNÂNCIA DE PODER: Só é essencial à democracia quando o meu adversário está no poder”. Na página interna, Nirlando Beirão exemplificou: “Em São Paulo, ela [alternância de poder] é especialmente execrada. Os paulistas preferem perpetuar um mesmo grupo político, enquanto bradam contra o risco de uma ditadura em nível federal”.

Outro termo na capa da revista: “CORRUPÇÃO: Os outros a praticam de forma perene em uma continuada quadrilha. Os meus aliados cometem pequenos deslizes”. Na página interna, Beirão completa: “Há corruptos e corruptos. Aqueles do partido adversário expõem uma maquinação coletiva, um assalto aos cofres públicos, uma quadrilha organizada e perene, destino manifesto da tal legenda e da administração partidária. Os seus representam casos isolados, sem nenhuma relação com as práticas e princípios de sua agremiação”.

Na capa da revista: “APARELHAMENTO DO ESTADO: Os adversários nomeiam apaniguados. Eu, os melhores quadros técnicos”. Nirlando Beirão, na página interna, focaliza outro termo: “COLIGAÇÕES E GOVERNABILIDADE: Seu partido, no poder ou quando em disputa eleitoral, consegue seduzir legendas de aluguel para uma teia de alianças convenientes para garantir a governabilidade ou engrossar o tempo no horário eleitoral gratuito? Parabéns, você é uma figura de aguda sensibilidade política, negociador de fino trato. Seu adversário fez o mesmo? Denuncie a falta de escrúpulos, a atroz barganha de princípios por conveniências, da honradez pela ambição. Conte sempre com os amigos da mídia para corroborar a sua tese. Aquele seu ex-ministro do PMDB que era honrado, mas mudou de lado, será descrito como um homem desprezível”. Estes são alguns exemplos dos novos termos da campanha eleitoral. Qualquer semelhança com o que ocorre nos programas de rádio ou televisão e nas entrevistas de candidatos não é mera coincidência. É a nova realidade… Prestem atenção e comprovem!

Jasson de Oliveira Andrade é jornalista em Mogi Guaçu

 

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